RODRIGUES
JÚNIOR, Sebastião
*dep. fed. PR 1975-1987.
Sebastião Rodrigues de Sousa Júnior nasceu em Juiz de Fora (MG) no dia 10 de junho de 1937,
filho de Sebastião Rodrigues de Sousa e de Ilza Gonçalves Rodrigues.
Fez
seus primeiros estudos no Instituto Granbery, em sua cidade natal,
transferindo-se posteriormente para o Rio de Janeiro, onde se bacharelou em
ciências jurídicas e sociais pela Faculdade de Direito da Universidade do
Brasil.
Radicando-se no Paraná, ocupou o cargo de chefe de serviço da
Carteira de Crédito Agrícola e Industrial do Banco do Brasil nas agências de
Francisco Beltrão e de Pato Branco, tendo sido gerente desta última no período
de 1967 a 1970. Com forte militância política no sudoeste paranaense, em
novembro de 1970 elegeu-se deputado à Assembléia Legislativa na legenda do
Movimento Democrático Brasileiro (MDB), partido de oposição ao regime militar
instalado no país em março de 1964. Assumindo o mandato em fevereiro do ano
seguinte, tornou-se líder da bancada de seu partido e membro das comissões de
Justiça e de Terras. Representante da região sudoeste do estado, formada pelos
municípios de Pato Branco, Francisco Beltrão, Coronel Vivida, Santo Antônio do
Sudoeste e Capanema, defendeu a solução dos problemas de desenvolvimento
econômico e agrícola paranaense e o restabelecimento do estado de direito.
No pleito de novembro de 1974 foi eleito deputado federal
pelo Paraná sempre na legenda do MDB. Assumindo sua cadeira em fevereiro de
1975, após deixar a Assembléia Legislativa, foi membro da Comissão de
Constituição e Justiça e suplente da Comissão de Agricultura e Política Rural
da Câmara dos Deputados. Em novembro de 1977, declarou que era de competência
do governo a continuidade do diálogo com a oposição porque a ele cabia
esclarecer até que ponto seria revisto o “pacote de abril”, conjunto de reformas
promovidas pelo Executivo em abril do mesmo ano. Ainda em 1977, representou o
Congresso Nacional na conferência da União Interparlamentar realizada em Sófia,
Bulgária, evento em que voltaria a estar presente nas edições de 1980,
realizada em Berlim Oriental, na Alemanha Oriental, de 1982, em Bogotá,
Colômbia, e de 1984, em Genebra, Suíça.
Em
1978, foi vice-líder de seu partido na Câmara e presidiu a Comissão Parlamentar
de Inquérito (CPI) de Defesa do Consumidor, além de participar da CPI sobre as
multinacionais. Reeleito em novembro desse ano, ainda na legenda do MDB, com a
extinção do bipartidarismo em 29 de novembro de 1979 e a conseqüente
reformulação partidária, filiou-se ao Partido do Movimento Democrático Brasileiro
(PMDB). Nessa legislatura, integrou a Comissão de Relações Exteriores e a CPI
destinada a investigar as causas das elevadas taxas de juros nos diversos
setores do Sistema Financeiro Nacional, e foi também suplente da Comissão de
Economia, Indústria e Comércio. No pleito de novembro de 1982 conseguiu nova
reeleição, na legenda do PMDB, iniciando seu segundo mandato em fevereiro de
1983.
Observador
da delegação brasileira junto à XXXIX Sessão da Assembléia Geral da Nações
Unidas (ONU) em Nova Iorque, em 1984, em 25 de abril desse ano votou a favor da
emenda Dante de Oliveira, que, apresentada na Câmara dos Deputados, propôs o
restabelecimento das eleições diretas para presidente da República em novembro
daquele ano. Como a emenda não obteve o número de votos indispensáveis à sua
aprovação — faltaram 22 para que o projeto pudesse ser encaminhado à apreciação
pelo Senado —, no Colégio Eleitoral, reunido em 15 de janeiro de 1985, votou no
candidato oposicionista Tancredo Neves, eleito novo presidente da República
pela Aliança Democrática, uma união do PMDB com a dissidência do Partido
Democrático Social (PDS) abrigada na Frente Liberal. Com a doença e posterior
morte de Tancredo, o vice José Sarney foi empossado na presidência da República
em 15 de março e efetivado no dia 21 de abril de 1985.
Ainda
nesse ano, afastou-se da Câmara dos Deputados para assumir, a convite do
presidente José Sarney, a diretoria do Crédito Rural do Banco do Brasil. Entre
maio de 1986 e outubro de 1988, acumulou essa diretoria com a vice-presidência
de operações do banco. Deixando o Crédito Rural em 1989, passou então a ocupar
a diretoria de finanças da instituição. Entre novembro de 1990 e fevereiro de
1991, foi chefe-adjunto do gabinete da presidência do Banco do Brasil. Nomeado,
no final de 1990, gerente da agência do Banco do Brasil em Barcelona, Espanha,
recusou o cargo por ter sido convidado por Roberto Requião, governador eleito
do Paraná, para ocupar a Secretaria Especial para Assuntos Externos, estrutura
administrativa vinculada diretamente ao gabinete do chefe do Executivo
estadual, destinada a fazer gestões junto a organismos federais e
internacionais em favor de reivindicações do estado e que congregava os
escritórios de representação do Paraná em Brasília e no Rio de Janeiro. Assumiu
a secretaria em março de 1991.
Faleceu em São Paulo no dia 24 de julho de 1992.
Era casado com Marlene Rehbein Rodrigues, com quem teve três
filhas.
FONTES: CÂM. DEP. Deputados;
CÂM. DEP. Deputados brasileiros. Repertório (8 e 9); INF. BIOG; IPC. Relação
de ex-parlamentares (1/1/92 a 18/8/98); Jornal do Brasil (6/11/77);
NÉRI, S. 16; Perfil (1980); TRIB. SUP. ELEIT. Dados (9); Who’s
who in Brazil.