REDE
SUSTENTABILIDADE
Partido
político nacional oficialmente registrado em 22 de setembro de 2015, com o
número 18.
Origens
A
história do partido Rede Sustentabilidade está diretamente relacionada à
trajetória política de sua primeira presidente, Marina Silva. Em 2010, a
ex-ministra do Meio Ambiente e ex-senadora candidatou-se a presidente nas eleição presidencial de 2010 pelo Partido Verde (PV), tendo recebido
cerca de 19,6 milhões de votos e ficado na terceira colocação. Já com a
intenção de formar um novo partido, em junho de 2011 desfiliou-se do PV.
No início
de novembro de 2011, Marina criou o “Movimento por uma Nova Política”, com o
objetivo declarado de incentivar discussões sobre novas formas de fazer
política, sendo considerado um "embrião de um futuro partido". Nas
eleições municipais de 2012, Marina declarou apoio a candidatos de diferentes
partidos, como PT, PDT e PSB.
Fundação
e efetivação do registro do partido
Em 16 de
fevereiro de 2013, no Encontro Nacional da Rede Pró Partido, realizado em
Brasília, ocorreu a fundação oficial do partido. Este evento recebeu o slogan de
"Rede Pró-Partido" e estiveram presentes cerca de 1,5 mil pessoas. Nesse
contexto, Marina já era anunciada como uma possível candidata pela Rede
Sustentabilidade à presidência da República nas eleições de 2014, embora ela
negasse que estivesse criando o partido apenas com este fim. No evento, Marina declarou que o futuro partido não seria
"nem direita, nem esquerda, estamos à frente” Segundo ela, poderiam ocorrer alianças
pontuais, mas era preciso ficar claro que se tratava de um partido diferente.
Em 26 de
fevereiro de 2013, dez dias após sua fundação, o primeiro estatuto da Rede foi
publicado no Diário Oficial da União. Os onze pontos
considerados pela Rede como os principais de seu programa são: revisão do
estatuto em dez anos; cláusulas inalteráveis, como defesa da dignidade, das
minorias, da transparência, eficiência, da coisa pública e do bem comum;
consultas permanentes às bases do partido no formato de plebiscitos; conselho
político aberto à sociedade, não necessariamente composto por filiados;
possibilidade apenas de uma reeleição para detentores de mandatos
parlamentares, salvo em situações em que um plebiscito permitir o contrário;
limite de doações de pessoas jurídicas em campanhas e vedação de doações de
empresas de bebidas alcoólicas, agrotóxicos, armas e tabacos; transparência
total online dos gastos durante a campanha eleitoral; utilização de redes
sociais para dinâmica partidária; presença de um ouvidor do partido, com
direito à realização de audiências públicas; cotas para negros e índios; e
obrigação de que até 30% das candidaturas sejam "cívicas e
independentes", de pessoas que não terão a obrigação de participar da
dinâmica partidária, mas que tenham interesse em se candidatar.
O nome “Rede”
foi escolhido por meio de sugestões feitas em fóruns da internet. Um pequeno
grupo formado por apoiadores avaliaram as sugestões e escolheram a que
consideravam o nome mais adequado. Segundo Marina Silva, “o nome que vamos
registrar é Rede porque vamos ser uma rede que dialoga com diferentes setores
da sociedade. ” O partido possui representação em todas as vinte e sete unidades federativas.
A Rede
acreditava que até maio de 2013 seria possível alcançar as quinhentas mil
assinaturas requeridas pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE)
para que a Rede virasse oficialmente um partido e disputasse as eleições de
2014. Entretanto, no primeiro semestre de 2013, um projeto de lei defendido
pelo governo visava inibir a criação de novos partidos no Brasil, já que parlamentares
eleitos por outras agremiações partidárias não levariam consigo o tempo de
rádio e televisão e o direito a uma parte maior do dinheiro do Fundo Partidário
quando trocassem de partido. Durante a tramitação no Congresso, o projeto foi
visto como “anti-Marina Silva”, em referência ao partido que a ex-senadora tentava
formar. Após a
aprovação pelo Senado Federal, a presidente Dilma Rousseff sancionou
o PL 4470/12 no final de outubro de 2013.
Em 3 de
outubro de 2013, o Tribunal Superior Eleitoral negou o registro ao partido com
seis votos contrários e um a favor. Os ministros justiçaram a negativa,
afirmando que a Rede não havia atingido o objetivo que a justiça eleitoral exigia
de recolher 492 mil assinaturas, uma vez que muitas delas foram impugnadas
pelos cartórios eleitorais. Faltaram outras 49 mil para atingir o mínimo
exigido. O tribunal alterou o status do pedido de criação da legenda
para em "diligência", permitindo que a Rede apresentasse mais
assinaturas.
No início
de novembro de 2014, a Rede Sustentabilidade voltou a coletar assinaturas com a
meta de atingir novos cem mil apoios até o final daquele ano. Foram
arregimentadas cerca de 498 mil assinaturas e, em 22 de setembro de 2015, o Partido Rede Sustentabilidade teve seu
registro concedido pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), sendo o 34º partido
do Brasil e apto a lançar candidatos para as eleições de 2016. Nesse pleito, o
partido conseguiu eleger cinco prefeitos, 14 vice-prefeitos, cerca de 160
vereadores, e disputou cinco 2º turnos (incluindo aí a participação dos
vice-prefeitos).
De acordo com o site do partido, “o
resultado das urnas, embora não seja numericamente expressivo, faz com que seja
reconhecida a importância de uma alternativa sustentável em um momento em que a
intensa polarização e a retórica do voto útil dominaram a disputa pelas
prefeituras nas grandes cidades brasileiras – tendo como casos expoentes São
Paulo e Rio de Janeiro. ”
No
contexto de discussões sobre a abertura do processo pelo afastamento da
presidente Dilma Rousseff, o partido se posicionou a favor de tal medida. Em
nota, destacou que havia elementos para esse processo, assim como para outro
contra o então vice-presidente Michel Temer. Lembrou ainda que o partido
abrigava opiniões diversas – o senador Randolfe Rodrigues e o deputado federal
Alessando Molon foram contrários, enquanto o deputado Miro Teixeira discursou
na Câmara em nome da Rede a favor do impeachment. Paralelamente aos debates
sobre o afastamento, no ano de 2016 o partido engajou-se numa campanha por
novas eleições presidenciais dada a crise política por que passava o país.
Em
outubro de 2016, consolidada a saída da presidente Dilma, um grupo de
intelectuais divulgou uma carta aberta à direção nacional do partido com
críticas ao posicionamento deste, anunciando sua desfiliação. Luiz Eduardo Soares, Miriam
Krenzinger, Marcos Rolim, Liszt Vieira, Tite Borges, Carla Rodrigues Duarte e
Sonia Bernardes afirmam, no documento, que a sociedade brasileira não [sabia] o
que [pensava] a Rede, nem [conseguia] situá-la no espectro
político-ideológico. (...) A Rede tem se estruturado sobre um vazio de
posicionamentos políticos. ”. Eles criticaram também a centralização das
decisões na figura de Marina Silva, sem consulta aos demais membros e também a
posição do partido de apoiar o impeachment de Dilma Rousseff.
FONTES:
Portal
Rede Sustentabilidade. Disponível em:
<https://redesustentabilidade.org.br/>.
Acesso em 06/03/2017; Portal G1.
Disponível em: <http://g1.globo.com/jornal-nacional/noticia/2011/07/marina-silva-deixa-partido-verde-e-diz-que-vai-criar-novo-movimento.html>.
Acesso em 06/03/2017; Portal Valor.
Disponível em: <http://www.valor.com.br/politica/1099076/marina-silva-lanca-movimento-por-uma-%E2%80%9Cnova-politica%E2%80%9D-em-sp-no-sabado>.
Acesso em 06/03/2017; Portal Extra.
Disponível em: <http://extra.globo.com/noticias/brasil/veja-principais-pontos-do-programa-do-estatuto-do-partido-de-marina-7599120.html>.
Acesso em 06/03/2017; Portal Folha de S.
Paulo. Disponível em: <http://www1.folha.uol.com.br/poder/2015/09/1685146-tse-aprova-criacao-da-rede-sustentabilidade-de-marina-silva.shtml>.
Acesso em 06/03/2017; Portal Último
Segundo. Disponível em: <http://ultimosegundo.ig.com.br/politica/2013-02-16/partido-de-marina-silva-promete-ser-uma-legenda-pura.html>.
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Acesso em 06/03/2017; Portal do Tribunal Superior Eleitoral. Disponível em: <http://www.tse.jus.br/partidos/partidos-politicos>.
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Acesso em 06/03/2017; Portal O Povo.
Disponível em: <http://www.opovo.com.br/app/opovo/politica/2013/02/18/noticiasjornalpolitica,3007496/marina-diz-que-rede-nao-e-esquerda-direita-situacao-nem-oposicao.shtml>.
Acesso em 06/03/2017; Portal Estadão. Disponível em: <http://politica.estadao.com.br/noticias/geral,com-marina--rede-lanca-campanha-por-novas-eleicoes,10000024705>.
Acesso em 07/03/2017; Portal G1.
Disponível em: <http://g1.globo.com/politica/processo-de-impeachment-de-dilma/noticia/2016/04/rede-se-posiciona-favor-do-processo-de-impeachment-de-dilma.html>;
Portal Veja: <http://veja.abril.com.br/politica/lideres-da-rede-anunciam-desfiliacao-e-criticam-marina/>.
Acesso em 07/03/2017.