CARVALHO, ÁLVARO DE
CARVALHO,
Álvaro de
*dep. fed. 1927-1928; gov. PB 1930.
Álvaro Pereira de Carvalho
nasceu em Mamanguape (PB) no dia 19 de fevereiro de 1885, filho de Manuel
Pereira de Carvalho e de Francisca Leopoldina de Carvalho.
Filho de família pobre, ainda criança transferiu-se com os
pais para a cidade da Paraíba, atual João Pessoa. Enquanto aprendia as
primeiras letras, ajudava o pai em seu ofício de barbeiro. Fez os estudos
secundários no Liceu Paraibano.
Ingressando na carreira jornalística, em 1903 tornou-se
secretário do jornal O Comércio e colaborou em O
Combate, órgãos oposicionistas que foram empastelados em julho de 1904,
durante o governo de José Peregrino de Araújo (1900-1904). Os diretores dos
jornais responsabilizaram o chefe de polícia estadual Antônio Simeão dos Santos
Leal pelo ocorrido, mas o inquérito aberto nada apurou de definitivo.
Álvaro de Carvalho bacharelou-se pela Faculdade de Direito de
Recife em 1912, sendo contratado no ano seguinte pelo Liceu Paraibano,
onde passou a ensinar italiano e, posteriormente, francês e inglês. Em 1916
tornou-se diretor da instituição e, ainda em julho desse ano, nomeado pelo
presidente estadual Sólon de Lucena (1916), assumiu a Secretaria Geral do
estado, à frente da qual permaneceu até outubro seguinte. Ligado ao Partido
Republicano Conservador, pertencia, juntamente com João Suaçuna, Celso Mariz e
outros, ao grupo dos “jovens turcos”, ala da agremiação considerada rebelde.
Durante o governo de João Suaçuna (1924-1928), foi encarregado de estudar a
reforma do ensino no estado, tendo para tanto visitado várias capitais da
América do Sul. Convidado para o cargo de diretor-geral da Instrução Pública,
não o aceitou.
Eleito
deputado federal pela Paraíba em 1927, exerceu o mandato desse ano ao seguinte,
quando se elegeu vice-presidente de seu estado na chapa encabeçada por João
Pessoa. Com o assassinato do presidente paraibano em julho de 1930, assumiu o
governo do estado, exercendo-o até outubro seguinte, quando foi deposto pelo
movimento revolucionário liderado em âmbito nacional por Getúlio Vargas.
Segundo Luís Pinto em Fundamentos da história e do desenvolvimento da
Paraíba, estava inteirado do movimento desde sua fase conspiratória, embora
não o apoiasse. Substituído por José Américo de Almeida, secretário do governo
de João Pessoa e chefe revolucionário, deixou então a Paraíba, fixando-se em
Santos (SP), onde passou a lecionar e advogar. Em 1937 retornou ao seu estado e
recuperou a cadeira de professor no Liceu Paraibano.
Membro
fundador da Academia Paraibana de Letras e do Instituto Histórico da Paraíba,
colaborou em diversos jornais do estado e do país.
Faleceu em João Pessoa no dia 5 de outubro de 1952.
Publicou Ensaio de crítica e estética (1920),
Revelações do eu (1920), Ensaios de crítica (1924),
Nas vésperas da revolução (1932) e Augusto dos Anjos e outros ensaios
(1946).
FONTES: Almanaque
da PB; BITTENCOURT, L. Homens 2; Grande encic. Delta;
MAIA, S. Crônicas; NÓBREGA, A. Chefes; PINTO, L. Antologia;
PINTO, L. Fundamentos; PINTO, L. Traços; SILVA,
H. 1930.