VARELA, Lael
*const.
1987-1988; dep. fed. MG 1987-1991; 1991-1995;
1995-1999; 1999-2003; 2003-2007; 2007-2011; 2011-.
Lael Vieira Varela nasceu
em Muriaé (MG) no dia 19 de fevereiro de 1939, filho do agricultor Misael
Ferreira Varela e de Maria Vieira Varela.
Fez o curso secundário no Centro
Educacional Marinho Nunes, no Rio de Janeiro. Empresário rural e proprietário
de uma rede de concessionárias de veículos, em 1974 viajou a diversos países
europeus a convite da SAAB-Scania da Suécia. Em 1980, foi eleito por
unanimidade diretor da Associação Brasileira dos Concessionários Scania S.A.
(Assobrasc) e, no ano seguinte, presidente do Sindicato Rural de Muriaé, cargo
que exerceria por dois mandatos até 1987.
No pleito de novembro de 1986,
candidatou-se por Minas Gerais a uma cadeira na Câmara dos Deputados, na
legenda do Partido da Frente Liberal (PFL). Eleito, assumiu o mandato em
fevereiro do ano seguinte, participando dos trabalhos da Assembléia Nacional
Constituinte (ANC) como titular da Subcomissão da Questão Urbana e Transporte,
da Comissão de Ordem Econômica, e suplente da Comissão de Sistematização. Nas
votações mais importantes da Constituinte, pronunciou-se a favor da unicidade
sindical, do presidencialismo e do mandato de cinco anos para o presidente José
Sarney. Votou contra a limitação do direito de propriedade privada, o mandado
de segurança coletivo, a remuneração 50% superior para o trabalho extra, a
jornada semanal de 40 horas, o turno ininterrupto de seis horas, o aviso prévio
proporcional, a soberania popular, o voto aos 16 anos, a nacionalização do
subsolo, a estatização do sistema financeiro, a legalização do aborto e a
limitação dos encargos para a dívida externa. Com a promulgação da nova Carta
constitucional em 5 de outubro de 1988, passou a participar dos trabalhos
ordinários da Câmara. Foi titular da Comissão de Economia, Indústria e
Comércio, da Comissão de Viação, Transportes, Desenvolvimento Urbano e
Interior, e suplente da Comissão de Agricultura e Política Rural.
Reeleito no pleito de outubro de
1990, iniciou novo mandato em fevereiro de 1991, participando dos trabalhos
legislativos como membro titular da Comissão de Viação, Transportes,
Desenvolvimento Urbano e Interior. Na sessão da Câmara de 29 de setembro de
1992, votou a favor da abertura do processo de impeachment do presidente
Fernando Collor de Melo, acusado de crime de responsabilidade por envolvimento
numa rede de corrupção comandada por Paulo César Farias, que lhe servira como
tesoureiro durante a campanha eleitoral. Afastado da presidência logo após a
votação na Câmara, Collor renunciou ao mandato em 19 de dezembro de 1992, pouco
antes da conclusão do processo pelo Senado Federal, sendo efetivado na
presidência da República o vice Itamar Franco, que já vinha exercendo o cargo
interinamente desde o dia 2 de outubro.
Ainda nessa legislatura, integrou
como membro titular a Comissão de Viação e Transportes e como suplente a
Comissão Mista de Planos, Orçamentos Públicos e Fiscalização, as comissões
especiais sobre eleição distrital mista, sobre o sistema tributário nacional e
sobre a vinculação do salário mínimo na fixação da aposentadoria e da pensão
por morte. Diante das principais matérias apresentadas à Câmara, manifestou-se
a favor do fim do voto obrigatório e da criação do Fundo Social de Emergência
(FSE), que concedeu ao Executivo Federal uma margem de autonomia na alocação de
recursos, autorizando-o a aplicar em outras áreas verbas inicialmente previstas
para os Ministérios da Educação e Saúde. Não compareceu à sessão que instituiu
o Imposto Provisório sobre Movimentação Financeira (IPMF), contribuição de
0,25% que incidiu sobre operações bancárias.
No pleito de outubro de 1994,
reelegeu-se mais uma vez deputado federal, sempre na legenda do PFL, obtendo a
maioria dos votos provenientes de sua base eleitoral na região da Zona da Mata.
Assumiu novo mandato em fevereiro de 1995, participando dos trabalhos
legislativos como membro titular da Comissão de Viação e Transportes. Nas
votações das emendas constitucionais propostas pelo governo federal em 1995,
votou a favor da quebra do monopólio dos estados na distribuição de gás
canalizado, da quebra do monopólio das embarcações nacionais na navegação de
cabotagem, da mudança no conceito de empresa nacional, da quebra do monopólio
estatal das telecomunicações e da quebra do monopólio da Petrobras na
exploração de petróleo. Foi ainda favorável à prorrogação do FSE, cujo nome foi
modificado para Fundo de Estabilização Fiscal (FEF).
Em julho de 1996, votou contra a
aprovação da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF),
imposto de 0,2% sobre transações bancárias, criado como fonte complementar de
recursos para a saúde, em substituição ao IPMF. Em 1997, declarou-se favorável
à emenda constitucional que permitiu a reeleição do presidente da República,
dos governadores e dos prefeitos e à emenda que pôs fim à estabilidade dos
funcionários públicos.
Reelegeu-se deputado federal no
pleito de outubro de 1998 na legenda do PFL. Em novembro, manifestou-se a favor
da reforma da Previdência que fixou um teto salarial para a aposentadoria dos
servidores públicos e estabeleceu idade e tempo de contribuição mínimos para os
trabalhadores do setor privado. Iniciou novo mandato na Câmara dos Deputados em
fevereiro de 1999.
Reeleito em 2002, participou em 2003
da CPI que investigou as atividades da SERASA. No mesmo ano votou a favor da
reforma da Previdência elaborada pelo Executivo. Foi também membro titular da
Comissão de Viação e Transporte e da Comissão de Economia, Indústria e Comércio.
Em diversos pronunciamentos criticou a aprovação do Estatuto do Desarmamento e
apoiou a campanha do “Não” no referendo sobre o fim da venda de armas de fogo
no Brasil realizado em 2005.
Em 2006 foi eleito pela sexta vez
deputado federal, com 148.370 votos, sendo o candidato mais votado do PFL em
Minas Gerais. Pronunciou-se nessa legislatura contra a política de reforma
agrária do governo federal e contra projetos que tramitavam no Congresso
favoráveis a descriminalização do aborto. Em setembro de 2007, votou a favor da
emenda constitucional que prorrogava a CPMF até o ano de 2011, contrariando a
orientação do PFL. Votou também contra o fim do imposto sindical. Ainda em
2007, quando o PFL mudou o nome para Democratas (DEM), tornou-se membro do
diretório nacional do DEM e membro da executiva regional de Minas Gerais. Foi
apontado por levantamentos realizados pelo jornais O Globo e Estadão como o
deputado que mais votou em desacordo com a orientação de seu partido.
Nas eleições de Outubro de 2010, foi
reeleito com 243.884 votos. Assumiu seu sétimo mandato em Fevereiro de 2011,
quando se manteve enquanto titular da Comissão de Seguridade Social e Família. Além
de líder ruralista, foi diretor-presidente de várias empresas concessionárias
de veículos em Minas Gerais e no Espírito Santo, da Lael Varela Administração e
Assessoria Ltda., em Muriaé, e da Agropecuária Lael Varela, atuante em Muriaé,
Miraí (MG) e Governador Valadares (MG), município onde também foi presidente do
Sindicato Rural e da Associação Comercial. Criou a Fundação Cristiano Varella,
que administra o Hospital do Câncer de Muriaé.
Desquitado, foi casado com Maria da
Glória Ferreira Varela, com quem teve quatro filhos.
Foi autor de quatro
livros: Delenda reforma agrária! (1998), Minas: peito de
ferro, coração de ouro(1998), Delenda reforma agrária II: ignorância ou
má-fé? (1999) e Minas: um estado de espírito (2000), todos
publicados pela Câmara dos Deputados.
FONTES: ASSEMB. NAC.
CONST.; Porta da Câmara dos Deputados. Disponível em <http://www2.camara.gov.br>. Acesso em
17/07/2009 e 30/10/2013;
COELHO, J.OLIVEIRA, A. Nova;
Folha de S. Paulo; MONTEIRO, N.G. Dicionário biográfico de Minas
Gerais; Perfil parlamentar/IstoÉ; Portal do dep. fed. Lael Varella.
Disponível em <http://www.deputadolaelvarella.com.br>.
Acesso em 17/07/2009; Portal Democratas. Disponível em <http://www. democratas.org.br>. Acesso
em 18/07/2009; Portal de Notícias G1. Disponivel em>
<jttp://www.g1.globo.com/>. Acesso em 27/11/2013; Portal Empresas Lael
Varella. Disponível em <http://www.empresaslaelvarella.com.br>.
Acesso em 17/10/2009.