GOMES, CARLOS (1)
GOMES,
Carlos
*dep. fed. AL 1959-1963.
Carlos
Gomes de Barros nasceu em Passo de Camaragibe (AL) no dia 25 de julho de
1906, filho de Laurentino Gomes de Barros e de Amália Gomes de Barros. Seus
irmãos, Mário Gomes de Barros e Antônio Gomes de Barros exerceram cargos
políticos. O primeiro foi deputado federal entre 1946 a 1955, o segundo deputado estadual. Seu sobrinho, Osvaldo Gomes de Barros também foi deputado
estadual.
Cursou os colégios 15 de Março e 11 de Janeiro, concluindo os
estudos preparatórios no Liceu Alagoano. Ingressou a seguir na Faculdade de
Direito de Recife e, ainda acadêmico, apoiou a campanha da Aliança Liberal e a
Revolução de 1930. Em 1931 trabalhou como adjunto de promotor público em São Miguel dos Campos (AL) e como delegado de polícia em Maceió, e no ano seguinte concluiu o
curso universitário, atuando ainda como voluntário na repressão à Revolução
Constitucionalista de São Paulo.
Após
exercer a função de chefe de polícia do estado de Alagoas, foi nomeado em 1936
promotor público em São Luís do Quitunde (AL), cargo em que permaneceria até
1942. Contrário ao golpe que implantou o Estado Novo em novembro de 1937,
colocou-se a partir de então na oposição ao governo de Getúlio Vargas. Com a
desagregação desse regime em 1945 e a reorganização partidária, participou da
fundação da União Democrática Nacional (UDN), legenda na qual foi eleito
deputado à Assembléia Constituinte de seu estado no pleito de janeiro de 1947.
Ainda nesse ano assumiu o mandato, o qual exerceu, após a promulgação da nova
Carta estadual, até janeiro de 1951. Reeleito para a Assembléia Legislativa
alagoana nos pleitos de outubro de 1950 e de 1954, durante o exercício desse
último mandato foi ferido, em setembro de 1957, num conflito ocorrido no
recinto da Assembléia por ocasião do pedido de impeachment do governador
Sebastião Muniz Falcão.
No
pleito de outubro de 1958 elegeu-se deputado federal por seu estado mais uma
vez na legenda da UDN. Deixando a Assembléia estadual em janeiro de 1959, em
fevereiro seguinte ocupou sua cadeira na Câmara, passando a integrar a Comissão
de Constituição e Justiça. Durante o governo de Jânio Quadros (janeiro a agosto
de 1961), manifestou-se contra a intenção oficial de reatamento das relações
diplomáticas com a União Soviética, rompidas desde 1947. Por outro lado,
definiu-se também contrariamente à proposta norte-americana de intervenção em Cuba. Após a renúncia de Quadros em 25 de agosto de 1961, votou a favor da implantação do parlamentarismo,
solução conciliatória aprovada pelo Congresso para contornar a crise política
resultante do veto dos ministros militares à posse de João Goulart,
vice-presidente e sucessor legal do presidente demissionário. Favorável à
Emenda Constitucional nº 5, de novembro do mesmo ano, que ampliou a
participação dos municípios na renda tributária nacional, no ano seguinte
assumiu posição contrária à antecipação do plebiscito, que, previsto para
princípios de 1965, acabaria sendo realizado em janeiro de 1963, decidindo por
ampla maioria de votos o retorno do país ao presidencialismo.
Ainda
nessa legislatura, conforme declarou ao Correio Brasiliense, apoiou a
adoção da cédula única em todos os pleitos e a implantação dos distritos
eleitorais, defendeu a reforma agrária com desapropriação dos latifúndios,
desde que esta fosse acompanhada por indenização em dinheiro ou em títulos
sujeitos à correção monetária, e foi favorável à criação de um sistema
cooperativista com base na assistência ao lavrador e à pequena propriedade.
Declarou-se também partidário da fundação de um banco central emissor e de um
banco rural como fórmula capaz de evitar a centralização do Banco do Brasil na
distribuição do crédito.
Em outubro de 1962 tentou a reeleição, mas obteve apenas uma
suplência. Deixando a Câmara em janeiro de 1963, voltou a exercer o mandato de
abril a junho desse ano, quando deixou definitivamente a casa.
Entre 1963 e 1967, foi membro do Conselho Nacional de
Telecomunicações.
Faleceu no dia 25 de outubro de 1973.
Era casado com Laura Lima Gomes de Barros, com quem teve
quatro filhos.
FONTES: CÂM. DEP. Deputados;
CÂM. DEP. Deputados brasileiros. Repertório (1946-1967); CÂM. DEP.
Relação dos dep.; CAMPOS, Q. Fichário; COUTINHO, A. Brasil; TRIB.
SUP. ELEIT. Dados (4 e 6).