VALADARES,
Ziza
*const. 1987-1988;
dep. fed. MG 1987-1991.
Luís Otávio Ziza
Mota Valadares nasceu em Tiros (MG) no
dia 14 de outubro de 1945, filho do médico Íris Alvarenga Valadares e de Teresa
Mota Valadares.
Realizou o curso secundário no Colégio Lúcio dos Santos, em Belo Horizonte. Em
1969, iniciou o curso de administração na Fundação Mineira de Educação e
Cultura (Fumec), que concluiria em 1973.
No pleito de novembro de 1970, elegeu-se vereador em Belo Horizonte, na
legenda do Movimento Democrático Brasileiro (MDB), partido de oposição ao
regime militar instaurado no país em abril de 1964. Assumindo o mandato em
fevereiro do ano seguinte, participou dos trabalhos legislativos como líder do
MDB na Câmara Municipal. Reeleito nos pleitos de novembro de 1972 e 1976, participou
dos trabalhos legislativos como líder do partido, vice-presidente (1976-1977) e
presidente (1977-1978) da Câmara Municipal.
No pleito de novembro de 1978, elegeu-se deputado estadual,
assumindo o mandato em fevereiro do ano seguinte. Ainda em 1979, foi
secretário-geral do MDB em
Minas Gerais. Com o fim do bipartidarismo em novembro deste
ano e a conseqüente reformulação partidária, foi membro fundador e primeiro
filiado ao Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB), agremiação que
aglutinou os antigos membros do MDB.
Reeleito no pleito de novembro de 1982 na legenda do PMDB,
assumiu novo mandato em fevereiro do ano seguinte. Participou dos trabalhos
legislativos nestes dois mandatos como vice-presidente da Assembléia
Legislativa, vice-líder do PMDB e membro titular da Comissão de Educação.
Em 1983, tornou-se presidente do Centro de Estudos
Pedagógicos (Cepe) da Universidade Católica de Minas Gerais, da Companhia de
Processamento de Dados do Estado de Minas Gerais (Prodemge) e licenciou-se do
mandato de deputado estadual para exercer o cargo de secretário de
Administração do governo de Minas Gerais na gestão de Tancredo Neves
(1983-1984) e Hélio Garcia (1984-1987), permanecendo na pasta até 1986.
No pleito de novembro desse ano, candidatou-se a uma cadeira
de deputado federal constituinte sempre pelo PMDB. Eleito — obteve a maioria
dos votos proveniente de sua base eleitoral na capital —, assumiu o mandato em
fevereiro do ano seguinte, participando dos trabalhos da Assembléia Nacional
Constituinte (ANC) como membro titular da Subcomissão dos Direitos Políticos,
dos Direitos Coletivos e Garantias, da Comissão da Soberania e dos Direitos e
Garantias do Homem e da Mulher, e, como suplente, da Comissão de Sistematização.
Em outubro de 1987, foi citado pelo Jornal do Brasil
como único membro da Comissão de Sistematização que não comparecera a nenhuma
votação, não sendo inclusive reconhecido em plenário pelos colegas. Desmentindo
as acusações de recordista em ausências, propôs a extinção da dita comissão por
“estar entediando a maioria dos constituintes, pois não têm o que votar”.
Garantindo sua presença na maior parte das reuniões, em poucas teve direito a
voto.
Nas votações mais importantes da ANC, cuja Carta foi promulgada
em 5 de outubro de 1988, pronunciou-se a favor da limitação do direito de
propriedade privada, do mandado de segurança coletivo, da proteção ao emprego
contra despedida sem justa causa, do turno ininterrupto de seis horas, da
unicidade sindical, da soberania popular, do voto facultativo aos 16 anos, da
nacionalização do subsolo, da proibição do comércio de sangue, da limitação dos
encargos para a dívida externa, da criação de um fundo de apoio à reforma
agrária e da legalização do jogo do bicho. Votou contra a pena de morte, a
jornada semanal de 40 horas, o presidencialismo, a estatização do sistema
financeiro, a anistia aos micro e pequenos empresários e o mandato de cinco
anos para o presidente José Sarney.
Em 1988, saiu do PMDB e filiou-se ao Partido da Social
Democracia Brasileira (PSDB), formado por dissidentes da agremiação anterior.
No pleito de outubro de 1990, candidatou-se a deputado federal na legenda do
PSDB, obtendo apenas a terceira suplência. Deixou a Câmara dos Deputados em
janeiro seguinte, ao final da legislatura.
De
volta a Belo Horizonte, Ziza Valadares foi nomeado secretário de Esportes pelo
prefeito da capital mineira Eduardo Azeredo (1990-1992), acompanhando-o até o
final da gestão.
Em junho de 1993, assumiu o cargo de diretor-presidente da
Companhia Celulose Nipo-Brasileira (Cenibra), empresa ligada à Companhia Vale
do Rio Doce, desempenhando-o até junho de 1997. Em setembro desse ano,
transferiu-se para o Rio de Janeiro, onde tornou-se diretor-presidente da
Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU), que ocupou até 2002. No ano
seguinte, voltou para Minas e assumiu a direção de Transportes Metropolitano do
Departamento de Estradas de Rodagem (DER/MG), atividade que exerceu até 2006.
Em seguida tornou-se presidente do Clube Atlético Mineiro e renunciou ao cargo
em 18 de setembro de 2008. Em janeiro de 2009 passou a atuar como diretor
vice-presidente da Companhia de Saneamento de Minas Gerais (COPASA/MG).
Foi
também jogador profissional de futebol, presidente do diretório municipal do
MDB de Belo Horizonte, do Conselho de Administração Pública de Minas Gerais, do
Nacional Futebol Clube e membro dos conselhos deliberativos do Minas Tênis
Clube, do Clube Atlético Mineiro e do Clube Recreativo Mineiro.
Casou-se com Vânia Reis Cunha Pereira Valadares, com quem
teve três filhos.
Marcelo Costa/Rogério de Barros
FONTES: ASSEMB. LEGISL.
MG. Dicionário biográfico; ASSEMB. NAC. CONST. Repertório
(1987-1988); CÂM. DEP. Deputados brasileiros. Repertório (1991-1995);
COELHO, J. & OLIVEIRA, A. Nova; INF. BIOG.; Jornal do Brasil
(23 e 26/10/87); Portal da COPASA; Portal da Globo Minas.