VELOSO,
Domício
*pres. CNI 1962 e 1977-1980.
Domício Veloso da Silveira
nasceu em Recife no dia 17 de novembro de 1913, filho de Aprígio Veloso da
Silveira e de Maria do Carmo Abreu Veloso da Silveira.
Estudou no Ginásio Pernambucano, em sua cidade natal, e
bacharelou-se em 1939 pela Faculdade de Direito do Recife. Iniciou sua vida
profissional como empregado de seu pai na Companhia Fábrica de Aniagem de
Pernambuco, e depois na S.A. Indústria Têxtil de Campina Grande, na Paraíba,
tornando-se, em 1939, diretor-superintendente desta última.
Em 1948 foi eleito presidente da Associação Comercial de
Campina Grande e da Associação Comercial da Paraíba. No mesmo ano, fundou a
Federação das Indústrias da Paraíba, da qual foi o primeiro presidente e, mais
tarde, conselheiro. Participou da criação de diversos sindicatos e associações
patronais na Paraíba e no Rio de Janeiro, então Distrito Federal. Em 1951
fundou, no Rio de Janeiro, a Passamanaria Fábrica Marialva S.A., produtora de
cadarços.
Em fevereiro de 1962, elegeu-se presidente da Confederação
Nacional da Indústria (CNI) — associação sindical patronal de âmbito nacional,
criada em 1938 —, substituindo a junta governativa que dirigira a entidade de
outubro de 1961 a janeiro de 1962, composta por Fernando Gasparian, Paulo
Figueiredo Barreto e José Pironnet. Em sua gestão realizou visita oficial aos
Estados Unidos e México, compondo a comitiva presidencial, para negociar a
relação com as indústrias daqueles países. Em novembro de 1962 deixou a
presidência da CNI, sendo substituído por Haroldo Correia Cavalcanti. Como
delegado da entidade, representou a indústria brasileira em reunião da
Organização Internacional do Trabalho (OIT), realizada em 1969, em Genebra, Suíça.
Em
1970 passou a atuar em benefício da Santa Casa da Misericórdia do Rio de
Janeiro, tornando-se em 1973 conselheiro desta entidade.
Em
setembro de 1977 reelegeu-se para a presidência da CNI, sucedendo a Tomás
Pompeu de Sousa Brasil Neto, a quem fazia oposição. Dentre as principais metas
de sua gestão, sintetizadas no Programa de Desenvolvimento Integrado das
Entidades da Indústria (Prodin), destacaram-se a retomada da livre iniciativa
do mercado perante as forças coercitivas do capitalismo de Estado e das
corporações multinacionais; o fortalecimento e estímulo à indústria nacional
privada, não apenas aos setores tradicionais mas também aos setores dinâmicos,
como os bens de capital e os insumos básicos; o desenvolvimento tecnológico
nacional simultâneo à formação e treinamento de técnicos de nível médio, e a
criação do Instituto Nacional de Desenvolvimento Industrial para dar
assistência técnica e gerencial às pequenas e médias empresas. Ao tomar posse
em outubro de 1977, declarou que a defesa da indústria nacional — principal
meta da entidade — não significava, a priori, oposição à indústria estrangeira,
a seu ver benéfica ao Brasil, na medida em que introduzia no país bens e
tecnologia.
Ainda
à frente da CNI, apoiou, durante o governo do presidente Ernesto Geisel
(1975-1979), a proposta oficial de abertura política no país, desde que
ficassem garantidas as salvaguardas necessárias à defesa do regime, como o Ato
Institucional nº 5 (AI-5), de 13 de dezembro de 1968. Em 1980 deixou a
presidência da CNI, sendo substituído por Albano Franco.
Continuou
trabalhando para a Santa Casa, sendo eleito em 1983 mordomo do Hospital Geral,
e por várias vezes conselheiro e definidor.
Até maio de 1995 ocupou o cargo de diretor-superintendente da
S.A. Indústria Têxtil de Campina Grande, passando então para o conselho de
administração.
Faleceu no Rio de Janeiro no dia 28 de julho de 1995.
Era casado com Rute Pereira Carneiro Veloso da Silveira, com
quem teve uma filha.
FONTES: CONF. NAC.
IND.; Correio da Manhã (2/2/62); Correio da Paraíba (13/8/95); Globo
(2/8/95); Jornal do Brasil (15/9, 15/10, 9/11 e 7/12/77 e 16/5/78); Veja
(13/7/77); Who’s who in Brazil.