ABI-ACKEL, IBRAHIM
CARNEIRO, Cleuber
*dep.
fed. MG 1999-2004 e 2006
Cleuber Brandão Carneiro nasceu em Paratinga
(BA) no dia 27 de janeiro de 1940, filho de Mário Carneiro da Silva e de Dulce
Brandão Carneiro.
Formou-se pela Faculdade de Direito de Goiânia em 1964.
Após a instauração do bipartidarismo pelo Ato Institucional nº 2 (AI-2) em 27
de outubro de 1965, filiou-se à Aliança Renovadora Nacional (Arena), partido
político de apoio ao governo militar instaurado no país a partir de abril de
1964. Transferindo-se para Januária, no norte de Minas Gerais, foi vereador
(1969-1973) e prefeito do município (1973 a 1979).
A partir de 1979 exerceu cinco mandatos consecutivos como
deputado estadual em Minas. Foi eleito para o primeiro (1979-1983) ainda na
legenda da Arena, mas, com o fim do bipartidarismo em novembro de 1979 e a
consequente reformulação partidária, filiou-se ao Partido Democrático Social
(PDS). Nessa legenda foi eleito para o segundo mandato (1983-1987). Em 1985,
como outros dissidentes do PDS, filiou-se ao Partido da Frente Liberal (PFL) e
nessa legenda disputou e exerceu os três últimos mandatos na Assembléia
mineira: de 1987 a 1991, quando participou da Constituinte que promulgou a
Constituição mineira em 1989, de 1991 a 1995, e de 1995 a 1999. Durante os 20
anos em que atuou na Assembleia Legislativa foi primeiro vice-presidente da
mesa diretora, presidente da Comissão de Abastecimento e vice-presidente da
Comissão de Assuntos da Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste
(Sudene) e Estímulos Fiscais. Participou ainda da Comissão de Defesa do Meio
Ambiente e da Comissão de Redação. Foi suplente da Comissão de Agropecuária e
Política Rural e da Comissão de Segurança.
Nas eleições de 1998, candidatou-se à Câmara dos Deputados
na legenda do PFL com o apoio do Partido Progressista Brasileiro (PPB) e do
Partido Trabalhista Brasileiro (PTB). Eleito, tomou posse em fevereiro de 1999.
Membro da bancada ruralista, participou da Comissão de Agricultura e Política
Rural, foi suplente da Comissão de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e
Desenvolvimento Rural, e presidiu também a Comissão de Seguridade Social e
Família. Foi vice-líder do PFL e do bloco parlamentar formado pelo PFL e pelo
Partido Social Trabalhista (PST), que seria incorporado ao Partido Liberal (PL)
em 2003. Em julho de 2001, recebeu concessão de TV educativa para a cidade de
Januária, sua base eleitoral, por decreto assinado pelo então presidente da
República, Fernando Henrique Cardoso. A concessão foi dada em nome da Fundação
Cultural de Januária, dirigida por filhos do deputado.
Candidato à reeleição nas eleições de outubro de 2002,
obteve uma suplência. Encerrou seu mandato em janeiro de 2003, e na condição de
suplente voltou a assumir uma cadeira na Câmara de fevereiro de 2003 a novembro
de 2004. Em 2005 filiou-se ao PTB, e entre julho e outubro de 2006 reassumiu
mandato, em substituição do deputado federal Danilo de Castro. Participou da
Comissão de Turismo e Desporto e da Comissão de Viação e Transportes e foi
suplente da Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania e da Comissão de
Desenvolvimento Urbano e Interior.
Em 2006, teve seu nome citado em processo aberto pelo
Conselho de Ética da Câmara dos Deputados por envolvimento no “escândalo dos
sanguessugas”, como ficou conhecida a atuação da empresa Planam, que, com apoio
de deputados federais e senadores que apresentavam emendas ao orçamento da
União, obtinha recursos para fraudar licitações e vender ambulâncias para
prefeituras com valores superfaturados. Após a Polícia Federal ter descoberto o
esquema, uma comissão parlamentar de inquérito (CPI) foi instalada no Congresso
Nacional para investigar o envolvimento de parlamentares no caso. Foi acusado por um dos sócios da Planam, em depoimento
a CPI, de ser um dos chefes do esquema. Candidato à reeleição em outubro de
2006 na legenda do PTB, não conseguiu se reeleger. Nas eleições de 2008 não
concorreu a cargo eletivo.
Em 2010, foi o único dentre os mais de 70 denunciados a
ser punido criminalmente pelo
envolvimento no chamado “escândalo dos sanguessugas”, eclodido cinco
anos antes. Recorreu da condenação a dois anos de prisão, tendo convertido a
pena em prestação de serviços comunitários. Com os direitos políticos
suspensos, sua atuação neste sentido ficou restrita à política partidária.
Letícia
Nunes de Moraes
FONTES: CÂM. DEP. Deputados
brasileiros; CÂM. MUN. Januária (MG); Jornal Folha de S.Paulo (25/07/2006,
01/08/2006, 06/10/2006, 30/11/2006 e 22/12/2006); MONTEIRO, N.G. Dicionário
biográfico de Minas Gerais. Portal do jornal Estadão. Disponível em:
<http://www.estadao.com.br>. Acesso em 21/08/2013; Portal do Ministério
Público Federal. Disponível em: <http://www.mpf.mp.br/>. Acesso em
21/08/2013; Portal da revista Veja. Disponível
em: <http://veja.abril.com.br>. Acesso em 21/08/2013.