SANTOS,
Carlos
*dep. fed. RS 1975-1983.
Carlos
da Silva Santos nasceu em Rio Grande (RS) no dia 9 de dezembro de 1904,
filho de Manuel Romão Conceição dos Santos e de Saturnina Bibiana da Silva
Santos.
Fez seus estudos iniciais no Liceu Salesiano Leão XIII e nos
colégios estaduais Nossa Senhora do Rosário e Lemos Júnior.
Iniciou sua vida profissional como fiscal do trabalho, vogal
operário da Junta de Conciliação e Julgamento e secretário do Colégio Estadual
Lemos Júnior. Eleito deputado classista à Assembléia Constituinte gaúcha,
assumiu sua cadeira em 1935. Participou dos trabalhos constituintes e, após a
promulgação da nova Carta estadual em junho desse ano, exerceu o mandato até 10
de novembro de 1937, quando o advento do Estado Novo suprimiu os órgãos
legislativos do país.
Em 1950 bacharelou-se em ciências jurídicas e sociais pela
Faculdade de Direito de Pelotas, da Universidade do Rio Grande do Sul.
No pleito de outubro de 1958, elegeu-se deputado estadual no
Rio Grande do Sul na legenda do Partido Trabalhista Brasileiro (PTB). Assumindo
sua cadeira em fevereiro de 1959, tornou-se secretário da mesa da Assembléia.
Em 1961 foi secretário-geral e coordenador do II Congresso Brasileiro das
Assembléias Legislativas dos Estados. Candidatou-se mais uma vez em outubro de
1962, ainda na legenda do PTB, mas obteve apenas uma suplência, deixando a
Assembléia em janeiro de 1963.
Após o movimento político-militar de março de 1964, com a
extinção dos partidos políticos pelo Ato Institucional nº 2 (27/10/1965) e a
posterior instauração do bipartidarismo, filiou-se ao partido de oposição, o
Movimento Democrático Brasileiro (MDB). Nessa legenda foi novamente eleito
deputado estadual no pleito de novembro de 1966, retornando à Assembléia em
janeiro do ano seguinte. Em 1967 foi presidente da mesa e nessa qualidade
exerceu interinamente o governo do estado, na gestão de Válter Peracchi
Barcelos (1967-1971). Ainda como presidente da Assembléia gaúcha promulgou a
Constituição estadual, assinada pela minoria dos deputados em maio de 1967, e
inaugurou o palácio Farroupilha, sede do poder Legislativo.
Reeleito
em novembro de 1970, no ano seguinte presidiu a comissão organizadora do I
Simpósio Estadual de Estudo dos Problemas do Excepcional, de que resultou a
Fundação Estadual de Assistência ao Excepcional, tendo presidido ainda a
Comissão Especial sobre o tema.
Nas
eleições de novembro de 1974 foi eleito deputado federal pelo Rio Grande do
Sul, sempre na legenda do MDB, assumindo sua cadeira em fevereiro do ano
seguinte, após deixar a Assembléia gaúcha. Nessa legislatura presidiu a
Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para estudo do problema do menor
carente e abandonado e integrou o grupo afro-brasileiro da Comissão de Relações
Exteriores, além do Bloco Parlamentar Brasil-Japão.
Reeleito
em novembro de 1978, ainda na legenda do MDB, em abril do ano seguinte, por
ocasião dos debates sobre a criação de novos partidos, declarou que só seria
possível conceber um partido político em plena democracia, fato que não se
coadunava com o “sistema político estrambótico” vigente. Na mesma ocasião
enfatizou o “humanismo ideológico-político” do PTB da época de Getúlio Vargas.
Com a extinção do bipartidarismo determinada em 29 de novembro de 1979 e a
conseqüente reformulação partidária, filiou-se ao Partido do Movimento
Democrático Brasileiro (PMDB). Nessa legislatura foi membro das comissões de
Relações Exteriores e da CPI destinada a apurar a contaminação de alimentos por
excesso de aditivo, além de suplente da Comissão de Serviço Público da Câmara
dos Deputados. Deixou essa casa ao final da legislatura, em janeiro de 1983.
Foi ainda membro do Centro Cultural Marcílio Dias e da
Associação Rio-Grandense de Imprensa.
Faleceu em Porto Alegre no dia 9 de maio de 1989.
Era casado com Julieta Bolleto Santos, com quem teve cinco
filhos.
Publicou Sucata (coletânea de discursos).
FONTES: CÂM. DEP. Deputados;
CÂM. DEP. Deputados brasileiros. Repertório (1975-1979 e 1979-1983); Jornal
do Brasil (10/4/79 e 9/5/89); NÉRI, S. 16; Perfil (1980);
SILVA, R. Notas; TRIB. SUP. ELEIT. Dados.