OLIVEIRA, PINGA-FOGO DE
OLIVEIRA,
Pinga-Fogo de
*dep.
fed. PR 1991-1994.
Benedito Cláudio Pinga-Fogo de
Oliveira
nasceu em Monte Santo de Minas (MG) no dia 20 de junho de 1952, filho de
Benedito Sérgio de Oliveira e de Maria Joaquina de Oliveira.
Vigilante noturno e mais tarde
radialista de sucesso — apresentou
um programa diário na
rádio Cidade de Jandaia, em Jandaia do Sul (PR), no qual distribuía cadeiras de
rodas, óculos, muletas, dentaduras etc. — candidatou-se a uma vaga na Câmara
dos Deputados em outubro de 1990 na
legenda do Partido da Reconstrução Nacional (PRN), agremiação que elegera, em
dezembro do ano anterior, Fernando Collor de Melo presidente da República.
Eleito com a segunda maior votação do Paraná — 58.474 votos —, assumiu o
mandato em fevereiro de 1991. Nesse mesmo ano, foi titular da Comissão de
Ciência e Tecnologia,
Comunicação e Informática.
Pinga-Fogo de Oliveira ganhou
notoriedade no cenário político nacional por seu envolvimento em sucessivos
escândalos. Logo após ter votado a favor da abertura do processo do impeachment
do presidente Fernando
Collor de Melo na sessão da Câmara dos Deputados de 29 de setembro de 1992, foi
acusado de ter recebido propina para votar contra a medida. Collor fora acusado
de crime de responsabilidade por ligações com um esquema de corrupção liderado
pelo ex-tesoureiro de sua campanha presidencial, Paulo César Farias. Afastado
da presidência logo após a votação na Câmara, renunciou ao mandato em 29 de
dezembro de 1992, pouco antes da conclusão do processo pelo Senado Federal,
sendo efetivado na presidência da República o vice Itamar Franco, que já vinha
exercendo o cargo interinamente desde a decisão da Câmara.
Menos de um ano depois, em 1993,
Pinga-Fogo foi
alvo de novas acusações. Nessa oportunidade, a imprensa noticiou que ele teria
recebido propina para deixar o Partido Progressista (PP), ao qual se filiara
após o impeachment,
e ingressar no Partido Social Democrático (PSD). Ele chegou a assinar a ficha
de filiação do PSD, porém, quando o caso veio à tona,
trocou novamente de partido e acabou ingressando no Partido Democrático
Trabalhista (PDT). A Corregedoria da Câmara chegou a investigá-lo, mas seu
envolvimento no episódio não foi comprovado.
Em abril de 1994,
Pinga-Fogo de Oliveira renunciou ao seu mandato, faltando apenas dez meses para
concluí-lo, afirmando estar decepcionado com o Congresso e de não ter
conseguido cumprir seus objetivos. Na ocasião,
foi acusado pelo deputado Pedro Tonelli (PT-PR) de ter vendido o mandato, pois,
estando altamente endividado com o Banco do Brasil, teria renunciado para que
seu suplente Abelardo Lupion (PFL-PR), rico empresário paranaense, pudesse
assumir, em troca da quitação das dívidas. Ainda em abril,
desfiliou-se do PDT e saiu definitivamente da cena política.
Retomando suas atividades jornalísticas,
fundou, em 1994, o Sistema Pinga-Fogo de Comunicações, com sede em Maringá (PR). Durante
os anos 2000,
angariou ampla notoriedade
na região por meio de um programa de TV de grande audiência.
Nesse período,
Pinga-Fogo
de Oliveira tornou-se um empresário de sucesso no ramo das
comunicações nas
regiões norte e noroeste
do Paraná, dirigindo um sistema de rádio comandado pela rádio
Nova Ingá AM de Maringá e
apresentando também programa diário de grande audiência intitulado Pinga-Fogo
na TV,
na TV Maringá (Canal 6), emissora afiliada à Rede Bandeirantes.
Casou-se com Lílian Cristina de
Oliveira, com quem teve quatro filhos.
FONTES:
CÂM. DEP. Deputados brasileiros.
Repertório (1991-1995);
Estado de S. Paulo
(8/4/94); Folha de S. Paulo
(7 e 8/4/94); Globo
(7/4/94); INF. BIOG.; Jornal
do Brasil
(8/4/94); Perfil parlamentar/IstoÉ.