PASSOS,
Edison
*dep. fed. DF 1951-1954.
Edson Junqueira Passos nasceu
em Carambola (MG) no dia 19 de novembro de 1983, filho de Antônio Augusto de
Ribeiro Passos e de Maria Junqueira Passos. Fez seus estudos primários em Juiz
de Fora (MG) e os secundários nos colégios Anchieta, em Friburgo (RJ) e São
Bento, no Rio de Janeiro, então Distrito Federal. Concluiu em 1911 o curso
preparatório, prestando exame de madureza no Colégio Pedro II, e no ano
seguinte ingressou na Escola Politécnica, atual Faculdade de Engenharia da
Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Ainda estudante, lecionou
matemática em cursos particulares e realizou medições de terras em Minas
Gerais. Em 1915 diplomou-se engenheiro-geógrafo, sendo nomeado em 1917, por
indicação de seus professores, auxiliar de ensino prático das cadeiras de
hidráulica e porto de mar. Ainda nesse ano concluiu, na mesma escola, o curso de
engenharia civil.
Iniciou sua vida profissional em 1918 como engenheiro da
municipalidade de Uberaba (MG), realizando levantamentos topográficos em obras
urbanas. De 1919 a 1920 trabalhou como primeiro engenheiro da Comissão
Construtora do Prolongamento da Estrada de Ferro Moçoró, no Rio Grande do
Norte. A partir de 1921 realizou por conta própria serviços de engenharia na
região do Triângulo Mineiro e de 1922 a 1923 ocupou o cargo de engenheiro-chefe
da Estrada de Ferro de Goiás.
Retornando
ao Rio de Janeiro em 1923, tornou-se engenheiro da Inspetoria de Engenharia
Sanitária e aí permaneceu até o ano seguinte, quando passou a trabalhar na
Secretaria de Viação e Obras Públicas da Prefeitura do Rio de Janeiro. Nesse
órgão ocupou sucessivamente os cargos de auxiliar da direção geral, de
engenheiro ajudante de segunda classe e de primeira classe, de subdiretor e
diretor. Exerceu ainda, nos anos subseqüentes, as funções de diretor de Limpeza
Pública e Particular e de Patrimônio e Cadastro da mesma secretaria.
De 1935 a 1937 lecionou técnica de construção na Escola
Técnica do Exército, tornando-se em dezembro deste último ano professor-titular
da cadeira de materiais de construção, terrenos e fundações da Escola Nacional
de Belas-Artes, na qual chegaria mais tarde a professor catedrático de
arquitetura. Deixando nessa ocasião o cargo que ocupava na Prefeitura do Rio de
Janeiro, passou a reger, como assistente, as cadeiras de resistência de
materiais, fundações, hidráulica e de porto de mar na Escola Politécnica. Ainda
em 1937 foi nomeado secretário de Viação e Obras Públicas do Distrito Federal
na gestão do prefeito Henrique Dodsworth.
Em março de 1943 foi eleito presidente do Clube de
Engenharia. Após o fim do Estado Novo em outubro de 1945, integrou de novembro
seguinte a setembro de 1946 a Comissão do Imposto Sindical do Ministério do
Trabalho, Indústria e Comércio. Em 1947 voltou a ser eleito presidente do Clube
de Engenharia, e, durante essa segunda gestão, mandou construir o edifício-sede
da entidade na avenida Rio Branco, no Rio de Janeiro.
Em outubro de 1950 elegeu-se deputado federal pelo Distrito
Federal na legenda do Partido Trabalhista Brasileiro (PTB), assumindo o mandato
na Câmara em fevereiro do ano seguinte. Nessa legislatura presidiu a Comissão
de Transportes e Obras Públicas, tendo sido o criador do Plano Nacional de
Viação. Em 1952 tornou a eleger-se presidente do Clube de Engenharia.
Ao longo de sua vida foi também membro do American Concret
Center, da American Society for Testing Material e da American Public Works
Association, nos Estados Unidos, e delegado brasileiro na Comissão
Pan-Americana de Cooperação Internacional, na reunião realizada em Havana, em
Cuba.
Faleceu na cidade do Rio de Janeiro no dia 10 de junho de
1954, em pleno exercício do mandato parlamentar.
Foi casado com Justiniana Fleury Passos, com quem teve dois
filhos.
Publicou Teoria moderna dos vertedores (1918), Reconhecimento
geral da Estrada de Ferro Moçoró (1922), Tabelas de insolação e iluminação
(1926), Gabinetes de ensaios de materiais empregados nas estradas de rodagem
(1926), O problema das inundações na capital federal (1927), Dragagem do canal
do Mangue (1931), Materiais betuminosos e asfálticos utilizados nas estradas
(1931), Arenito asfáltico de São Paulo (1933), O plano de melhoramento do Rio
de Janeiro (1940), Plano nacional de viação, Regulamento de obras da Prefeitura
do Distrito Federal e Tarifas telefônicas do Distrito Federal.
FONTES: AUDRÁ, A.
Bancada; CÂM. DEP. Deputados; CÂM. DEP. Relação dos dep.; CISNEIROS, A.
Parlamentares; Encic. Mirador; Grande encic. Delta; Jornal do Comércio, Rio
(11/6/54); MACEDO, N. Aspectos; Rev. Clube de Engenharia; TRIB. SUP. ELEIT.
Dados (2); Tribuna da Imprensa (11/6/54).