RIBEIRO,
Flexa
*dep. fed. GB 1967 e 1970-1975; dep. fed. RJ 1975-1979.
Carlos Otávio Flexa Ribeiro
nasceu em Belém no dia 11 de agosto de 1914, filho de José Flexa Ribeiro,
professor de história da arte, crítico literário, poeta e jornalista, e da
professora Alice Flexa Ribeiro.
Fez os estudos preparatórios no Colégio Andrews, no Rio de
Janeiro, então Distrito Federal, do qual sua mãe foi diretora de 1919 a 1932. Ingressando na Universidade do Distrito Federal, bacharelou-se em ciências jurídicas e
sociais em 1935 e em história em 1938. Depois de formado, tornou-se professor
do Colégio Andrews, do qual viria a ser diretor e proprietário.
Em
agosto de 1947 participou, juntamente com sua mãe, da fundação do Partido
Socialista Brasileiro (PSB). No ano seguinte integrou a missão do Ministério da
Educação e Cultura (MEC) organizada para estudar a reforma do sistema
educacional na França e em 1951 tornou-se professor de artes no Instituto de
Belas-Artes do Rio de Janeiro. Ainda nesse último ano, foi convidado pelo
Instituto de Artes e Arqueologia da Universidade da Sorbonne, na França, para
proferir conferências sobre arte e arqueologia brasileiras. Em 1952 concorreu à
cátedra de história da arte e de estética da Faculdade Nacional de Arquitetura,
no Rio de Janeiro, obtendo o primeiro lugar. Durante a década de 1950
participou das discussões, estimuladas pelo MEC, sobre o projeto da Lei de
Diretrizes e Bases da Educação Nacional e da reorganização do Museu de Arte
Moderna (MAM) do Rio de Janeiro, do qual tornou-se diretor-geral em 1955.
No pleito de outubro de 1960 elegeu-se, na legenda da União
Democrática Nacional (UDN), suplente de deputado à Assembléia Constituinte do
estado da Guanabara, criado nesse mesmo ano após a transferência da capital
federal do Rio de Janeiro para Brasília. No ano seguinte foi nomeado pelo
governador Carlos Lacerda, também eleito em outubro de 1960, secretário da
Educação e Cultura do estado da Guanabara, função que exerceu até 1965. Em
outubro deste último ano candidatou-se ao governo da Guanabara, na legenda da
UDN, sendo derrotado por Francisco Negrão de Lima, candidato da coligação
formada pelo Partido Social Democrático (PSD) e o Partido Trabalhista
Brasileiro (PTB). Esse resultado, juntamente com a vitória de Israel Pinheiro em Minas Gerais, provocou grave crise político-militar que levou à edição, ainda no dia 27 de
outubro, do Ato Institucional nº 2 (AI-2), que extinguiu os partidos políticos.
Com a conseqüente implantação do bipartidarismo, uniu-se ao grupo que organizou
o partido governista, a Aliança Renovadora Nacional (Arena). Foi um dos
fundadores e, posteriormente, secretário-geral do partido na Guanabara.
Em 1966 integrou outra missão enviada à França pelo MEC, a
convite do governo daquele país, para estudar a nova reforma do sistema
educacional francês. Ainda em 1966 participou, como delegado brasileiro, da
Bienal de Artes de Veneza (Itália). Em novembro desse mesmo ano elegeu-se
deputado federal pela Guanabara, na legenda da Arena, assumindo o mandato em
fevereiro de 1967. Convidado em caráter pessoal para exercer a função de
diretor-geral do Departamento de Educação da Comissão das Nações Unidas para a
Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO), em Paris, licenciou-se da Câmara dos
Deputados de julho de 1967 a julho de 1970, quando reassumiu o mandato.
Reeleito em novembro de 1970, integrou durante a legislatura
1971-1975 a Comissão Especial para Integração dos Povos da Comunidade de Língua
Portuguesa, foi suplente da Comissão de Relações Exteriores e presidente da
Comissão de Educação e Cultura da Câmara. Reeleito no pleito de novembro de
1974, já pelo novo estado do Rio de Janeiro, tornou-se membro do conselho
deliberativo da Fundação Mílton Campos para Pesquisas e Estudos Políticos,
criada nesse mesmo ano pela Arena.
Em novembro de 1978 candidatou-se novamente a deputado
federal pelo Rio de Janeiro, mas obteve apenas uma suplência. No mês seguinte,
foi eleito diretor-executivo do MAM do Rio de Janeiro, concluindo seu mandato
na Câmara dos Deputados em janeiro de 1979. Em janeiro de 1982 tornou-se
vice-presidente do MAM.
Faleceu no Rio de Janeiro no dia 6 de agosto de 1991.
Foi casado com Maria Helena Pinto Flexa Ribeiro, com quem
teve quatro filhos. Viúvo em 1983, contraiu segundas núpcias com Maria Celina
Simon Flexa Ribeiro.
Publicou A reforma da educação na França (1948), Velasquez
e o realismo (1949), Idéias modernas sobre o gótico (1950) e Educação
no Brasil (1967).
FONTES: CÂM. DEP. Deputados;
CÂM. DEP. Deputados brasileiros. Repertório (1967-1971, 1971-1975,
1975-1979 e 1979-1983); COUTINHO, A. Brasil; CURRÍC. BIOG.; Grande
encic. Delta; Grande encic. portuguesa; Jornal do Brasil
(30/10/66 e 6/12/78); NÉRI, S. 16; Perfil (1972); Política;
SOC. BRAS. EXPANSÃO COMERCIAL. Quem; TRIB. SUP. ELEIT. Dados (8).