PARTIDO EVOLUCIONISTA DO RIO DE JANEIRO
PARTIDO
EVOLUCIONISTA DO RIO DE JANEIRO
Partido político fluminense fundado em maio de 1934 por
dissidentes do Partido Republicano Fluminense (PRF). Foi extinto junto com os
demais partidos do país pelo Decreto nº 37, de 2 de dezembro de 1937.
Criação
Após
a Revolução de 1930, o PRF perdeu a posição dominante que ocupara durante toda
a Primeira República. Vendo no movimento pela reconstitucionalização do país um
tema em torno do qual poderia reorganizar suas bases, apoiou-o ativamente, mas
não conseguiu impedir que ainda em 1932 uma facção dissidente se afastasse para
fundar o Partido Liberal Social Fluminense. Convocadas as eleições para a
Assembléia Nacional Constituinte em maio de 1933, o PRF, enfraquecido por
brigas internas e contando com algum apoio nos municípios de Duas Barras,
Valença, Vassouras, Santa Teresa e Teresópolis, elegeu um único representante,
o deputado Acúrcio Torres.
Em 1934, as divergências em torno do domínio da direção do
partido se aprofundaram. O grupo liderado por Manuel Duarte, Galdino do Vale
Filho, Miguel de Carvalho e Acúrcio Torres defendia a convocação de uma
convenção do partido para eleger uma nova comissão executiva e elaborar um
programa adequado às novas condições do país, opondo-se à corrente dominante,
que incluía Francisco de Oliveira Botelho, José de Morais, Horácio Magalhães,
Thiers Cardoso e Norival Freitas. Não vendo satisfeitas suas exigências, a
facção de Manuel Duarte rompeu com o PRF e fundou, no mês de maio, o Partido
Evolucionista do Rio de Janeiro.
Atuação
Nas
eleições de outubro de 1934 para a Câmara Federal e a Assembléia Constituinte
estadual — a qual deveria eleger o governador e dois senadores —, o Partido
Evolucionista elegeu um deputado federal, Acúrcio Torres, e dois deputados
estaduais. Estes últimos aliaram-se à bancada da União Progressista Fluminense
(UPF), que apoiava a candidatura do general Cristóvão Barcelos ao governo do
estado. Seu concorrente era o almirante Protógenes Guimarães, apresentado pela
Coligação Radical Socialista, formada pelo Partido Popular Radical (PPR) e o
Partido Socialista Fluminense (PSF), e apoiada pelo único representante do PRF.
A vitória coube ao almirante Protógenes, após uma eleição tumultuada.
Todo o período de governo do almirante Protógenes foi marcado
por sérias disputas tanto entre os grupos que o elegeram como entre o Partido
Evolucionista e a UPF. O governador tentou pacificar o estado nomeando uma
comissão interpartidária encarregada de solucionar o problema da distribuição
das prefeituras municipais. O Partido Evolucionista integrou essa comissão e
teve também um representante, Humberto Pentagna, no Departamento de
Municipalidades.
Dentro
dos diversos partidos fluminenses surgiram propostas para a formação de um novo
partido que desse apoio ao governador. Essas propostas foram lançadas quando se
tornou clara a inabilidade de um acordo entre os diferentes partidos, e se
acentuaram as divergências dentro do próprio PPR. Os evolucionistas não tinham
uma posição homogênea quanto à formação dessa nova agremiação, abrindo-se assim
uma cisão em suas fileiras. Paulo Araújo e Galdino do Vale não concordaram em
integrar o novo partido, permanecendo em oposição ao governador. A nova
agremiação, que se chamaria Partido Liberal Fluminense, não chegou contudo a se
estruturar, pois seu programa e seus estatutos foram aprovados às vésperas da
instalação do Estado Novo.
Na campanha pela sucessão presidencial em 1937, o Partido Evolucionista
sustentou a candidatura de José Américo de Almeida.
Alzira Alves de Abreu
FONTES: Diário de
Notícias, Rio (1930-1937); Estado, Rio (1930-1937).