SALVO,
Antônio de
*pres. CNA 1990-2007.
Antônio Ernesto Verna de Salvo nasceu em Curvelo (MG) no dia 6 de julho de 1933, filho de
Ernesto de Salvo e de Emiliana Verna Magalhães de Salvo.
Ainda
jovem, transferiu-se para o Rio de Janeiro, onde cumpriu os estudos
secundários, entre 1945 e 1951, no Colégio Militar. Quatro anos depois,
graduou-se como engenheiro-agrônomo pela Escola Nacional de Agronomia da
Universidade Rural do Brasil, em Itaguaí (RJ).
Em 1958, fixou residência em Três Marias (MG), tornando-se engenheiro residente da Companhia de Desenvolvimento do Vale do
São Francisco (Codevasf). Em 1963, viajou aos Estados Unidos, freqüentando
curso sobre criação de gado, no Texas Agricultural and Mechanical College
System, instituição vinculada ao College Station do Texas, e curso sobre a produção
de carne, oferecido pelo Louisiana State University and Agricultural and
Mechanical College, órgão subordinado ao College of Agriculture de Louisiana.
Como
pecuarista, proprietário da Fazenda Canoas e criador de gado Guzerá, foi
escolhido, em 1970, vice-presidente da Associação dos Criadores de Guzerá do
Brasil, função pela qual responderia até 1984. Em 1972, participou da fundação
da Associação da Campanha Educativa do Leite (ACEL-MG), cabendo-lhe ocupar os
cargos de diretor-secretário (1972-1976) e, mais tarde, o de vice-presidente
(1976-1978) e o de presidente (1978-1980) da entidade.
De volta a Curvelo, engajou-se, em 1975, na criação do
Sindicato Rural da cidade e da Associação Mineira de Criadores de Zebu,
chegando a presidi-los daquele ano até 1978. Ainda em 1975, passou a ter
assento no conselho técnico do Serviço de Registro Genealógico e no conselho
diretivo da Associação Brasileira de Criadores de Zebu (ABCZ), postos nos quais
atuaria até 1984.
Em
1976, foi eleito presidente da Comissão Técnica de Pecuária de Corte da
Federação da Agricultura do Estado de Minas Gerais (FAEMG), cargo no qual
permaneceu nos dois anos seguintes, desempenhando, de 1979 a 1984, as funções de diretor-secretário e vice-presidente da entidade. Ainda em 1984, foi
admitido na Comissão Técnica de Pecuária de Corte da Confederação Nacional da
Agricultura (CNA). Alçado, em 1987, à presidência da FAEMG, exerceu-a até 1990.
Vice-presidente da CNA, Salvo foi eleito presidente da
entidade em novembro de 1990, em substituição a Alysson Paulinelli. Foi
reeleito em 1993.
Acompanhado do presidente da Sociedade Rural Brasileira
(SRB), Salvo foi recebido, em novembro de 1996, pelo presidente Fernando
Henrique Cardoso, manifestando-lhe desagrado quanto à reformulação do Imposto
Territorial Rural (ITR), proposta pelo Ministério da Reforma Agrária e pela
Receita Federal. “Pela lei, quem não produzir com 100% de eficiência, por
qualquer problema climático ou financeiro, é considerado improdutivo igualzinho
a quem não planta nada”, protestou. Ainda naquele mês, foi reeleito presidente
da CNA.
Em julho de 1997, Salvo declarou ao jornal O Estado de S.
Paulo que seria candidato a deputado federal, no pleito de novembro do ano
seguinte, pela legenda do Partido da Frente Liberal (PFL). Convencido da
importância de os órgãos patronais classistas ocuparem espaços no Congresso
Nacional, justificou a candidatura sob o argumento de que “não há mais razão
para que tenhamos intermediários alugados”. Apesar de mostrar-se convicto, não
levou adiante a intenção. Um mês depois, participou de carreata em Campo Grande contra os saques e invasões de terras que vinham sendo promovidos pelo Movimento
dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). Organizada pelo Movimento Nacional de
Produtores (MNP), Organização das Associações Cooperativas Brasileiras (OACB),
ABCZ e CNA, a manifestação recebeu o nome de “Pela lei, ordem e paz no campo e
na cidade” e encaminhou uma pauta de reivindicações ao ministro da Justiça,
Íris Resende.
Em maio de 1998, publicou artigo no jornal Folha de S.
Paulo, no qual afirmou que a safra de grãos de 1998 — cinco milhões de
toneladas a menos do que o previsto — acarretaria a importação de produtos,
muitos de qualidade inferior ao nacional, agravando as distorções na balança
comercial. Por fim, responsabilizou o governo pela insuficiência da produção
agrícola, acusando-o de negligente. Em novembro de 1999, Salvo foi reconduzido,
uma vez mais, à presidência da CNA. Exercia o cargo quando faleceu em Belo Horizonte no dia 29 de junho de 2007.
Antônio de Salvo ocupou ainda o cargo de secretário-geral da
Frente Ampla da Agropecuária Brasileira em Minas.
Foi casado com Jane Pitangui Salvo, com quem teve três
filhos.
Publicou trabalhos na área de zootecnia pela Escola de
Veterinária da Universidade Federal de Minas Gerais e relatórios técnicos de
trabalho em melhoramento de gado Guzerá.
FONTES: ASSEMB. LEGISL.
MG. Dicionário biográfico; CURRIC. BIOG.; Estado de S. Paulo (6/7
e 5/8/97 e 9/5/98); Globo (2/10/96); http://www.cna.org.br/cna/publicacao/noticia_agencia.wsp?tmp.noticia=17557
acesso em 2/7/07;