BRANDÃO,
Manuel Antônio Maria de Pimentel
*diplomata; emb. Bras. Peru 1971-1975.
Manuel Antônio Maria de Pimentel Brandão nasceu na França no dia 15
de agosto de 1918, filho de Mário Pimentel Brandão — diplomata, ministro das
Relações Exteriores de 1936 a 1938 e embaixador brasileiro nos Estados Unidos,
na União Soviética e na República Federal da Alemanha — e de Eva de Pimentel
Brandão. Como na ocasião de seu nascimento seu pai se encontrava no exterior a
serviço, foi considerado brasileiro por força de dispositivos constitucionais.
Em
1938, entrou por concurso para a carreira diplomática como cônsul de terceira
classe, permanecendo até 1939 adido ao gabinete do ministro das Relações
Exteriores, Osvaldo Aranha. Em 1940, chegou a oficial-de-gabinete do ministro
e, ainda no mesmo ano, bacharelou-se em ciências jurídicas e sociais pela
Faculdade de Direito da Universidade do Brasil.
Vice-cônsul
em Buenos Aires de 1941 a 1943, foi promovido nesse último ano a cônsul de
segunda classe, passando a desempenhar as funções de cônsul-adjunto. Ocupou o
cargo de segundo-secretário da representação brasileira na capital argentina de
1944 a 1945 e, nos dois anos seguintes, atuou como encarregado de negócios e
segundo-secretário da embaixada do Brasil em Estocolmo, na Suécia.
Em 1950, esteve à disposição do príncipe dos Países
Baixos, então em visita oficial ao Brasil. Integrou também as delegações
brasileiras à IV Sessão do Conselho Internacional do Trigo e à Conferência
Regional do Estanho, em Genebra. Ainda nesse ano, atuou como delegado-suplente
junto ao comitê executivo do Conselho Internacional do Trigo e como delegado do
Brasil no comitê especial do Conselho Internacional do Açúcar, em Londres. De 1950 a 1951, desempenhou as funções de segundo-secretário da embaixada brasileira
na capital inglesa, sendo aí promovido neste último ano a primeiro-secretário.
Ainda em 1951, atuou como delegado do Brasil à VII Sessão do Conselho
Internacional do Trigo, em Lisboa, além de integrar a delegação brasileira à VI
Sessão da Assembléia Geral das Nações Unidas, reunida em Paris. Entre 1951 e 1953, serviu como delegado do Brasil na reunião do Conselho Internacional
do Açúcar, em Londres, desempenhando idênticas funções nas oitava, nona, décima
e 12ª sessões do Conselho Internacional do Trigo, realizadas também na capital
inglesa. Em 1952, sempre em Londres, foi delegado do Brasil à Conferência das
Dívidas Alemãs e participou como observador do Brasil na IV Sessão da Comissão
Internacional de Pesca da Baleia e na V Reunião do Grupo Internacional de
Estudos sobre a Lã. Ainda como primeiro-secretário, deixou a embaixada
brasileira na Inglaterra em 1953, passando a exercer as mesmas funções na
representação do Brasil em Roma.
Em 1954, nesta capital, Pimentel Brandão foi delegado do
Brasil às 23ª e 24ª sessões do Comitê de Produtos Essenciais da Food and
Agriculture Organization (FAO, Organização das Nações Unidas para a Alimentação
e a Agricultura) e à XX Sessão do Conselho dessa agência da ONU, atuando ainda
como observador brasileiro na CXXVII Sessão do Conselho de Administração da
Organização Internacional do Trabalho (OIT). No ano seguinte, representou o
Brasil na VIII Sessão da Conferência Geral da FAO e desempenhou as funções de
observador brasileiro junto à XXI Sessão do Conselho desse organismo, ambas
reunidas na capital italiana. Ainda em 1955 recebeu o título de conselheiro e,
voltando ao Brasil em 1956, assumiu a chefia da Divisão de Pessoal do
Ministério das Relações Exteriores, onde permaneceu até 1958. Em 1957, esteve à
disposição do ministro do Exterior do Paraguai então em visita ao Brasil. Ainda
nesse ano, integrou a comitiva do chanceler José Carlos de Macedo Soares quando
este visitou o Peru. De 1958 a 1959, atuou como primeiro-secretário da
embaixada brasileira em Bruxelas, Bégica. Neste último ano foi promovido a
ministro de segunda classe, passando a exercer a função de ministro-conselheiro
na embaixada brasileira em La Paz, na Bolívia, onde foi também encarregado de
negócios até 1962. Durante esse período, chefiou, em 1960, a missão especial do Brasil à solenidade de posse do presidente boliviano, Victor Paz
Estensoro.
De
1962 a 1965, Pimentel Brandão foi embaixador do Brasil na Hungria e, desse ano
até 1966, acumulou as embaixadas brasileiras na Noruega e na Islândia. Ainda em
1966, integrou a delegação brasileira à XXI Sessão da Assembléia Geral das
Nações Unidas, em Nova Iorque, e foi promovido a ministro de primeira classe,
atuando como presidente do grupo de trabalho encarregado de elaborar as bases
da participação do Brasil na III Conferência Interamericana Extraordinária
(CIE). Foi também membro da delegação brasileira à reunião do conselho de
ministros da Associação Latino-Americana de Livre Comércio (ALALC), em
Montevidéu, e fez parte da comissão de planejamento político do Ministério das
Relações Exteriores. De 1966 a 1967, foi secretário-geral-adjunto para assuntos
americanos do Itamarati e membro da seção brasileira da Comissão Especial
Brasileiro-Argentina de Coordenação (CEBAC). Em 1967, participou como delegado
brasileiro da III CIE, em Buenos Aires, foi membro da comissão de estudos
relativos à bacia do Prata e chefe do grupo técnico exploratório enviado a
Caracas, na Venezuela.
Embaixador do Brasil na Dinamarca de 1967 a 1970, em 1971 Pimentel Brandão esteve em Lima, no Peru, como chefe da delegação brasileira à
VI Conferência de Agricultura. Nesse mesmo ano, tornou-se embaixador do Brasil
naquele país, substituindo a Antônio Carlos de Abreu e Silva. Desempenhou essas
funções até 1975, quando foi sucedido, interinamente, por José Constâncio
Austregésilo Ataíde. Embaixador do Brasil na Suécia de 1975 a 1980, foi transferido neste último ano para a chefia da representação diplomática brasileira
na Tchecoslováquia. Permaneceu em Praga até 1985, ano em que se aposentou.
Presidente da Câmara de Comércio Brasil-Tchecoslováquia entre
aproximadamente 1986 e 1988, a partir de então não desenvolveu mais nenhuma atividade profissional.
Faleceu, em Paris, em outubro de 2008.
Era casado com Jacqueline de Pimentel Brandão, com quem teve
uma filha.
FONTES:
INF. BIOG.; MIN. REL. EXT. Anuário (1973, 1975); Perfil (1975)
; INF. JOÃO PAULO DE PIMENTEL BRANDÃO SANCHEZ.