SALES,
Colombo
* gov. SC 1971-1975.
Colombo Machado Sales nasceu
em Laguna (SC) no dia 20 de maio de 1926, filho de Calistrato Müller Sales e
de Berta Machado Sales.
Realizou os primeiros estudos no Grupo
Escolar Jerônimo Coelho e no Ginásio Lagunense, em sua cidade natal,
diplomando-se engenheiro civil em 1949 pela Escola de Engenharia da
Universidade do Paraná.
Em 1951, por meio de concurso público,
ingressou nos quadros do Ministério da Viação e Obras Públicas como engenheiro
do Departamento Nacional de Portos, Rios e Canais, assumindo a administração
do Porto de Laguna (SC). Em 1957, viajou à França onde fez o curso de Modelos
Reduzidos de Portos no Laboratoire Central d”Hydraulique de France, em
Maison-Alfort. Dois anos depois, foi designado chefe do Distrito de Portos e
Vias Navegáveis em Santa Catarina. Dos trabalhos realizados sob sua
responsabilidade destacaram-se a construção dos canais de Sanga da Madeira
(SC), do Rio Negro (SC) e de Álveo do Rio Madre, em 1958; e o projeto do porto
militar e comercial de Anhatomirim, e o projeto de regularização da rede
fluvial sul-catarinense, em 1959.
Professor de matemática, física,
química e estatística da Escola Técnica do Comércio de Laguna de 1959 a 1963,
representou o Ministério da Viação e Obras Públicas no Conselho do Trabalho
Marítimo em março de 1962, tornando-se nesse mesmo ano chefe do gabinete de
administração do Porto do Rio de Janeiro.
Em 1964, transferiu-se para Brasília,
onde assumiu a chefia do gabinete do prefeito do Distrito Federal (Brasília),
Plínio Cantanhede (1964-1967), a partir de junho de 1964, foi designado em
setembro para presidir o grupo de trabalho encarregado de elaborar o Plano de
Aplicação dos Recursos Orçamentários na Região Geoeconômica Circunvizinha do
Distrito Federal. Ainda em 1964, tornou-se professor titular da cadeira de
portos de mar, rios e canais na Faculdade de Engenharia da Universidade
Federal de Goiás, atividade que exerceria até 1974.
Nomeado secretário do governo do
Distrito Federal em dezembro de 1964, tornou-se coordenador executivo da
reestruturação administrativa do Distrito Federal em janeiro de 1965. Em agosto
do mesmo ano assumiu a chefia do 17º. Distrito dos Portos e Vias Navegáveis,
abrangendo os portos catarinenses de São Francisco do Sul, Itajaí, Imbituba,
Florianópolis e Laguna. No mês seguinte, foi nomeado para o conselho de
administração da Companhia Urbanizadora da Nova Capital do Brasil (Novacap).
Presidente da Fundação Cultural do
Distrito Federal, em agosto de 1966 representou o Distrito Federal no Simpósio
da Associação Promotora do Desenvolvimento de Brasília. Após ter ocupado a
Secretaria de Finanças do Distrito Federal, foi nomeado, em outubro de 1966,
ainda durante a gestão de Plínio Cantanhede, para as secretarias de Educação e
Cultura e de Serviços Sociais do Distrito Federal e para a presidência da
Fundação Educacional do Distrito Federal. Em novembro representou o Distrito
Federal no III Congresso Hispano-Luso-Americano-Filipino de Municípios.
Professor-colaborador da Universidade
de Brasília (UnB) em 1967, chefiou, nessa época, a comissão organizadora da
Faculdade de Tecnologia da Universidade. Em abril do mesmo ano foi designado assessor
do gabinete do diretor-geral do Departamento Nacional de Portos e Vias
Navegáveis (DNPVN) e chefe de representação do mesmo órgão em Brasília. Em
janeiro de 1968 assumiu a presidência da Comissão Executiva, da Navegação do
Sistema Tietê-Paraná e a assessoria da comissão interministerial incumbida de
elaborar o Plano Nacional de Portos de Pesca. Ainda em 1968, foi chefe da
Assessoria de Planejamento e Orçamento do Ministério dos Transportes, membro
efetivo do Conselho Nacional dos Transportes, do Conselho da Superintendência
do Desenvolvimento do Centro-Oeste (Sudeco) e chefe do Grupo
Executivo dos Transportes.
Em 1969, exerceu os cargos de diretor
geral do DNPVN, secretário executivo do segundo Plano de Metas do governo do
estado de Santa Catarina e presidente dos conselhos de administração da
Companhia Brasileira de Dragagem e da Terminais Salineiros do Nordeste S.A.
(Termisa). No ano seguintes fez o curso da Associação dos Diplomados da Escola
Superior de Guerra (ADESG), em Florianópolis, e em 1971 participou do II
Congresso de Transportes do Rio Grande do Sul, realizado na capital gaúcha.
No governo de Santa Catarina
Foi eleito governador de Santa
Catarina pela Assembléia Legislativa do estado em outubro de 1970, sucedendo a
Ivo Silveira (1966-1971). Tomou posse em março de 1971. Durante seu governo
buscou implementar o projeto que dividia o estado em microrregiões, a fim de
disciplinar o processo de desenvolvimento regional, fomentou a assistência
técnica e creditícia e imprimiu grande impulso ao setor industrial,
propiciando expressivo desenvolvimento no estado através da expansão do
Produto Interno Bruto (PIB) e do aumento da renda per capita. No setor
educacional, atendeu a 87% da população escolar na faixa etária de sete a 14
anos e promoveu a ampliação da rede escolar em todos os graus. Realizou
diversas obras na capital, notadamente no setor viário, tendo construído nova
ponte entre o continente e a ilha de Santa Catarina, que recebeu seu nome.
Construiu também mais de 500 quilômetros de estradas por todo o estado.
Destacou-se ainda em sua gestão a elevação do consumo global de energia elétrica,
a ampliação e modernização da rede de comunicações, a extensão da rede de água
e esgoto, a instalação de unidades sanitárias no interior do estado e a
expansão da rede hospitalar.
Em março de 1975 deixou o governo catarinense,
transmitindo-o a Antônio Carlos Konder Reis e retomando ao trabalho no DNPVN.
Nesse mesmo ano, fez o curso de infra-estrutura de transportes do Instituto de
Altos Estudos de Política e Estratégia do Estado Maior das Forças Armadas e
ingressou no corpo docente da Faculdade de Engenharia da Universidade Federal
de Santa Catarina (UFSC), como professor titular da cadeira de portos de mar,
rios e canais, onde permaneceria até aposentar-se em 1992. Entre abril de 1982
e março de 1983, exerceu o cargo de diretor-presidente da Indústria
Carboquímica Catarinense
Membro dos conselhos regionais de
Engenharia e Arquitetura de Santa Catarina e do Distrito Federal,
desenvolveu, ao longo de sua vida profissional, diversos projetos e estudos no
campo da engenharia hidráulica, particularmente sobre canais e portos, e do
planejamento econômico, entre os quais incluem-se o estudo e o projeto sobre a
regularização do vale do rio Tijucas, o estudo de viabilidade sobre os
corredores de exportação de Santa Catarina, o estudo sobre o efeito da
turbulência na dissipação de energia nas vagas oceânicas e o modelo matemático
sobre a propagação da maré no esteiro de Santa Catarina (1991).
Casou-se com Daisy Werner Sales, com
quem teve três filhos.
Publicou Observações oceanográficas
(1956), Distrito Federal e sua nova estrutura administrativa (4
v., 1966), Brasília - conteúdo e continente (1967), Projeto
catarinense de desenvolvimento - plano de governo para o estado
de Santa Catarina (1971), Corredores de exportação - viabilidade
em Santa Catarina (1973), Transformações e tendências da sociedade
catarinense da década dos setenta (1974), Santa Catarina - síntese
conjuntural (1974), Transmissão do conhecimento humano (1974),
Primeiro orçamento programa do Distrito Federal e Plano diretor regional
do Distrito Federal.
FONTES: CORRESP. GOV. EST. SC; CURRIC. BIOG.; Grande
encic. Delta; INF. BIOG.; Perfil (1974); Súmulas; Vela
(29/4/70); Who’s who in Brazil.