1° Entrevista: 16.12.2014
Origens familiares; a fundação por parte do pai do entrevistado da União Democrática Nacional (UDN) na região do sul da Bahia e nordeste de Minas Gerais; a eleição do pai para prefeito de Águas Formosas e a tradição política conservadora da família; a mudança do entrevistado para Belo Horizonte no início de 1960; o estudo no colégio Santo Agostinho e o contato com um comerciário comunista na pensão em que morava; o interesse por política e a o ingresso no Colégio Estadual Minas Gerais, em 1961; o contato com o Partido Comunista Brasileiro (PCB) dentro do Colégio Estadual; a mobilização política dentro do colégio; o movimento estudantil e o início do trabalho em favelas de Belo Horizonte, de 1961 a 1963; comentários sobre a geração de militantes e intelectuais contemporâneos ao entrevistado no Colégio Estadual Minas Gerais; a formação política do entrevistado, a militância no PCB e a prisão na época do golpe militar; o trabalho como bancário, em 1963; a relação com a família no momento de maior militância; a fundação do jornal União de Defesa Coletiva (UDC) e sua distribuição nas favelas de Belo Horizonte; o trabalho no Banco Estadual de Minas Gerais; comentários sobre a primeira prisão pelo Exército, em 1964, o interrogatório no Comando do Exército e a tortura psicológica; o impacto do golpe militar para o entrevistado; a saída da prisão e a não expulsão do Banco; a passagem para a luta clandestina, a volta ao colégio e o término do científico; comentários sobre o período de reestruturação dos partidos de esquerda, notadamente a reestruturação do PCB; a importância de Mário Alves na formação do entrevistado; as reorganizações e os rachas dentro do Partido; O ingresso na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), no curso de Medicina, em 1966 e a conciliação entre o curso, o trabalho como bancário e como dirigente do Partido Comunista Brasileiro (PCB); comentários sobre o início da luta armada pela Corrente Revolucionária de Minas Gerais (Corrente) em 1968, a ida de militantes a Cuba e a permanência do entrevistado trabalhando no movimento de massa; comentários sobre a entrada na estrutura da Ação Libertadora Nacional (ALN), em 1969 e o acordo com Carlos Marighella; comentários sobre a ação mal sucedida de resgatar militantes do hospital e a quebra de moral do grupo guerrilheiro comandado pelo entrevistado; a entrada na clandestinidade e o acidente em uma outra ação; a repercussão do acidente na ação; as prisões em sequência de vários membros do grupo guerrilheiro; comentários sobre a prisão de lideranças e a queda da Corrente; a ida ao Rio de Janeiro, a integração à ALN e o trabalho de reorganização e integração de militantes mineiros na ALN; a ida a São Paulo, o contato e os encontros com Marighella; o último encontro com Marighella, antes de sua morte, em 1969; o cerco aos militantes em São Paulo e o período de clandestinidade sem contatos; o retorno ao Rio de Janeiro, em 1970, o encontro com Hélcio Pereira Fortes, amigo e militante de Minas Gerais e o início do namoro com Efigênia Maria de Oliveira; Comentários sobre a segunda prisão; longo comentário sobre a tortura e os interrogatórios no DOI-Codi; a insistência da repressão em localizar outros militantes e a resistência do entrevistado; a ida para o Dops e a prisão; comentários sobre a relação entre os presos políticos e os preses de Segurança Nacional; a organização dos presos políticos; a ida em um camburão para Juiz de Fora; a prisão na Penitenciaria de Linhares, de 1970 a 1977, sendo quase um ano meio na solitária; as sequelas da prisão, sobretudo por ter sido mantido em isolamento; o episódio de resistência dentro da cadeia, em 1971; a organização política dentro da prisão; O uso e a fabricação de rádio dentro da cadeia; o contrabando de livros para dentro da cadeia; comentários sobre as visitas, que ocorriam uma vez por mês; comentários sobre a prisão e soltura de Efigênia Maria de Oliveira, esposa do entrevistado; a greve de fome em 1970; o controle da Penitenciária pelo Exército e as cartas escritas pelo entrevistado; comentários sobre o desejo de transferência e a transferência efetiva para o Presídio Político da Frei Caneca no Rio de Janeiro, em 1977, e a não aceitação das discussões de anistia; a mobilização para politizar a luta carcerária, reivindicando respeito e melhores condições; a morte do pai e a saída de Linhares para acompanhar o velório; os contatos indiretos com a ALN; comentários sobre a postura, o fazer política e o papel do entrevistado dentro da cadeia; comentários sobre as mortes de companheiros, como a de Hélcio Pereira Fortes; a ocupação e o trabalho dentro da cadeia; as cartas e o método de escrita do entrevistado; os planos de fuga da prisão; a saída da prisão em liberdade condicional, em 1977; Comentários sobre as discussões e o projeto de anistia proposto pelo entrevistado e presos políticos; o contato e a participação nas lutas da sociedade; a transferência para o Rio de Janeiro e a facilidade de se conversar sobre política nas visitações, que eram mais abertas e frequentes; a participação na fundação do Partido dos Trabalhadores (PT) de Minas Gerais e do Mato Grosso, quando da saída da prisão; a denúncia dos presos sobre os mortos e desaparecidos pela Ditadura e a importância do Comitê Brasileiro de Anistia (CBA); a importância dos familiares de mortos e desaparecidos políticos; a descoberta da vala de Perus; a força do caráter afetivo que se transforma em política na atuação dos familiares; o contato com Iara Xavier Pereira.
2° Entrevista: 24.03.2015
Comentários sobre os anos de prisão, a transferência para o Presídio Político do Rio de Janeiro e o reatamento dos contatos políticos e das visitas, para além dos familiares; a passagem para a luta política dentro dos presídios, sobretudo na denúncia das condições carcerárias; comentários sobre a dificuldade dos combatentes em assumir a luta por anistia em um primeiro momento, como se fosse o reconhecimento de derrota; a chegada ao Rio de Janeiro, em 1977, e a mudança de ideia sobre a anistia; o início das greves de solidariedade e a luta política de dentro da cadeia; a greve de fome contra o projeto de anistia do governo Figueiredo; a reação sobre a Lei da Anistia, sobretudo a abrangência à torturadores; a permanência na prisão mesmo depois da anistia e a liberdade condicional até o final da Ditadura; a ida e o recomeço em Mato Grosso e a relação com Iara Xavier Pereira; a edição de dois livros com os escritos do cárcere; a ida para Minas Gerias para ficar com a família logo após a saída da prisão; comentários sobre os últimos meses de prisão; a ajuda na construção do PT em Minas Gerais e o desejo de recomeçar onde não era conhecido; o processo de saída da cadeia, regularização de documentos, ida para Minas Gerais e a primeira visita a Mato Grosso; comentários sobre a ida para Mato Grosso e o trabalho como gerente de uma fábrica; a gerência da fábrica e a disputa com as grandes empresas; comentários sobre a volta de Iara de Cuba e reencontro com o entrevistado; a descoberta dos irmãos de Iara enterrados no cemitério Dom Bosco, em Perus; A relação do entrevistado com a morte e o envolvimento com a causa dos familiares de mortos e desaparecidos; comentários sobre as prioridades e a atuação durante o mandato de deputado federal pelo Mato Grosso, eleito em 1994; comentários sobre a Lei dos Mortos e Desaparecidos; o problema do secretismo nas reuniões da Comissão Especial sobre Mortos e Desaparecidos e a importância de diálogo com a sociedade; a importância de se fazer processos com historicidade e de divulga-los publicamente; as reportagens sobre os trabalhos da Comissão e a sensibilização da sociedade; crítica à responsabilidade limitada do Estado em relação aos crimes da Ditadura; o ônus da prova que recai sobre os militantes e familiares; a concepção de desaparecido, morto e preso pelo Movimento de Familiares e sua apreensão pelo Estado e comparações com Argentina e Chile; a importância política da distinção entre morto e desaparecido; comentários sobre os princípios de reconciliação e pacificação e sua recusa; a publicação do relatório da Comissão Especial sobre Mortos e Desaparecidos; comentários sobre a Comissão de Anistia; comentários sobre a Comissão Nacional da Verdade e críticas à sua temporalidade e composição; Comentários sobre aspectos críticos em relação à lei que criou a Comissão Nacional da Verdade; crítica ao caráter privado de grande parte dos trabalhos da Comissão; comentários sobre a relação da Comissão com os familiares de mortos e desaparecidos; o relatório final da Comissão Nacional da Verdade e a não inclusão dos indígenas; a criação das Comissão Indígena da Verdade e Comissão Camponesa da Verdade; as dificuldades de reconhecimento de camponeses mortos pelo Estado; os pontos positivos do relatório da Comissão da Verdade e seu legado; a criação dos Comitês pela Memória, Verdade e Justiça e sua importância; a organização de exposições temáticas, a fim de mobilizar a sociedade; comentários sobre a continuidade dos trabalhos da Comissão Nacional da Verdade e a atuação do Ministério Público; a falta de expectativas em relação ao poder Executivo e Legislativo; comentários sobre a revisão da Lei de Anistia; A Lei da Anistia e a necessidade de revisão do parágrafo sobre os crimes conexos; a esperança de julgamento dos torturadores; o movimento dos escrachos e a publicização de torturadores; os princípios que movem a atividade pública do entrevistado; a candidatura à prefeitura de Cuiabá pelo PT em 1992; o trabalho na Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Mato Grosso (UFMT) e o doutorado; a aliança entre PT e PDT nas eleições de 1994, costurada pelo entrevistado e Dante de Oliveira; a interrupção do doutorado, a eleição para deputado federal e a dedicação do mandato ao meio ambiente, memória e direitos humanos; a eleição para deputado estadual e a volta a Brasília para compor o governo de transição do recém eleito Luís Inácio Lula da Silva; a elaboração de relatórios sobre o meio ambiente e sobre a questão indígena e a ida para o Ministério do Meio Ambiente; a saída do Ministério, a volta a Universidade e a licença não remunerada; a coordenação do projeto Direito à Memória e à Verdade; a saída do projeto e o retorno ao trabalho na Universidade; comentários sobre o debate com Pedro Dallari no Senado; o processo do entrevistado na Comissão de Anistia; considerações finais e agradecimento.