FRAZÃO,
Sérgio Armando
*diplomata; pres. IBC 1961-1963; emb. Bras.
Uruguai 1966-1968; emb. Bras. Alemanha Ocid. 1970-1971; emb. Bras. ONU
1971-1975.
Sérgio Armando Frazão nasceu
no Rio de Janeiro, então Distrito Federal, no dia 26 de fevereiro de 1917,
filho de Félix Armando de Morais Frazão e Zélia Halbout de Amorim Frazão.
Bacharelando-se pela Faculdade de Direito da Universidade do
Brasil, em sua cidade, ingressou na carreira diplomática em 1942, como cônsul
de terceira classe. Em 1943 foi auxiliar do representante do Ministério das
Relações Exteriores junto ao Conselho Nacional de Imigração e Colonização, por
ocasião da reforma das leis de imigração e colonização, e no ano seguinte foi
transferido para Paris. Vice-cônsul nessa cidade de 1944 a 1946, nesse último ano foi promovido a segundo-secretário. Removido para Varsóvia, Polônia,
foi encarregado de negócios nessa cidade em 1948. Exerceu as mesmas funções em
Viena, na Áustria, em 1950, e, promovido a primeiro-secretário em 1952,
integrou a missão junto à Organização das Nações Unidas (ONU) de 1953 a 1955. Serviu na embaixada brasileira no Chile de 1955 a 1957, atuando como encarregado de negócios na capital chilena em 1956.
Chefe-substituto da Divisão Comercial do Itamarati em 1957,
foi, no ano seguinte, representante desse ministério junto ao Instituto
Brasileiro do Café (IBC). Promovido a conselheiro em 1958, foi chefe do Serviço
Econômico da Europa desse ano até o ano seguinte e ainda em 1959 participou da
junta diretora do Comércio Internacional do Café, em Washington. Promovido a ministro de segunda classe também em 1959, tornou-se chefe da Divisão
Comercial do Ministério das Relações Exteriores. Transferido em seguida para
Lisboa, foi ministro-conselheiro da embaixada brasileira até 1960 e encarregado
de negócios nesse mesmo ano. Designado a seguir ministro-conselheiro da
embaixada do Brasil em Washington, permaneceu nesse posto até 1961. Durante sua
permanência na capital norte-americana, foi presidente do Convênio
Internacional do Café.
Estudioso
dos problemas relativos ao café, foi nomeado, em fevereiro de 1961, presidente
do IBC, sucedendo a Renato Costa Lima. Suas principais preocupações durante a
gestão foram a repressão ao contrabando do café e a ampliação da
comercialização do produto, que seria “o verdadeiro financiador do
desenvolvimento econômico nacional”. Promovido a ministro de primeira classe
ainda em 1961, chefiou a delegação brasileira à Conferência Internacional do
Café, realizada em Nova Iorque em junho de 1962. Ainda em 1962, na vigência do
regime parlamentarista no Brasil (setembro de 1961 a janeiro de 1963), foi assessor especial da presidência do Conselho de Ministros. Em julho de
1963 deixou a presidência do IBC, sendo substituído por Nélson Maculan.
Nomeado
embaixador do Brasil na República Árabe Unida, exerceu a função de março a
dezembro de 1964. Nesse período participou, como observador do Brasil, da
Conferência dos Países Não-Alinhados, realizada no Cairo. Entre 1966 e 1968 foi
embaixador do Brasil no Uruguai. Em seguida passou a chefiar a delegação
brasileira junto aos organismos internacionais da ONU sediados em Genebra
(Suíça). Desempenhou essa função até 1969, ano em que chefiou a delegação
brasileira à Conferência sobre Desarmamento, realizada nessa cidade. Nomeado
embaixador do Brasil na República Federal da Alemanha em fevereiro de 1970,
permaneceu nesse posto até maio de 1971. Em junho deste último ano passou a
embaixador do Brasil na ONU. Como tal, foi vice-presidente e depois presidente
do Conselho Econômico e Social da ONU, e chefe das delegações brasileiras às
LI, LII, LIII, LV e LVII sessões desse conselho. No encerramento dos debates da
Comissão Política Especial da ONU para a Segregação Racial, garantiu o apoio do
Brasil a medidas contra o racismo e pediu esforços da ONU para a melhoria das
condições da população negra da África do Sul. Em 1975 foi nomeado embaixador
brasileiro em Madri, função que desempenhou até 1982. No ano seguinte passou a
chefiar a delegação permanente do Brasil junto à Organização das Nações Unidas
para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO), com sede em Paris, vindo a
aposentar-se ainda nesse mesmo ano.
Foi ainda professor de direito internacional público na
Faculdade de Direito da Universidade do Brasil, no Rio de Janeiro.
Faleceu no Rio de Janeiro no dia 7 de janeiro de 1986.
Era casado com Lice de Faria Frazão, com quem teve um filho,
Armando Sérgio Frazão, também diplomata.
FONTES: CONSULT.
MAGALHÃES, B.; Grande encic. Delta; Grande encic. portuguesa;
INF. Nélson Maculan; INF. Div. Pes. Itamarati; MIN. REL. EXT. Almanaque;
MIN. REL. EXT. Anuário (1973); Rev. Comércio do Café (2).