Entrevista: 25.02.2005
Os estudos sobre a sociedade brasileira: de Oliveira Viana aos autores socialistas; o convívio, na infância, com militantes políticos de esquerda; a influência dos amigos Antonio Carlos e José Bonifácio de Andrada e Silva, e dos livros “História do Socialismo e das lutas sociais”, de Max Beer, e “Evolução política do Brasil” de Caio Prado Junior; comentários sobre o interesse por política, como teoria, e ausência de militância política; a importância do professor Jean Maugué e do crítico de cinema Paulo Emílio Salles Gomes, para a mobilização política do entrevistado; a postura apolítica do entrevistado e do grupo que formou com ele a Revista Clima; a crítica de Paulo Emílio à neutralidade política do entrevistado, e a mudança de postura da Revista Clima a partir de uma “declaração” escrita pelo crítico; a formação e atuação política do Grupo Radical de Ação Popular (Grap), formado pelo entrevistado, Paulo Emílio, Paulo Zingg, Antônio Costa Correia, Germinal Feijó e Eric Sachs; a criação e atuação da Frente de Resistência (FR), composto por estudantes liberais e socialistas; a fundação, em 1945, da União Democrática Nacional (UDN) e da União Democrática Socialista (UDS) – da qual o entrevistado foi um dos fundadores; a participação na criação da Esquerda Democrática (ED) em agosto de 1945, a partir de um manifesto de Paulo Emílio, e a posterior dissolução da UDS; a organização do I Congresso Brasileiro de Escritores e o manifesto lançado neste congresso; as eleições de 1945 na qual a ED apoiou o candidato Eduardo Gomes, da UDN; menção ao arrependimento de Paulo Emílio em relação à aliança com a UDN; as justificativas históricas para a aliança entre ED e UDN, em 1945; a mudança do nome da Esquerda Democrática para Partido Socialista, em 1947; a atuação em um pequeno grupo de operários gráficos, liderados por Erico Sachs, que produziam o boletim Política Operária; breves comentários sobre João da Costa Pimenta; a dissolução do grupo de Erico Sachs e prosseguimento das atividades na ED, e, posteriormente no PSB; a atuação do entrevistado na Folha Socialista; as divergentes posições políticas que conviviam dentro do PSB; a disputa entre stalinistas e trotskistas e a posição de independência – mantida pelo entrevistado – que teria conduzido ao Partido dos Trabalhadores (PT); a fundação do PT, a partir da classe trabalhadora, e a inicial desconfiança em se travar um diálogo com a classe média e os intelectuais; o papel desempenhado por Mário Pedrosa para a instauração deste diálogo e para a filiação do entrevistado ao PT; o pedido de Febus Gikovate, para que o entrevistado o representasse no PT; a decisão de ingressar no PT e a participação na reunião do Colégio Sion; as relações do PTB e do PSB com o operariado brasileiro; a percepção, olhando em retrospecto, da importância do populismo como uma forma de progresso, devido ao contexto dos anos 30; o afastamento, do entrevistado, da militância política, a partir de 1954; o retorno ao interesse político a partir de 1964, no final do governo João Goulart; as percepções do entrevistado na véspera e nos primeiros dias do Golpe Militar; o tempo como professor associado da Universidade de Paris, entre 1964 e 1966; o curso de inverno em Yale, em 1968, por convite de Richard Morse, momento em que o entrevistado entra em contato com o movimento em oposição à Guerra do Vietnã; a decretação do Ato Institucional número 5 (AI-5) e as conseqüências imediatas dentro da Universidade de São Paulo (USP); a atuação na Associação Paulista de Professores do Ensino Superior (Appes) e, posteriormente, na Associação dos Docentes da Universidade de São Paulo (Adusp); o grupo de debates “Paulo Emílio” fundado em 1978, pelo entrevistado, Fernando Henrique Cardoso, Almino Afonso, Plínio de Arruda Sampaio, e antigos membros do PSB; a posição contrária à fundação de um novo partido de esquerda no período da redemocratização; a adesão ao PT, assim que fundado, em 1980; a situação histórica do trabalhador no Brasil e seu desenvolvimento desde a República Velha até o momento da entrevista; comentários sobre o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva; o apoio do entrevistado à Revolução Cubana; obervações acerca da violência e da restrição da liberdade na política, em sociedades capitalistas e socialistas; a relação entre política e liberdade de criação na arte. ........pp.39-52