VALADÃO, ARI
*dep.
fed. GO 1967-1977; gov. GO 1979-1983; dep. fed. TO
1989-1991, 1996.
Ari Ribeiro Valadão nasceu em
Anicuns (GO), no dia 14 de novembro de 1921, filho de Benedito Teodoro Valadão
e de Emília Parrodi Valadão.
Bacharel em ciências jurídicas e sociais pela faculdade de
direito da Universidade Federal de Goiás, fez pós-graduação em criminologia e
balística grafotécnica.
Advogado, agricultor e industrial, foi prefeito de Anicuns,
município distante 120 quilômetros de Goiânia, entre 1947 e 1959. Era já nessa época o principal líder político local e presidente do diretório municipal
da União Democrática Nacional (UDN). Eleito para a Assembléia Legislativa em
1958, apoiado pela Coligação Democrática, formada pela UDN e o Partido Social
Progressista (PSP), assumiu sua cadeira em fevereiro do ano seguinte. Reeleito
em novembro de 1962, sob a mesma aliança partidária, foi escolhido presidente
regional da UDN e, em 1964, líder da bancada. Nessa legislatura, participou das
comissões de Constituição e Justiça, de Finanças, de Viação e Obras Públicas e
de Agricultura.
Em
1964, teve atuação destacada nos episódios que determinaram a queda do
governador Mauro Borges (1961-1964), em conseqüência do movimento
político-militar de 31 de março de 1964, que derrubou o presidente João Goulart
(1961-1964). Extintos os partidos políticos pelo Ato Institucional nº 2
(27/10/1965), e instaurado o bipartidarismo, filiou-se à Aliança Renovadora
Nacional (Arena), partido de apoio ao regime de exceção. Líder do governo Otávio
Laje (1965-1971) durante praticamente todo o ano de 1966, elegeu-se deputado
federal por Goiás em novembro, na legenda arenista. Tomou posse em fevereiro de
1967, depois de encerrar, no mês anterior, seu mandato estadual. Na Câmara
integrou, como titular, as comissões de Saúde, de Orçamento e de
Desenvolvimento da Região Centro-Oeste, sendo suplente da Comissão de Relações
Exteriores. Reeleito, em novembro de 1970, no ano seguinte fez curso na
Associação dos Diplomados da Escola Superior de Guerra (ADESG). Presidiu a
Comissão de Desenvolvimento da Região Centro-Oeste e, na qualidade de membro
efetivo, fez parte da Comissão de Ciência e Tecnologia, permanecendo como
suplente da Comissão de Relações Exteriores. No pleito de novembro de 1974,
conquistou seu terceiro mandato, licenciando-se em fevereiro de 1977, para
assumir o cargo de secretário do Interior e Justiça, em Goiás, substituindo
Lourival Morais Fonseca, no governo de Irapuã da Costa Júnior (1975-1979).
Em abril de 1978, ao ser indicado oficialmente candidato
arenista à sucessão em Goiás, declarou-se a favor da criação de novos partidos
e contra uma anistia ampla, geral e irrestrita, propondo em contrapartida uma
revisão parcial das cassações. Em setembro de 1978, tendo como companheiro de
chapa e candidato a vice-governador Rui Brasil Cavalcanti Júnior, foi eleito
para o governo de Goiás pelo Colégio Eleitoral do estado. Dos 387 delegados
habilitados, 350 votaram na chapa apresentada pela Arena; os 37 delegados do
Movimento Democrático Brasileiro (MDB) não compareceram à votação em sinal de
protesto. Assumiu o mandato em março de 1979 e, com a extinção do
bipartidarismo, em 29 de novembro, e a conseqüente reformulação partidária,
filiou-se à agremiação governista, o Partido Democrático Social (PDS).
Num
discurso feito em outubro de 1980, declarou que “o futuro do país está no
Norte, e não no Sul, uma região de terras caríssimas e fracionadas em
minifúndios”. Na chefia do Executivo estadual, conseguiu que o governo federal
assinasse um acordo de cooperação com a Organização dos Estados Americanos
(OEA), para estabelecer perfis de uma série de atividades econômicas na região
da bacia hidrográfica do rio Tocantins. Em março de 1981, participou do V
Congresso Nacional do Arroz e, dois meses depois, pronunciou conferência com o
título “A importância geopolítica do estado de Goiás” perante 23 oficiais
do Estado-Maior das Forças Armadas (Emfa).
Transferiu o governo para o candidato eleito pela oposição, Íris Resende, em
março de 1983.
Manteve-se afastado da cena política até a criação do estado
de Tocantins, pela Assembléia Nacional Constituinte, em 1988, através do
desmembramento do norte de Goiás. Nessa ocasião, foi eleito presidente do
diretório estadual do PDS. Em outubro do mesmo ano, foram convocadas eleições
em Tocantins, sendo fixada a duração de dois anos, para os mandatos de
deputados estaduais e federais e do senador menos votado; e de seis anos, para
os dois senadores mais votados. Eleito deputado federal, foi investido no cargo
em 1989, deixando a Câmara em janeiro de 1991.
Em 1994, ingressou no Partido Progressista Reformador (PPR),
agremiação resultante da fusão do PDS com o Partido Democrata Cristão (PDC). Em
outubro, tentou retornar à Câmara dos Deputados, na legenda do PPR, mas obteve
apenas uma suplência. Em 1995 foi para o Partido Progressista Brasileiro (PPB),
criado em agosto, em virtude da fusão do PPR com o Partido Progressista (PP).
Exerceu
o mandato de 3 de abril a 31 de maio de 1996, na vaga de Antônio Jorge, e de 3
de junho a 1º de agosto, na vaga de Darci Coelho. Atuou nos trabalhos
legislativos como membro das comissões de Viação e Transporte, de Constituição
e Justiça, e de Redação, participando ainda da Comissão Especial sobre o
projeto de emenda constitucional que assegurava o mandato parlamentar aos vices.
Sem
participar de nenhuma eleição desde 1996, em setembro de 2008 Ari Valadão fez
campanha para a reeleição do prefeito de Palmas, Raul Filho (PT). Em dezembro do
mesmo ano foi homenageado pela prefeitura de Aruanã, recebendo a comenda “Portal
do Araguaia”.
Casado com Maria Bahia Peixoto Valadão, teve cinco filhos.
Sua esposa foi deputada federal por Goiás, de 1991 a 1999.
FONTES: CÂM. DEP. Deputados;
CÂM. DEP. Deputados brasileiros. Repertório (1967-1971, 1971-1975); CÂM. DEP. Lista
de suplentes (1995-1999); Jornal do Brasil (16/1/77, 21/4 e 2/9/78, 16/3/79,
7/10/80, 28/3, e 7/5/81); NÉRI, S.
16; Perfil (1972);