COSTA,
Mário Correia da
*pres. MT 1926-1930; gov. MT 1935-1937.
Mário Correia da Costa nasceu
em Cuiabá no dia 4 de fevereiro de 1886, filho de Antônio Correia da Costa e
Antônia Leite Correia da Costa. Pertencente a uma família tradicional na
política mato-grossense: seu tio-bisavô, Antônio Correia da Costa, governou a
província na década de 1830, durante a Regência; seu pai, presidiu o estado de 1895 a 1899. Seu tio, Pedro Celestino Correia da Costa, foi governador de Mato Grosso de 1908 a 1911 e de 1922 a 1926 e senador por esse estado de 1918 a 1922 e de 1927 a 1930. Seus primos Ítrio Correia da Costa e Fernando Correia da Costa foram, respectivamente,
deputado federal por Mato Grosso de 1935 a 1937 e de 1955 a 1967 e governador do mesmo estado de 1951 a 1956 e de 1961 a 1966.
Formado em medicina, clinicou no Rio de Janeiro, então
Distrito Federal, de 1911 a 1926, quando ingressou na vida política, eleito
para o cargo de presidente do estado de Mato Grosso na sucessão de Estêvão
Alves Correia. Assumindo o governo em janeiro de 1926, exerceu o cargo até o
fim do mandato, em 1930, quando foi substituído por Aníbal Benício de Toledo.
Após a Revolução de 1930 voltou à política mato-grossense em
1934, ano em que se verificava forte descontentamento em relação à
administração do interventor Leônidas Antero de Matos, envolvida em sérias
dificuldades financeiras. Congregou, então, as forças de oposição, formadas
pelo Partido Evolucionista e por setores do Partido Liberal, situacionista, em
torno da candidatura do chefe de polícia do Distrito Federal, Filinto Müller,
ao governo do estado. Com o afastamento de Leônidas de Matos em outubro de
1934, resultante da atuação oposicionista, foi nomeado interventor, em março do
ano seguinte, Fenelon Müller, irmão de Filinto, o qual desistira de sua
candidatura em favor do primeiro. A troca, contudo, não foi aceita pelas forças
oposicionistas e Mário Correia da Costa foi lançado candidato da oposição.
Com a instalação, em setembro de 1935, após nova intervenção
federal no estado, da Assembléia Constituinte de Mato Grosso, foi eleito governador
por via indireta, com o apoio de deputados do Partido Liberal e do Partido
Evolucionista. Efetuando-se a seguir uma cisão na aliança que o elegera,
fundou, com seus partidários, o Partido Republicano Mato-Grossense. A outra ala
dos partidos Evolucionista e Liberal ficou congregada na legenda da Aliança
Mato-Grossense, liderada pelo capitão Filinto Müller e pelo senador José
Vilasboas, tornando-se opositora do governo estadual.
Com a ocorrência, em dezembro de 1936, de um atentado contra
os senadores oposicionistas João Vilasboas e Vespasiano Barbosa Martins, cuja
responsabilidade recairia sobre grupos ligados ao governador, a situação
política em Mato Grosso degenerou em conflito. Diante disso os deputados da Aliança Mato-Grossense, temendo por sua integridade
física, pediram asilo no quartel do 16º Batalhão de Caçadores, ao mesmo tempo
em que era organizada uma campanha, apoiada por Filinto Müller e pela oposição
estadual, a favor da intervenção federal em Mato Grosso. Aproveitando-se dessas divergências locais, o governo federal, buscando a
consolidação de seu poder, que se completaria com a implantação do Estado Novo,
decretou em março de 1937 a intervenção federal no estado. Depôs, então, o
governador Mário Correia da Costa e nomeou o capitão Manuel Ari da Silva Pires
para o cargo de interventor federal. Logo a seguir, o Senado aprovaria a
prorrogação do estado de guerra, em vigor no país desde o ano anterior.
Mário Correia da Costa seguiu então para o Rio de Janeiro.
Diante das denúncias do senador Vilasboas, que o acusou de inúmeros crimes de
responsabilidade, organizou-se em Mato Grosso, em junho de 1937, um tribunal especial para julgá-lo. Faleceu porém no dia 7 de setembro de 1937, no Rio de
Janeiro, não chegando a ser julgado.
FONTES: ARQ.
GETÚLIO VARGAS; CARONE, E. República nova; CONSULT. MAGALHÃES, B.; CORREIA
FILHO, V. História; CORRESP. GOV. EST. MT; Diário de Notícias,
Rio (14/9/37); Grande encic. Delta; MENDONÇA, R. Dic.; MENDONÇA,
R. História; PEIXOTO, A. Getúlio; POPPINO, R. Federal; SILVA,
H. 1937.