COSTIN,
Cláudia
*min. Adm. Ref. Est. 1998.
Cláudia Maria Costin nasceu em São Paulo em 24 de janeiro de 1956, filha de
Maurício Costin e de Lídia Costin.
Em
1975 ingressou no curso de administração
pública
da Escola de Administração de Empresas de São Paulo (Eaesp)
da Fundação Getulio Vargas, graduando-se três anos depois. Ex-militante do
Partido Comunista do Brasil (PCdoB) foi presa duas vezes, uma em 1976 e outra
no ano seguinte, quando ainda era estudante. Chegou a ser enquadrada na Lei de
Segurança Nacional, mas foi beneficiada pela decretação da anistia pelo
presidente João Figueiredo em agosto de 1979. Com Tarso Genro e José Genoíno,
fundou o Partido Revolucionário Comunista (PRC), que mais tarde se fundiu ao
Partido dos Trabalhadores (PT).
Em junho de 1986 concluiu o mestrado em economia aplicada à administração pela Eaesp/FGV. Transferiu-se para Brasília no ano seguinte, a convite
de seu ex-professor na FGV, Bresser Pereira, então ministro da Fazenda do governo José
Sarney (1985-1990). Foi professora de teoria geral da administração e de teoria
das organizações nos cursos de administração de recursos humanos da Eaesp, entre 1987 e 1988. Permaneceu na capital federal após a
saída de Bresser do ministério em dezembro de 1987, substituído por Maílson da
Nóbrega.
Desde
então passou a ocupar importantes cargos na administração pública federal.
Funcionária do Serviço Federal de Processamento de Dados (Serpro), foi diretora
do Departamento Nacional de Planejamento e Avaliação do extinto Ministério da
Economia, de junho de 1991 a outubro de 1992, no governo de Fernando Collor
(1990-1992); e secretária-adjunta de Previdência Complementar, de
fevereiro a
dezembro de 1994, no governo Itamar Franco (1992-1994). Em dezembro de 1993,
doutorou-se em administração pela Eaesp/FGV.
Voltou a trabalhar com Bresser Pereira em janeiro de 1995, no governo de
Fernando Henrique Cardoso (1995-1998), quando assumiu a secretaria executiva do
Ministério da Administração Federal e Reforma do Estado.
Em outubro de 1996, logo após o governo ter baixado um pacote
de contenção de gastos do funcionalismo público, e no auge das discussões sobre
a reforma administrativa, recebeu telefonemas ameaçadores e passou a andar
acompanhada de agentes da Polícia Federal. No fim de junho de 1998, assumiu a pasta da Administração, quando o titular, Bresser Pereira, afastou-se para exercer o cargo de tesoureiro da campanha de Fernando Henrique
Cardoso à reeleição. Durante sua
curta gestão como ministra, procurou dar continuidade ao programa de reforma do
Estado implementado por Bresser. A reforma tinha como objetivo a
profissionalização do serviço público, por
meio da formulação de
políticas de descentralização administrativa, de terceirização das atividades
de apoio e de privatização de empresas estatais. Uma das propostas mais
polêmicas do programa foi o fim da estabilidade dos funcionários públicos,
aprovada pelo Congresso em março de 1998.
Entre
outros projetos, coordenou o lançamento do Serviço de Atendimento ao Cidadão e
a criação da carreira de especialista em políticas públicas na área da saúde,
esta em parceria com o ministro José Serra. O primeiro, instituído em julho de
1998, tinha como finalidade
agilizar a prestação de cerca de 70 serviços oferecidos
pelo poder público, incluindo a obtenção de documentos, tais como carteira de
identidade, CPF, carteira de motorista, passaporte e certidões. O segundo,
anunciado no mês seguinte, visava, segundo o governo, à despolitização do
Ministério da Saúde, com a profissionalização dos cargos mais altos da pasta.
Oitava mulher a ocupar um cargo de ministra na história do
país, e a segunda no governo Fernando Henrique (a primeira havia sido Dorotéa
Werneck, que comandara o Ministério da Indústria, Comércio e Turismo nos dois
primeiros anos de mandato do presidente), determinou que o assédio sexual
passasse a integrar o programa dos cursos de capacitação e treinamento de
pessoal oferecidos pelo Ministério da Administração. Em agosto de 1998,
apresentou um relatório sobre a condição da mulher no serviço público elaborado
pela Escola Nacional de Administração Pública (Enap). Realizado no âmbito do Programa de Equalização de
Oportunidades criado na gestão de Bresser o trabalho revelou que as mulheres
representavam 44% do total de servidores federais, mas que apenas 13,24%
ocupavam os cargos de maiores salários. Para acabar com o desequilíbrio,
determinou a criação de cursos especiais de gerência só para mulheres na Enap e na Escola Superior de Administração Fazendária (Esaf).
Com a reeleição de Fernando Henrique e o retorno de Bresser à
pasta, em outubro de 1998 reassumiu o cargo de secretária-executiva. Extinto o
ministério em janeiro do ano seguinte, passou a chefiar a Secretaria da
Administração e do Patrimônio do recém-criado Ministério do Planejamento,
Orçamento e Gestão, cargo que ocupou até o fim de julho de 1999. Aceitou o convite para dirigir a secretaria geral do Instituto Hélio Beltrão, organização
não governamental fundada pela família do ex-ministro e, em outubro de 1999, passou também a prestar consultorias para
governos estaduais.
Em janeiro de 2003, durante a gestão de Geraldo Alckmin, foi secretária de Cultura do Estado de São Paulo, cargo que ocupou até maio de 2005. Nesse ano, assumiu a vice-presidência da Fundação Victor Civita, uma fundação sem fins lucrativos criada em 1985 pelo então
presidente do grupo Abril, Victor Civita, com a missão de contribuir para a
melhoria da educação básica, função que exerceu até junho de 2007. Tornou-se professora visitante na Universidade de Quebec, Canadá, onde ministrou o curso “Estado e Globalização da Escola Nacional de Educação Pública”. Em 2009, assumiu a pasta da Secretaria Municipal de Educação do Rio de Janeiro.
Foi casada com Igor Fuser, com quem teve uma filha.
Divorciada, casou-se com Nabuco Barcelos da Silva, com quem teve um filho.
Luís
Otávio de Sousa
FONTES:
Folha de S. Paulo
(27/7/98); Globo
(8/10/98); INF. BIOG.;
Jornal do Brasil
(10, 15/7, 1/8 e 7/10/98); Min. Planej. Orç. Gestão.
Internet; Portal G1 www.globo.com
acesso em 26/10/09.