FRANCO, Leonor
*min. Bem-Estar Soc. 1993-1994.
Leonor Barreto Franco nasceu em Aracaju (SE) no dia 27 de maio de 1946, filha de José Figueiredo Barreto e
de Maria Flora de Almeida Barreto.
Bacharelou-se
em ciências jurídicas e sociais pela Faculdade de Direito da Universidade
Federal de Sergipe, exercendo a profissão de advogada entre 1969 e 1970. Em
1971, casou-se com Albano do Prado Pimentel Franco que, dando continuidade à
tradição política da família, foi senador constituinte na legenda do Partido
Democrático Social (PDS) durante o período de
1983-1995, além de presidente
da Confederação Nacional das Indústrias (CNI) de 1980 até 1994, ocasião em que
se elegeu governador do estado do
Sergipe na legenda do Partido da Social-Democracia
Brasileira (PSDB).
Leonor Franco destacou-se por sua atuação na área social, a
princípio no estado do Sergipe e, posteriormente, em nível nacional. Nomeada
superintendente estadual da Fundação Legião Brasileira de Assistência (LBA) do Sergipe em 1979, dois anos depois assumiu a presidência do
Núcleo de Trabalho Comunitário (Nutrac) do Sergipe. Em 1985, afastou-se da superintendência estadual da LBA, mas
permaneceu à frente do Nutrac até 1992.
Em
novembro de 1992,
tomou posse na presidência nacional da LBA, pouco depois de o vice-presidente
Itamar Franco ter assumido interinamente a presidência em virtude de a Câmara
dos Deputados ter autorizado, em 29 de setembro, a abertura do processo de impeachment
do presidente Fernando Collor de Melo (1990-1992), acusado de corrupção. Em
maio de 1993, ao ser homenageada pela Federação das Indústrias de Pernambuco,
discordou da ministra da Secretaria de Administração Federal (SAF), Luísa
Erundina, que sugerira no Congresso a extinção da LBA. Leonor reconheceu que a
LBA tinha muitos problemas e responsabilizou os seus antecessores, Rosane
Collor e Paulo Sotero, pela crise pela qual passava a instituição. Ela acusou
Sotero de ter sumido com partes de processos e auditorias que comprometiam os
antigos membros da direção nacional da LBA em atos de corrupção, ocorridos
durante o governo do presidente Collor.
Leonor
assumiu a presidência da LBA em um momento de aguda crise decorrente, entre
outros fatores, da administração da ex-primeira-dama Rosane Collor, que
transferiu a diretoria nacional da instituição para Brasília, deixando na
antiga sede, no Rio de Janeiro, um grande número de funcionários ociosos e os
arquivos que reuniam cerca de 50 anos de
história da entidade. Mas o
principal problema que atingiu a
LBA, em 1993, foi a redução
de 40% do orçamento em relação ao montante do ano anterior. Dos recursos disponíveis,
2/3 eram aplicados em programas de auxílio a crianças, idosos e excepcionais, e
o restante era destinado à manutenção da estrutura administrativa e ao
pagamento de funcionários. Dessa forma, além da morosidade na liberação das
verbas, o atendimento às instituições conveniadas ficou ainda mais prejudicado
com a redução dos recursos.
Durante
o ano de 1993, Leonor tornou-se membro do Conselho Nacional dos Direitos da
Criança e do Adolescente (Conadam) e também do conselho da Fundação Banco do
Brasil. Em dezembro do mesmo ano, assumiu interinamente o Ministério do
Bem-Estar Social, cargo que acumulou com a presidência da LBA. Foi empossada na
pasta com o compromisso de extingui-la num prazo de 40 dias. Ao receber o cargo
de seu antecessor,
Jutaí Magalhães Júnior, que se afastara da função para concorrer ao governo da
Bahia na legenda do PSDB, Leonor anunciou que toda a área social do governo
deveria ser absorvida pela LBA e que as políticas de habitação e saneamento
constituiriam as prioridades de sua gestão. Leonor propôs-se a traçar um quadro
de todas as secretarias do ministério a ser apresentado ao presidente Itamar
Franco, a quem caberia transferi-las para a LBA. Tal trabalho seria realizado
em conjunto com a SAF.
Em março de 1994, foi confirmada no cargo de ministra. Ao
longo do ano, Leonor Franco foi membro dos conselhos do Fundo de Garantia do
Tempo de Serviço e do Fundo de Desenvolvimento Social, e também do Conselho
Nacional de Seguridade Social e do Conselho Nacional de Saúde. Em dezembro de 1994,
foi nomeada presidente do conselho nacional do Serviço Social da Indústria
(Sesi).
Em seguida à posse de Fernando Henrique Cardoso na
presidência da República, em 1º de janeiro de 1995, Leonor deixou o Ministério
do Bem-Estar Social, em virtude da extinção da pasta, e também a presidência da
LBA que, vinculada ao extinto ministério, foi desativada. Nesse mesmo dia, seu
marido Albano Franco tomou posse no governo de Sergipe e Leonor, na condição de
primeira-dama, passou a se dedicar a atividades assistenciais em seu estado
natal.
Em
abril e setembro do
mesmo ano, chefiou as delegações brasileiras que participaram, respectivamente,
da II Reunião Americana sobre Infância e Política Social, em Bogotá (Colômbia),
e da Conferência Internacional sobre População e Desenvolvimento, no Cairo
(Egito).
Ainda em 1995, tornou-se membro do conselho superior do
Instituto Euvaldo Lodi e filiou-se ao Partido Popular Socialista (PPS).
Em 1998, com a reeleição de Albano Franco para o governo sergipano,
Leonor Franco continuou à frente dos programas de assistência social em Sergipe até o fim do mandato de Albano em 2003.
Teve dois filhos.
Libânia Xavier
FONTES:
CURRIC. BIOG.;
Globo (1 e 2/5/93); Jornal
do Brasil (29/12/93);
<www.cinform.com.br/noticias/255200918371313413/MENOS+PESSOAL+MAIS+INSTITUCIONAL.html>. Acesso
em:
18 de out. de 09.