QUILOMBO
QUILOMBO
Jornal carioca, inicialmente mensal e mais tarde quinzenal,
fundado em 9 de dezembro de 1948 por Abdias Nascimento, e extinto em 1950.
O lançamento de Quilombo pode ser considerado como um
desdobramento do Teatro Experimental do Negro, movimento surgido em 1944,
“inspirado pelo imperativo da organização social da gente de cor”.
A
orientação do jornal foi desde o início trabalhar pela valorização do negro em
todos os setores de atividades: social, cultural, educacional, político,
econômico e artístico. Para atingir seus objetivos, Quilombo propunha-se a
lutar pela conscientização dos negros e seus direitos na sociedade, bem como a
combater todas as formas de discriminação racial. Como sugeria seu próprio
título, o jornal pretendia retomar a antiga luta de libertação do negro,
inaugurada no Brasil pelos heróis de Palmares.
Embora seu programa previsse amplas possibilidades de
atuação, na prática Quilombo ateve-se à abordagem de temas culturais,
enfatizando as manifestações artísticas negras e denunciando casos concretos de
discriminação. Em termos políticos, o jornal quase não se manifestava ou,
quando o fazia, não se definia claramente. Sua perspectiva política não se
estruturava em torno do apoio aos partidos, mas sim aos candidatos negros,
independente de sua filiação.
Quilombo contou com a colaboração de renomados intelectuais
como Gilberto Freire, Artur Ramos e Guerreiro Ramos, que constantemente
publicavam artigos no jornal.
Durante grande parte de sua existência, sua periodicidade foi
irregular, chegando a sofrer interrupções. Ao ser fechado, em virtude de
grandes dificuldades financeiras, Quilombo estava em seu décimo número.
FONTES: NASCIMENTO,
A. Memórias; Quilombo.