PARTIDO
LIBERAL (PL)
Partido político nacional fundado em 25 de junho de 1985 no
Rio de Janeiro pelo deputado federal Álvaro Vale. Fundiu-se com o Partido da
Reedificação da Ordem Nacional (Prona) em outubro de 2006, dando origem assim
ao Partido da República (PR)
Origem e programa
Fundador e presidente do PL, Álvaro Vale tinha sido eleito
deputado federal pela primeira vez em 1974, na legenda da Aliança Renovadora
Nacional (Arena). Ingressou em 1980 no Partido Democrático Social (PDS),
participou em 1984 da dissidência da Frente Liberal e filiou-se em seguida ao
Partido da Frente Liberal (PFL). Sua permanência nesse partido teve porém curta
duração. O motivo de seu rompimento foi a decisão do PFL de não realizar
prévias para a escolha do candidato à prefeitura do Rio de Janeiro — posto que
pleiteava — e de impor a candidatura de Rubem Medina nas eleições de 1985.
O
PL propunha, em seu manifesto, a realização de eleições diretas em dois turnos.
Defendia o fortalecimento da empresa privada, reconhecia o direito à
propriedade, pleiteava a reforma tributária e judiciária, condenava o
fisiologismo e a censura social ou política e pedia o restabelecimento das
relações diplomáticas com todos os países. Destacava também a importância da
defesa dos direitos das minorias e da redução das desigualdades sociais, e
definia-se como seguidor da doutrina liberal.
O
diretório nacional provisório do PL era integrado, além de Álvaro Vale, pelo
deputado federal Rui Codo, de São Paulo, e pelo deputado estadual Herculano
Carneiro, do Rio de Janeiro. Ainda em 1985 foram criadas seções em dez estados
— Rio de Janeiro, Bahia, Ceará, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Sergipe, São Paulo,
Paraná e Goiás — e no Distrito Federal. O novo partido se propôs apoiar o
governo do então presidente da República José Sarney (1985-1990), ressaltando
porém que não abriria mão do direito de criticar o governo.
Em
julho de 1985, um mês após sua criação, o PL apresentou Álvaro Vale como
candidato à prefeitura do Rio de Janeiro. Sua plataforma continha propostas de
auxílio às áreas carentes, programas de saúde preventiva para crianças e
gestantes e o projeto do “ônibus da liberdade”, pelo qual a população disporia
de um talão que lhe permitiria viajar nos meios de transportes públicos com
segurança garantida pelo estado. Álvaro Vale chegou em quinto lugar na disputa,
com cerca de 180 mil votos, correspondentes a 8% dos votos válidos.
Outra iniciativa do PL na época foi a realização de cursos de
formação política, obrigatórios para os candidatos a cargos eletivos ou de
direção partidária. Os cursos eram abertos à população e não exigiam filiação
prévia ao partido. Os filiados e simpatizantes do PL eram, principalmente,
empresários, profissionais liberais e assalariados da classe média. Em seu
início o partido contou, entre outros, com o apoio da Associação Comercial e da
Bolsa de Valores de São Paulo.
Na Constituinte e nas
eleições de 1988
Em 1986, nas eleições para a Assembléia Nacional
Constituinte, o PL elegeu seis deputados federais, todos da região Sudeste, mas
aumentou sua bancada para oito com a migração para seus quadros de dois
deputados eleitos pelo PFL, Flávio Rocha, do Rio Grande do Norte, e Simão
Sessim, do Rio de Janeiro. O partido elegeu também 26 deputados estaduais em
todo o país. Já nas eleições para governador, o PL não apresentou candidato no
estado no Rio de Janeiro. Em São Paulo, a coligação formada pelo Partido
Trabalhista Brasileiro (PTB), o Partido Social Cristão (PSC) e o PL apoiou a
candidatura de Antônio Ermírio de Morais, do PTB, que foi derrotado por Orestes
Quércia, do Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB).
Durante
os trabalhos da Constituinte, a bancada do PL, liderada por Guilherme Afif
Domingos, deputado por São Paulo, publicou um documento em que se declarava a
favor da “convocação de eleições gerais que permitam ao povo renovar suas
lideranças”. O texto esclarecia também que o partido não tinha qualquer
compromisso com o governo, nem com a aprovação do mandato de cinco anos para o
presidente José Sarney. Entretanto, três membros da bancada votaram a favor do
mandato de cinco anos para o presidente, e um deputado fez parte do Centrão,
bloco suprapartidário de apoio às posições defendidas pelo governo. Na
avaliação do Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (DIAP), o
deputado Afif Domingos obteve nota zero por sua atuação parlamentar, devido
principalmente à sua insensibilidade às questões sociais e ao seu alto índice
de ausência (63%) nas votações.
Nos anos de 1986 e 1987, foram inauguradas seções do partido
nos demais estados do país. Em 1987, ano em que foram realizadas eleições para
as primeiras executivas regionais, o PL apresentou sua maior taxa de
crescimento. A maioria dos deputados que migrou para o PL era oriunda do PFL e
do PDS.
Nas eleições municipais de 1988, surgiram boatos de uma
aliança no Rio de Janeiro entre o Partido Democrático Trabalhista (PDT) e o PL,
que, em troca do apoio dos pedetistas naquela ocasião, se engajaria na campanha
de Leonel Brizola para a presidência da República no ano seguinte. O partido
desmentiu esses boatos, declarou sua intenção de lançar candidato próprio à
presidência e lançou mais uma vez a candidatura de Álvaro Vale à prefeitura do
Rio. No pleito realizado em novembro, Álvaro Vale alcançou o terceiro lugar com
12,49% dos votos válidos, sendo derrotado pelo candidato pedetista Marcelo
Alencar. O PL elegeu três prefeitos em municípios do estado do Rio de Janeiro —
Bom Jardim, Itaocara e São José do Vale do Rio Preto — e quatro vereadores no
município do Rio.
Em
São Paulo, o PL indicou como
candidato a prefeito o jornalista João Melão Neto, secretário municipal de
Administração do então prefeito Jânio Quadros, de quem garantia ter apoio. Para
concorrer à prefeitura, João Melão se desligou do PTB, partido ao qual se filiara
para acompanhar Jânio. Com a eleição de Luísa Erundina, candidata do Partido
dos Trabalhadores (PT), o PL se apresentou como “uma oposição séria de cunho
liberal” e formou um gabinete paralelo com o objetivo de fiscalizar a atuação
da prefeita. Foram eleitos 36 prefeitos do partido em pequenos municípios do
interior do estado de São Paulo, e ao todo, no país, o PL elegeu 239 prefeitos,
correspondentes a 5,6 % do total de prefeitos eleitos.
No governo Collor
Na primeira eleição presidencial por voto direto após o
período militar, em 1989, o PL lançou a candidatura de Guilherme Afif Domingos.
Seu programa de governo apresentava um pacote de medidas ortodoxas para pôr fim
à crise econômica do país, entre as quais se incluíam o câmbio livre, o corte
de subsídios e de funcionários públicos e a privatização de diversas empresas.
No mês de setembro as pesquisas registraram um crescimento
das intenções de voto em Afif, que roubava alguns dos votos de Fernando Collor
de Melo, candidato do Partido da Renovação Nacional (PRN), principalmente na
classe A. Pela análise de Collor, os votos dados a Afif ou a Paulo Maluf, do
PDS, ajudariam Leonel Brizola, do PDT, a chegar ao segundo turno da eleição.
Mas foi a partir da ascensão dos índices de Luís Inácio Lula da Silva, do PT,
em outubro, que a campanha de Afif Domingos passou a enfrentar problemas. Os
principais colaboradores e financiadores de sua campanha, os empresários
paulistas, passaram a apoiar a candidatura de Fernando Collor, o único
candidato com perfil de centro-direita com possibilidade de disputar o segundo
turno da eleição com Brizola ou Lula. Afif Domingos obteve 3.272.462 votos no
primeiro turno, correspondentes a 4,54% dos votos válidos, alcançando o sexto
lugar na disputa. No segundo turno, o PL apoiou a candidatura de Fernando
Collor.
Devido
ao bom desempenho de sua campanha eleitoral de 1989, o PL, que então possuía
oito parlamentares, teve sua bancada engrossada para 19 representantes no
Congresso e conquistou um maior número de filiados. Logo após a vitória de
Collor, o partido declarou-se favorável ao futuro governo, mas sem a
responsabilidade de aprová-lo em todas as suas medidas. Após a posse, Álvaro
Vale declarou apoio explícito ao governo Collor, alegando que os partidos
deveriam se juntar, num ato de solidariedade, para dar sustentação ao
presidente eleito por delegação direta do povo, mas manteve a ressalva de que o
partido não estaria, com isso, aderindo ao novo governo.
Em fevereiro de 1990, Afif Domingos renunciou à presidência
regional do PL de São Paulo. Sem seu líder e candidato natural a governador do
estado nas eleições de 3 de outubro, o partido ficou sem rumo político. Afif
justificou o afastamento pela necessidade de se dedicar aos trabalhos
parlamentares na Câmara dos Deputados. Em junho, o PL de São Paulo se coligou
com o PMDB para disputar as eleições, apoiando o candidato desse partido ao
governo, Luís Antônio Fleury Filho, e apresentando Afif Domingos como candidato
ao Senado. Essa decisão provocou um racha no partido, pois alguns membros
queriam apoiar o candidato a governador do PDS, Paulo Maluf. A derrota de Afif
para o Senado atenuou a divisão dentro do partido. Para as eleições
proporcionais, o PL se coligou com o PFL.
No Rio de Janeiro, o PL não apresentou candidato ao governo
do estado e não fez coligações para a eleição de deputados federais e
estaduais. Ao todo, o partido elegeu 16 deputados federais, sendo 12 da região
Sudeste, dois da região Centro-Oeste, um da região Sul e um da região Nordeste.
Em 1992, denúncias de corrupção contra o ex-tesoureiro da
campanha de Collor, Paulo César Farias, levaram o Congresso Nacional a
constituir, no mês de maio, uma comissão parlamentar de inquérito (CPI). Após
meses de investigação e de grande mobilização popular, a Câmara dos Deputados,
em 29 de setembro, aprovou a abertura do processo de impeachment de Collor. Apesar de o PL ter ocupado o Ministério do
Trabalho e Administração do governo Collor de abril a outubro de 1992, através
de João Melão Neto, todos os parlamentares do partido votaram favoravelmente ao
impeachment. Com o afastamento de Collor, o vice-presidente Itamar
Franco tomou posse em 2 de outubro, e o PL declarou-se disposto a apoiar seu
governo.
Atuação nos anos 1990
Nas eleições municipais de outubro de 1992, o PL elegeu dois
vereadores no município do Rio de Janeiro, onde não lançou candidato próprio à
prefeitura, mas apoiou o candidato do PMDB, César Maia. Foram eleitos quatro
prefeitos e 88 vereadores em outros municípios do estado do Rio. Na capital de
São Paulo o PL apoiou a candidatura de Paulo Maluf, do PDS, à prefeitura, e
elegeu quatro vereadores. Foram eleitos 20 prefeitos e um total de 358
vereadores nos municípios do estado de São Paulo. Ao todo, no país, o PL elegeu
92 prefeitos e 3.500 vereadores.
Em
março de 1993, o PL expulsou três de seus deputados federais em represália ao
anúncio de que integrariam um novo partido, que surgiria da fusão do PDS com o
Partido Democrata Cristão (PDC). Entre os deputados desligados estava João
Melão Neto. O novo partido foi de fato criado no mês de abril, com o nome de
Partido Progressista Reformador (PPR).
Também
em 1993 foi realizado um plebiscito sobre o sistema de governo que seria
utilizado no Brasil. O povo foi chamado a escolher entre as formas de governo
presidencialista, parlamentarista ou a restauração da monarquia. O PL, assim
como a maioria dos outros partidos políticos, optou por deixar seus eleitores
livres para fazerem suas opções, não determinando uma posição oficial. O
presidencialismo saiu vitorioso do plebiscito realizado em 3 de outubro,
permanecendo como o sistema de governo brasileiro.
Em 1994, após uma agitada disputa interna, o PL lançou a
candidatura de Flávio Rocha, deputado federal pelo Rio Grande do Norte, à
presidência da República. Então com 36 anos e em seu segundo mandato
parlamentar, Flávio Rocha era herdeiro da terceira maior indústria têxtil do
país e alegava dispor de muitos recursos para o financiamento de sua campanha.
Era o autor da emenda constitucional que propunha a substituição de todos os
impostos diretos e indiretos por um só, que seria cobrado através de uma
alíquota de 1% sobre todas as operações financeiras. O valor da alíquota seria
creditado em uma conta única e repassado à União, aos estados, aos municípios e
à previdência. Sua candidatura foi, porém, impugnada pela Justiça Eleitoral
devido à denúncia de que o partido teria vendido bônus eleitorais por valores
menores do que os que constavam nos recibos.
Com a exclusão de seu candidato, o PL passou a apoiar a
candidatura de Fernando Henrique Cardoso, que seria eleito presidente da
República no primeiro turno, em 3 de outubro de 1994. Fazendo críticas à
composição do ministério, da qual foi alijado, o PL afirmou que seu apoio ao
governo não seria automático, mas que a tendência seria que o partido e o
governo “caminhassem juntos”.
Nas eleições desse ano para o Congresso, o PL conseguiu
eleger no total 12 deputados federais e um senador, Romeu Tuma, pelo estado de
São Paulo. O partido não lançou candidatos próprios aos governos dos estados do
Rio de Janeiro e de São Paulo.
Durante
a votação das emendas constitucionais de 1995, o PL manifestou-se a favor da
mudança do conceito de empresa nacional, para permitir maior participação de
capitais externos, da quebra do monopólio estatal das telecomunicações, do fim
das restrições à exploração do subsolo e da quebra do monopólio estatal do
petróleo. Apesar disso, Álvaro Vale mostrou-se contrário ao fim desse monopólio
estatal.
Na discussão sobre reforma eleitoral, o PL se juntou aos
demais pequenos partidos para tentar reagir à proposta de que, para um partido
obter representação, seria necessário a obtenção de, no mínimo, 5% dos votos
válidos distribuídos em pelo menos 1/3 dos estados do país. Apesar de tais
esforços, a nova Lei dos Partidos Políticos foi sancionada no dia 19 de
setembro de 1995, contendo em seu artigo 13 essa cláusula de exclusão.
O
PL também apresentou um pacote de emendas no qual, entre outras coisas,
abandonava a tese do imposto único, defendia a volta do imposto sobre cheques e
o fim do Imposto de Renda, criava proibições à existência de bancos com
abrangência nacional, regionalizando o sistema bancário brasileiro, e sugeria
que o salário dos deputados tivesse como teto o salário dos professores
universitários.
Em 1996, em uma tentativa de se fortalecer dentro do
Parlamento, o PL se aliou ao Partido Progressista Brasileiro (PPB), criado no
ano anterior a partir da fusão do PPR com o Partido Progressista (PP) e o
Partido Republicano Progressista (PRP) e liderado pelo então prefeito de São
Paulo, Paulo Maluf. Sua intenção era formar um bloco que possibilitasse aos
dois partidos a obtenção de cargos nas comissões permanentes e especiais. Nas
eleições municipais desse ano, o PL elegeu 222 prefeitos e 3.002 vereadores em
todo o país. No estado do Rio de Janeiro foram eleitos quatro prefeitos e 77
vereadores, sendo dois no município do Rio. Em São Paulo elegeram-se pelo partido 22 prefeitos e 370 vereadores, sendo que apenas quatro na
capital.
O PL não apresentou candidato próprio à eleição presidencial
de 1998, preferindo apoiar a candidatura de Ciro Gomes, lançada pelo Partido
Popular Socialista (PPS), que ficou em terceiro lugar na apuração do primeiro
turno. Na eleição para governador do Rio de Janeiro o partido apoiou a candidatura
de Luís Paulo Correia da Rocha, do Partido da Social Democracia Brasileira
(PSDB), que também terminou em terceiro lugar. Já em São Paulo o PL integrou a coligação que apoiou Paulo Maluf, do PPB, derrotada no segundo
turno. O partido obteve 12 cadeiras na eleição para a Câmara dos Deputados, mas
perdeu a vaga que possuía no Senado.
Desempenho nas urnas nos
primeiros anos do século XXI
Foram nas regiões Nordeste e Sudeste que o PL colheu os seus
melhores resultados nas eleições municipais de 2000. Dentre os 234 prefeitos
eleitos pela legenda em todo país, 44% pertenciam à região Nordeste e 41% à
região Sudeste. Em São Paulo, o partido lançou Marcos Cintra à Prefeitura de
São Paulo, tendo este ficado em sétimo lugar. No Rio, o PL, presidido pelo
deputado federal Bispo Rodrigues, da Igreja Universal do Reino de Deus (IURD),
apoiou o candidato vitorioso, Cesar Maia, do Partido Trabalhista Brasileiro
(PTB) e indicou Marco Antônio Valle para o cargo de vice-prefeito.
Em 2000, o PL elegeu, ainda, 2.887 vereadores em todo Brasil, 43% na região Nordeste e 39% na região Sudeste.
As eleições de 2002 foram um marco na história do partido.
Neste pleito o PL se aliou ao PT nas eleições presidenciais e indicou o
candidato a vice-presidente pela aliança: José Alencar (MG). Lula e José
Alencar venceram a disputa, derrotando o candidato do PSDB, José Serra, no 2º turno das eleições.
O PL elegeu também, em 2002, dois senadores: os pastores
evangélicos Magno Malta (ES) e Marcelo Crivella (RJ), que é sobrinho de Edir
Macedo, fundador da IURD. mas foi na Cãmara que o PL obteve o seu melhor
resultado em uma eleição: 26 deputados federais eleitos, um crescimento de
aproximadamente 117% em relação à eleição anterior (1998). 42% destes foram
eleitos na região Sudeste.
Houve também um crescimento, em relação a 1998, de 22% no
número de cadeiras que o PL conquistou nas Assembléias Legislativas. Em 2002, o
partido elegeu 61 deputados estaduais, sendo a maioria das regiões Nordeste
(30%), Norte (28%) e Sudeste (25%).
Na eleição para os governos dos estados, o PL lançou um único
candidato, Aroldo Medina, que não conseguiu se eleger governador do Rio Grande
do Sul. Em São Paulo, o PL apoiou, juntamente com o Partido Social Democrata
Cristão (PSDC) e o Partido Trabalhista Nacional (PTN), o candidato Paulo Maluf
do Partido Progressista Brasileiro (PPB). No Rio de Janeiro, o PL não apoiou
nenhum dos nove candidatos a governador do estado.
Em fevereiro de 2003, estimulados pela Lei Eleitoral
9.096/1995, que estabeleceu uma clausula de barreira de 5% dos votos válidos, o
Partido Social Trabalhista (PST)
e o Partido Geral dos Trabalhadores
(PGT) se incorporaram ao PL.
Em relação à eleição anterior (2000), o número de prefeitos
eleitos, em 2004, pelo PL cresceu 64%: passou de 234 para 383. E foram
novamente nas regiões Nordeste e Sudeste que o PL obteve os seus melhores
resultados nas eleições municipais: 144 (38%) na região Nordeste e 129 (34%) na
região Sudeste. Em São Paulo, o partido não lançou candidato à Prefeitura de
São Paulo. O PL foi um dos sete partidos que integrava a coligação “União por
São Paulo”, que deu sustentação à candidatura de Marta Suplicy do Partido dos
Trabalhadores (PT). No Rio de Janeiro, o PL lançou o senador Crivella candidato
a prefeito, tendo este ficado em segunda lugar.
Nas eleições proporcionais, houve um crescimento de 32% em
relação à eleição de 2000. O partido elegeu 3.825 vereadores e, mais uma vez, a
maioria deles nas regiões Sudeste (36%) e Nordeste (33%).
Em setembro de 2005, o senador Marcelo Crivella (RJ) deixou o
PL para, juntamente com outros políticos, fundar o Partido Republicano
Brasileiro (PRB).
Em 2006, o PL lançou apenas dois candidatos ao Senado. Galba Novais (AL) e Alfredo
Nascimento (AM), mas somente este último se elegeu.
Em 2006, Lula e José Alencar forma reeleitos,
respectivamente, presidente e vice-presidente da República. Já o PL elegeu, em
2006, menos deputados federais do que na eleição anterior. Foram eleitos 23
deputados federais, a maioria nas regiões Sudeste (43%) e Nordeste (35%).
Na eleição para os governos dos estados, em 2006, o PL lançou
um único candidato, José Maria de Melo, que não conseguiu se eleger governador
do Ceará. Em São Paulo, o PL apoiou, juntamente com o Partido Republicano
Brasileiro (PRB) e o Partido Comunista do Brasil (PC do B), o candidato Aloizio
Mercadante do PT, que foi superado por José Serra (PSDB). Já no Rio de Janeiro, o PL apoiou, juntamente com outros oito partidos, a candidatura bem sucedida
de Sergio Cabral, do Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB), ao
governo do estado. Foram eleitos ainda pela legenda, em 2006, 35 deputados
estaduais: 10 na região Norte, oito na região Centro-Oeste, oito na região
Nordeste, sete na região Sudeste, dois na região Sul.
Para atingir a clausula de barreira de 5% dos votos válidos
estabelecidos pela Lei Eleitoral 9.096/1995, o PL fundiu-se com o Partido da
Reedificação da Ordem Nacional (Prona) em outubro de 2006. Desta união, surgiu
o Partido da República (PR).
Simone
Cuber Araújo/ Vladimyr Lombardo Jorge
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