FRIAS,
Edésio
*const. 1988; dep. fed. RJ
1988-1989, 1990, 1991-1992, 1993 e 1993-1994.
Edésio Frias de Araújo nasceu em Moreno (PE) no dia 9 de novembro de 1940, filho de
Guilherme Thell de Araújo e de Gemina Frias de Araújo.
Em 1947, mudou-se com sua família para o Rio de Janeiro, então
Distrito Federal. No ano de 1968, ingressou na Faculdade de Ciências Jurídicas, pela qual
concluiria sua graduação em direito no ano de 1972.
Pastor protestante, iniciou sua carreira política em novembro
de 1970, concorrendo a um mandato na Assembleia Legislativa do Estado da Guanabara pelo Movimento
Democrático Brasileiro (MDB), partido de oposição ao regime militar instaurado no país em abril de 1964. Obtendo apenas uma
suplência, durante o período de 1971 a 1974 foi diretor da divisão do trabalho e do Departamento Assistencial do Sistema
Penitenciário do Estado da Guanabara.
Em
novembro de 1974,
conseguiu eleger-se
deputado estadual na legenda do MDB, com os votos recebidos principalmente nos
subúrbios cariocas de Madureira, Cascadura, Campinho e Vila Valqueire.
Reelegeu-se em 1978 e, com a extinção do bipartidarismo em 21 de novembro de
1979 e a consequente reorganização
partidária, filiou-se ao Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB),
sucessor do MDB. Eleito primeiro-suplente
de deputado estadual no pleito de novembro de 1982, exerceu o mandato entre
1983 e 1985. Durante a sua passagem pelo Legislativo fluminense, presidiu a
Comissão de Educação e Cultura e a Comissão de Trabalho e Legislação Social.
Concorreu
ao pleito de novembro de 1986 para a Assembleia
Nacional Constituinte, na
legenda do Partido Democrático Trabalhista (PDT) do Rio de Janeiro, mas obteve
apenas uma suplência. Assumiu o mandato em 1988 e participou dos trabalhos da
Constituinte como titular da Subcomissão dos Municípios e Regiões, da Comissão
da Organização do Estado e como suplente da Subcomissão dos Negros, Populações
Indígenas, Pessoas Deficientes e Minorias, da Comissão da Ordem Social.
Votou a favor da estabilidade no emprego, da legalização do
aborto, da jornada de trabalho de 40 horas semanais, do turno ininterrupto de
seis horas diárias de trabalho, da adoção do voto facultativo aos 16 anos, da
manutenção do sistema presidencialista e da criação de um fundo de apoio para a
reforma agrária, entre outros. Manifestou-se contra o mandato de cinco anos
para o presidente da República, José Sarney, a pena de morte e a pluralidade
sindical.
Promulgada a nova Carta Constitucional do país, em outubro de 1988, Frias continuou no exercício de seu
mandato ordinário como deputado federal. Em janeiro de 1989, na gestão do
prefeito Marcelo Alencar, licenciou-se de suas funções na Câmara para assumir a
Secretaria de Governo da Prefeitura do Rio de Janeiro. Permaneceu à frente
dessa pasta até fevereiro de 1990, quando reassumiu seu mandato de deputado
federal.
Concorreu
à reeleição em outubro de 1990 pelo PDT, obtendo mais uma vez apenas uma
suplência. Assumiu o mandato em abril de 1991, com a nomeação do deputado
federal Bocaiúva Cunha (PDT) para a Secretaria de Obras, no segundo governo
Leonel Brizola (1991-1994), no Rio de Janeiro. No
mesmo ano, Frias integrou como titular a Comissão de Relações Exteriores da
Câmara dos Deputados.
Em agosto de 1992, voltou à condição de suplente com o
retorno do deputado Luís Salomão (PDT) à Câmara. Esteve mais uma vez no
Legislativo federal, a partir de janeiro de 1993, em substituição ao primeiro-suplente pedetista Marino Clinger, que fora efetivado como
deputado federal no lugar do prefeito do Rio de Janeiro, César Maia
(1993-1996). Em setembro seguinte, Frias foi novamente para a suplência com o
retorno do titular José Maurício (PDT). Voltou à Câmara para um curto período
em novembro de 1993, na vaga do próprio José Maurício, que reassumira suas
funções na Secretaria de Minas e Energia do governo Brizola. Em março de 1994,
Frias deixou em definitivo o mandato para dar lugar ao titular Fernando Lopes
(PDT).
No pleito de 3 de outubro do mesmo ano, candidatou-se mais uma vez à Câmara na legenda
pedetista, mas não foi bem-sucedido. Todavia, devido a suspeitas de fraudes na
apuração dos resultados, a eleição proporcional foi anulada por determinação do
Tribunal Regional Eleitoral (TRE) do Rio de Janeiro. Realizado um segundo
pleito em novembro seguinte, Frias foi novamente derrotado.
Em outubro de 1998, disputou mais uma eleição para deputado
federal, sempre pelo PDT fluminense, mas novamente perdeu a chance de se
eleger.
Em 2003, o ex-deputado Luís Alfredo Salomão foi indicado para o cargo de diretor da Agência Nacional do
Petróleo (ANP), com data marcada para tomar posse em 2 de junho, no Clube de
Engenharia. Ainda sem o nome aprovado pelo Senado, ele distribuiu em Brasília
convites para sua posse e nomeou Edésio Frias e o empresário e vice-presidente da escola da samba Império Serrano, Waldemar
Fizman, para os cargos de assessores técnicos. O Senado rejeitou a nomeação de Salomão para a ANP, por 40 votos a 23, mas manteve Edésio e Fizman.
Edésio Frias foi ainda diretor da Fundação Nacional do
Bem-Estar do Menor (Funabem).
/Sabrina
Guerghe
FONTES: ASSEMB.
NAC. CONST. Repertório
(1987-1988); CÂM. DEP. Deputados
brasileiros. Repertório (1991-1995);
CÂM. DEP. Lista de suplentes (1991-1995); COELHO,
J. & OLIVEIRA, A.
Nova; Correio
Brasiliense
(19/1/87); Diário de Pernambuco
(27/6/03); Folha de S. Paulo
(19/1/87); Globo (20/3/96
e 7/10/98); Jornal
do Brasil
(23/11/74,
16/3/91 e 20/5/03);
TRIB. SUP. ELEIT. Dados
(1998).