MACHADO, ALEXANDRE
MACHADO, Alexandre
*dep. fed. RS 1975-1983.
Alexandre Machado da Silva nasceu em Arroio Grande (RS) no dia 4 de maio de 1930, filho
de Olindo Flores da Silva e de Leonídia Silveira Machado da Silva.
Bacharelou-se em ciências jurídicas e sociais pela Faculdade
de Direito da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, na capital
do estado.
Professor
e pecuarista, iniciou sua carreira política como presidente do diretório
municipal do Partido Social Democrático (PSD) em São Leopoldo (RS), tendo sido, mais tarde, vereador e presidente da Câmara nesse mesmo
município. No pleito de outubro de 1962 foi eleito deputado à Assembléia
Legislativa gaúcha na legenda do PSD, assumindo seu mandato em fevereiro de
1963. Após o movimento político-militar de 1964, com a extinção dos partidos
políticos pelo Ato Institucional nº 2 (27/10/1965) e a posterior instauração do
bipartidarismo, filiou-se ao partido de sustentação do regime militar, a
Aliança Renovadora Nacional (Arena). Sucessivamente reeleito deputado estadual
nessa legenda nos pleitos de novembro de 1966 e de 1970, durante sua
permanência na Assembléia gaúcha foi vice-presidente da mesa e presidente das
comissões de Redação Final e de Saúde, Trabalho e Bem-Estar Social. Presidiu
também a comissão especial que examinou a crise da pecuária rio-grandense e a
comissão especial da Lagoa-Mirim.
Em
novembro de 1974 foi eleito deputado federal pelo Rio Grande do Sul, sempre na
legenda da Arena. Deixando sua cadeira na Assembléia Legislativa, assumiu seu
mandato na Câmara dos Deputados em fevereiro de 1975. Em setembro de 1977,
juntamente com 25 parlamentares da Arena, sugeriu ao presidente do Senado,
Petrônio Portela, a extinção da figura do senador indireto, a instituição do
pluripartidarismo e o adiamento das eleições marcadas para novembro de 1978 — o
que implicaria a prorrogação dos mandatos municipais. Fez essas sugestões por
não confiar numa vitória de seu partido no pleito de 1978. Devido à posição
contrária do senador Portela a essas alterações, acusou-o de não desejar “uma
discussão sincera a respeito dos problemas que angustiam os arenistas e
comprometem o futuro do partido”. Durante a legislatura integrou a Comissão de
Agricultura e Política Rural da Câmara. Dentro dessa comissão foi presidente e
relator da subcomissão que tratou da soja e presidente das subcomissões que
estudaram a viabilidade da extensão do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço
(FGTS) ao trabalhador rural e a possibilidade de adoção de um prazo de
prescrição nos contratos trabalhistas entre empregados e empregadores rurais.
Presidiu ainda a Comissão Especial de Desenvolvimento da Região Sul e foi
suplente da Comissão de Economia, Indústria e Comércio da Câmara dos Deputados.
Reeleito deputado federal por seu estado em novembro de 1978,
ainda na legenda da Arena, em setembro do ano seguinte, por ocasião da
discussão sobre o esboço de reforma partidária apresentado pelo governo,
considerou a extinção da Arena para a criação de um grande partido governista,
apelidado pela imprensa de “Arenão”, um “artifício grosseiro para defender o
Executivo”. Segundo ele, se a “Arena não soube ser partido”, o “Arenão” não
poderia sê-lo, uma vez que traria “em seu seio... o germe da destruição”.
Afirmou ainda que uma verdadeira democracia deveria ensejar a formação de
partidos democráticos e não de “simulacros de partidos”. Com a extinção do
bipartidarismo em 29 de novembro de 1979 e a conseqüente reformulação
partidária, filiou-se ao Partido Democrático Social (PDS), legenda que sucedeu
a Arena. Nessa legislatura foi membro das comissões de Ciência e Tecnologia e
do Interior e suplente das comissões de Economia, Indústria e Comércio e de
Agricultura e Política Rural da Câmara. Não tendo concorrido no pleito de
novembro de 1982, encerrou seu mandato na Câmara Federal em janeiro de 1983.
Mais tarde, tornou-se conselheiro do Tribunal de Contas do
Estado do Rio Grande do Sul, ocupando esse cargo até 1999, quando se aposentou.
Casou-se com Vilma Muñoz da Silva, com quem teve dois filhos.
FONTES: CÂM. DEP. Deputados; CÂM. DEP. Deputados
brasileiros. Repertório (1975-1979 e 1979-1983); INF. TCE-RS; Jornal do Brasil (29/9/77 e
26/9/79); NÉRI, S. 16; Perfil (1980); TRIB. SUP.
ELEIT. Dados (6, 8 e 9).