JUCÁ, ANTÔNIO
JUCÁ,
Antônio
*dep. fed. CE 1963; sen. CE 1963-1965.
Antônio Jorge de Queirós Jucá nasceu em Crateús (CE) no dia 2 de março de 1915, filho de
Leonel Jucá Bezerra e Maria Jorge de Queirós Jucá.
Fez o curso primário no Colégio Cearense do Sagrado Coração,
passando a seguir para o Liceu do Ceará, onde concluiu os estudos secundários.
Em 1937, formou-se pela Faculdade de Medicina da Bahia. Especializou-se em
cardiologia através de cursos nas universidades de Harvard, Michigan, Illinois
e Tulane, nos Estados Unidos.
Foi professor de biologia e química, diretor do Hospital de
Isolamento de Fortaleza, professor de cardiologia e catedrático de clínica
médica da Universidade do Ceará. Em 1960 foi designado presidente do Instituto
de Aposentadoria e Pensões dos Industriários (IAPI).
Ingressou
na carreira política filiando-se ao Partido Trabalhista Brasileiro (PTB), tendo
sido presidente de seu diretório regional no Ceará. No pleito de outubro de
1962 elegeu-se deputado federal por seu estado e suplente do senador Carlos
Jereissati, na legenda do PTB. Nessa época apoiou a campanha pela antecipação
do plebiscito, previsto para 1965, que decidiria a forma de governo do país.
Realizada em janeiro de 1963, a consulta popular deliberou por grande maioria
de votos a volta ao presidencialismo, que havia dado lugar em setembro de 1961
ao parlamentarismo como forma conciliatória para propiciar a posse de João
Goulart. Assumiu sua cadeira na Câmara dos Deputados em fevereiro de 1963 mas,
três meses depois, com o falecimento de Carlos Jereissati, foi chamado para
substituir seu companheiro de chapa no Senado.
Durante o governo de Goulart (1961-1964) apoiou seu programa
de reformas de base, a política de libertação econômica dos monopólios
internacionais, de defesa do trabalhador rural e de reforma da Constituição.
Assim, foi favorável à ampliação da participação dos municípios na renda
tributária nacional, à reforma agrária e ao monopólio estatal em nome dos
interesses de segurança nacional e do desenvolvimento econômico. Apoiou ainda a
campanha pela reforma eleitoral que sustentava o mecanismo da cédula única em
todos os pleitos, além do voto dos analfabetos, da elegibilidade dos sargentos
e de medidas contra a influência do poder econômico, tendo defendido também as
relações diplomáticas e comerciais do Brasil com todos os povos do mundo, a
partir dos princípios da autodeterminação e da não-intervenção nos negócios
internos das nações. Foi vice-líder do PTB no Senado Federal em 1964 e 1965 e
membro efetivo da Comissão de Economia.
Com
a promulgação do Ato Institucional nº 2 (18/10/1965) que extinguiu os partidos
políticos existentes e instaurou o bipartidarismo, filiou-se ao Movimento
Democrático Brasileiro, agremiação política de oposição ao regime militar
instalado no país em abril de 1964.
Presidiu a Sociedade Brasileira de Cardiologia e integrou a
Associação Cultural Centro Médico Cearense e a American Heart Association.
Atuou também como jornalista.
Faleceu na cidade do Rio de Janeiro no dia 26 de outubro de
1965, em pleno exercício de seu mandato de senador.
FONTES: BRAGA, R.
Dic.; CÂM. DEP. Anais; CÂM. DEP. Deputados brasileiros (1946-1967); CAMPOS, Q.
Fichário; GIRÃO, R. Ceará; MACEDO, R. Efemérides; SENADO. Relação; SENADO.
Relação dos líderes.