SILVA,
Davi
*const. 1987-1988; dep. fed. MA 1987-1988 e 1995-1998.
Davi Alves Silva nasceu em Vitorino Freire (MA) no dia 25 de julho de 1951, filho de Francisco Alves Silva e de Lúcia
Alves Silva. O irmão, Daniel Silva Alves, foi deputado federal pelo Maranhão na
legislatura 1991-1995.
Empresário do ramo imobiliário e pecuarista, ingressou na
política em 1981, filiando-se ao Partido Democrático Social (PDS). Eleito
deputado estadual no pleito de novembro de 1982, assumiu sua cadeira na
Assembléia Legislativa do Maranhão em fevereiro do ano seguinte, integrando-se
como relator à Comissão de Redação Final, e como vice-presidente à de Trabalho
e Ação Social.
Aliado do então ministro da Justiça Ibraim Abi-Ackel, em
1984, participou do cerco e invasão da Assembléia Legislativa maranhense, para
garantir ao candidato Paulo Maluf os votos dos delegados estaduais à convenção
do PDS. No Colégio Eleitoral que se reuniu em janeiro de 1985, porém, o
vitorioso foi o candidato oposicionista, Tancredo Neves, apoiado pelo Partido
do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB) unido à dissidência pedessista,
abrigada na Frente Liberal.
No
pleito de novembro de 1986, apesar de estar implicado em vários casos de
violência na cidade de Imperatriz (MA), elegeu-se deputado federal constituinte
na legenda do PDS e com a ajuda da União Democrática Ruralista (UDR). Concluído
o mandato no Legislativo estadual, em janeiro de 1987, tomou posse na Câmara
dos Deputados em 1º de fevereiro, sendo indicado líder do partido. Titular da
Subcomissão dos Estados, da Comissão da Organização do Estado, funcionou como
suplente da Subcomissão de Saúde, Seguridade e do Meio Ambiente, da Comissão da
Ordem Social.
Apresentou projeto visando a criação do estado de Carajás, ou
Maranhão do Sul, constituído de partes dos estados do Maranhão e do Pará — uma
região produtora de grãos que abrangia 19 municípios, ou 108 mil quilômetros
quadrados, habitada por uma população de 850 mil habitantes. Em maio de 1987,
na Câmara Municipal de Imperatriz, instalou-se a Comissão de Coordenação
Pró-Maranhão do Sul, sob a direção dos deputados estaduais Léo Franklin e
Raimundo Cabeludo; no Congresso, Davi Alves Silva liderava o lobby, juntamente
com o deputado José Teixeira (PFL-MA) e o senador Edson Lobão (PFL-MA).
Na
Constituinte, votou a favor da nacionalização do subsolo, da legalização do
jogo do bicho e do mandato de cinco anos para o então presidente José Sarney
(1985-1990). E contra o presidencialismo e a limitação dos encargos da dívida
externa. Faltou às demais votações. Após a promulgação da nova Carta, em 5 de
outubro de 1988, exerceu o mandato ordinário. No pleito realizado em novembro
foi eleito prefeito de Imperatriz, deixando a vaga de deputado federal para o
suplente Eurico Ribeiro.
Na chefia do Executivo municipal foi acusado pelo promotor de
justiça Raimundo Abreu, de acordo com notícia publicada no Jornal do Brasil (de
7 de abril de 1990) de acumpliciar-se ao deputado estadual Marconi Farias, do
Partido de Reconstrução Nacional (PRN), e ao pecuarista Raimundo Agripino para
comandar o crime organizado em Imperatriz, Santa Inês e Bacabal.
Em abril de 1990, quando o PDS se fundiu ao Partido Democrata
Cristão (PDC), formando o Partido Progressista Reformador (PPR), Davi Silva
preferiu ficar sem partido, e assim concluiu sua gestão na Prefeitura, em 1º de
janeiro de 1993. Só decidiu filiar-se ao Partido da Frente Liberal (PFL) em
1994, pouco antes das eleições de outubro, na quais se elegeu deputado federal
numa coligação de que também participavam o Partido do Movimento Democrático
Brasileiro (PMDB), o Partido Social Cristão (PSC) e o Partido Progressista
(PP). Obteve na ocasião 59 mil votos — a terceira maior votação da coligação e
de todo o estado —, a maior parte proveniente de Imperatriz, sua base
eleitoral.
Na Câmara dos Deputados, tornou-se titular das comissões de
Defesa Nacional e de Agricultura e Política Rural, e suplente da Comissão de
Desenvolvimento Urbano e Interior, bem como da comissão especial do projeto de
emenda constitucional que tratava da modificação da estrutura policial. Em
1995, deixou o PFL e, após uma rápida passagem pelo Partido da Mobilização
Nacional (PMN), cuja liderança exerceu, filiou-se ao Partido Progressista
Brasileiro (PPB), resultado da fusão do PPR com o PP.
Ao longo da legislatura, votou a favor do projeto de emenda
constitucional que acabou com o monopólio dos estados na distribuição do gás
canalizado, do novo conceito de empresa nacional, do fim dos monopólios nos
setores de telecomunicações e de exploração do petróleo, da prorrogação por 18
meses do Fundo Social de Emergência (FSE), rebatizado de Fundo de Estabilização
Fiscal (FEF). Esteve ausente na votação do projeto que acabava com a reserva de
mercado na navegação de cabotagem, permitindo que as embarcações estrangeiras
passassem a operar no transporte de cargas e passageiros entre portos do país.
No ano seguinte, fez parte da Comissão de Viação e
Transportes e da Comissão Externa sobre Demarcação das Terras Indígenas, na
condição de titular, e da Comissão Especial sobre Gratuidade dos Transportes
Coletivos Urbanos e dos Serviços de Diversão Pública para Idosos, como
suplente. Ainda em 1996, votou a favor do Imposto Provisório sobre Movimentação
Financeira (IPMF), rebatizado de Contribuição Provisória sobre Movimentação
Financeira (CPMF).
Em janeiro de 1997, quando tramitava na Câmara o projeto de
emenda constitucional que permitia aos ocupantes do Poder Executivo concorrerem
à reeleição, absteve-se de votar no primeiro turno, mas votou a favor no
segundo. Em novembro, apoiou o projeto de reforma administrativa do governo
que, ao ser aprovado, acabou com a estabilidade do servidor público. Candidato
à reeleição, não chegou a disputar o pleito de outubro de 1998, pois foi
assassinado por um ex-cunhado, no dia 23 de setembro, em Imperatriz. Sua cadeira na Câmara foi ocupada pelo suplente Antônio Costa Ferreira.
Era casado com Maria Deurivans Carvalho Silva, com quem teve
seis filhos.
Sônia
Zylberberg/Alan Carneiro
FONTES:
ASSEMB. NAC. CONST. Repertório (1987-1988); CÂM. DEP. Deputados brasileiros.
Repertório (1995-1999); COELHO, J. & OLIVEIRA, A. Nova; Folha
de S. Paulo (20/4/87 e 24/9/98); Jornal do Brasil (7/4/90); Olho
no Congresso/Folha de S. Paulo (31/1/95, 14/1/96, 30/1/97 e 5/2/98); TRIB.
REG. ELEIT. MA. Relação (1998).