CURY,
Amadeu
*reitor UnB 1971-1976.
Amadeu Cury nasceu
em Guaxupé (MG) no dia 13 de maio de 1917, filho de Espir Cury e de Nazaré
Cury.
Cursou os estudos básicos no Liceu de Uberlândia e Ginásio Mineiro
de Uberlândia, em Minas Gerais. Formou-se em 1942 pela Faculdade de Medicina da
Universidade do Brasil (UB), da qual seria, mais tarde, professor titular, e
ainda nesse ano começou a trabalhar no Instituto Osvaldo Cruz, aí exercendo as
funções de químico-analista, tecnologista e biólogo. Tendo realizado cursos de
formação e especialização em sua área de interesse, tornou-se em 1954 membro da
Academia Brasileira de Ciências. No ano seguinte, foi nomeado diretor do setor
de pesquisas biológicas do Conselho Nacional de Pesquisas, mais tarde Conselho
Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), função que exerceu
até 1956. Nesse ano, viajou para os Estados Unidos como bolsista, aí concluindo
novo curso de pós-graduação em 1957.
De volta ao Brasil, foi designado assessor da divisão
técnico-científica do CNPq, ocupando esse cargo até 1960, quando assumiu a
vice-diretoria do Instituto de Microbiologia da UB. Em 1961, foi eleito
secretário-geral da Academia Brasileira de Ciências, tornando-se no ano
seguinte professor do Instituto Osvaldo Cruz e em 1963 membro da comissão
coordenadora dos cursos de pós-graduação da UB. Reeleito ainda em 1963
secretário-geral da Academia de Ciências, foi nomeado em 1964 vice-presidente
do CNPq. Durante esse ano, participou da Comissão Educacional Brasil-Estados
Unidos e realizou conferências no Instituto de Medicina Tropical de Lisboa. Em
1965 deixou a secretaria geral da Academia Brasileira de Ciências, sendo
designado em 1966 coordenador da seção de ciências biológicas dessa instituição.
Nesse mesmo ano, tornou-se membro da comissão executiva permanente do Conselho
Interamericano de Educação, Ciência e Cultura (CIECC) da Organização dos
Estados Americanos (OEA), e do conselho deliberativo da Coordenação para o
Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) e do CNPq. Ainda em 1966,
elegeu-se diretor do Instituto de Microbiologia da UB e passou a integrar o
Conselho de Pesquisa e Ensino para graduados na mesma universidade, que em
março de 1967 passou a se chamar Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).
Em 1968, Amadeu Cury exerceu a presidência do Conselho de Pesquisa e Ensino e
tornou-se professor dos cursos de pós-graduação em microbiologia da UFRJ,
deixando a comissão coordenadora dos referidos cursos. Tornou-se também membro
do Conselho Universitário e do Conselho Superior da Coordenação Executiva da
UFRJ, participando ainda do conselho diretor da Fundação Universidade de
Brasília (UnB).
Em 1969, elegeu-se presidente da comissão de pós-graduação do
CNPq e vice-presidente da Academia Brasileira de Ciências, representando o
Brasil na Reunião para a Reestruturação dos Centros Nacionais de Microbiologia,
realizada em Caracas, na Venezuela, sob o patrocínio da OEA. Tornou-se também
representante da Academia de Ciências junto ao Conselho de Ciência e Tecnologia
do Estado da Guanabara, do qual foi vice-presidente nos anos 1970 e 1971. Nesse
mesmo período, exerceu a presidência do conselho deliberativo da Capes e foi
delegado brasileiro à segunda reunião ordinária do CIECC, realizada em 1971 na
cidade de Lima, no Peru.
Ainda
em 1971, foi nomeado reitor da UnB e tornou-se presidente do conselho diretor
da UNB, deixando a coordenação de ciências biológicas da Academia Brasileira de
Ciências e as funções que exercia na UFRJ. Foi também membro do grande júri do
Prêmio Moinho Santista. Nesse mesmo ano, tornou-se membro do diretório
da Liga de Defesa Nacional de Brasília e assumiu a presidência do Conselho de
Reitores das Universidades Brasileiras (CRUB), posto que manteria até o ano
seguinte, quando assumiu as responsabilidades do Conselho Nacional de
Pós-Graduação (CNPG). Em 1975, junto com as atividades do CNPG, integrou o
Conselho Científico e Tecnológico do CNPq.
Em
maio de 1976, poucos dias antes de deixar o cargo de reitor e já desligado
daqueles conselhos, puniu 13 estudantes da UnB por protestarem contra a
suspensão das eleições para os diretórios acadêmicos e a proibição de debates
sobre o Decreto nº 477 e o Ato Institucional nº 5 (AI-5). No dia 25 desse mês,
encerrou sua gestão na reitoria da UnB, sendo substituído pelo vice-reitor,
comandante José Carlos Azevedo. Ainda em 1976, deixando a presidência do
conselho diretor da UnB, tornou-se professor titular e decano de pesquisa e
pós-graduação na mesma universidade. Em 1977, deixou a vice-presidência da
Academia Brasileira de Ciências, assumindo de 1979 a 1980 o cargo de diretor do
CNPq. Em 1980 passou a compor, por cinco anos, o Conselho Técnico-Científico do
Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA), no qual permaneceria por
cinco anos. Em 1981 deixou o conselho deliberativo do CNPq.
Em
1990, quando deixou de lecionar na UnB, continuou suas atividades acadêmicas
participando de diversos conselhos e comissões. A partir de 1991, fez parte da
Comissão Coordenadora Regional de Pesquisas na Amazônia (Corpam) representando
a Capes, num projeto que visava à formação de recursos humanos de alto nível
tecnológico para essa região, e do júri do Prêmio José Reis de Divulgação
Científica. Integrou os conselhos Superior da Fundação de Apoio à Pesquisa do
Distrito Federal e do Técnico Científico do INPA. Em outubro de 1999 foi o
presidente de honra do XX Congresso da Sociedade Brasileira de Microbiologia,
realizado em Salvador.
Em julho de 2000 respondia pelas funções de assessor especial
da presidência e consultor especial da Capes para assuntos da Região Amazônica.
Também em Brasília, representava a Academia Brasileira de Ciências.
Casou-se com Gilda de Góis Cury, com quem teve uma filha.
Membro
de diversas sociedades científicas e autor de cerca de 60 trabalhos de
investigação científica publicados em periódicos nacionais e estrangeiros,
publicou em colaboração com Gilberto Guimarães Vilela o livro Fatores de
crescimento e microorganismos (1956).
Faleceu
em Brasília no dia 17 de maio de 2008.
FONTES: CURRIC.
BIOG.; INF. BIOG.; Jornal do Brasil (26 e 27/5/76); Perfil (1972);
MEC – Portal Capes; Jornal da Ciência - SBPC.