FERNANDES,
Otávio José Sampaio
*militar; comte. IV DN 1968-1970; comte. I
DN 1970-1971; comte-em-ch. Esquadra 1971-1972; min. STM 1974-1984.
Otávio José Sampaio Fernandes nasceu no Rio de Janeiro, então Distrito Federal, no dia 19
de junho de 1914, filho de Gaspar Sampaio Fernandes e de Maria Sampaio
Fernandes.
Sentou
praça na Marinha em março de 1931, ingressando na Escola Naval, de onde saiu
guarda-marinha em outubro de 1934. Promovido a segundo-tenente em março de 1935
e a primeiro-tenente em outubro do ano seguinte, atingiu o posto de
capitão-tenente em dezembro de 1940 e o de capitão-de-corveta em setembro de
1946. Nesses anos serviu em diversas embarcações e unidades da Marinha. Fez o
curso de especialização de submarinos para oficiais e, a seguir, o da Escola de
Guerra Naval, unidade da qual foi instrutor. Assumiu depois essa mesma função
na Escola de Comando e Estado-Maior da Aeronáutica, sendo promovido a
capitão-de-fragata em setembro de 1952.
Comandante da base Almirante Castro e Silva e chefe do
estado-maior do comando da Flotilha de Submarinos em 1958, Sampaio Fernandes
foi promovido a capitão-de-mar-e-guerra em janeiro do ano seguinte, assumindo a
chefia do estado-maior da Força de Transporte da Marinha, posto no qual
permaneceu até 1960. De 1960 a 1961, cursou a Escola Superior de Guerra, cujo
corpo permanente passou a integrar. A seguir, comandou a Flotilha de Submarinos
e, de 1962 a 1964, foi adido naval na Argentina e no Uruguai. Chefe do
Departamento de Assistência Social da Marinha de 1964 a 1965, assumiu neste último ano a chefia do estado-maior do Comando-em-Chefe da Esquadra.
Promovido
a contra-almirante em dezembro de 1965, foi comandante da Força de Transporte
da Marinha de 1966 a 1967 e subchefe para operações do Estado-Maior da Armada
de 1967 a 1968. Em julho desse último ano, assumiu o comando do IV Distrito
Naval, sediado em Belém, e em outubro foi promovido a vice-almirante.
Permaneceu no cargo até janeiro de 1970, quando passou a comandar o I Distrito
Naval, no Rio de Janeiro. Comandante-em-chefe da Esquadra a partir de março de
1971, atingiu o posto de almirante-de-esquadra em dezembro desse ano. Nomeado
em fevereiro de 1972 diretor-geral do Material da Marinha, exerceu esse cargo
até o ano seguinte, tornando-se depois secretário-geral da Marinha.
Sampaio Fernandes assumiu o cargo de ministro do Superior
Tribunal Militar (STM) em dezembro de 1974, na vaga do almirante Valdemar de
Figueiredo Costa, salientando na ocasião que ao STM competia não apenas julgar
crimes militares, mas também “zelar pela segurança nacional, entendida como
expressão da manutenção da integridade e continuidade da pátria”. Em 19 de
novembro de 1975, em saudação pelo transcurso do Dia da Bandeira, declarou,
segundo o jornal O Estado de S. Paulo, que o lema “Ordem e Progresso” seria o
impulsionador da segurança e do desenvolvimento em meio à sistemática campanha
do comunismo internacional que, sob os mais diferentes disfarces, mistificava,
espalhava meias-verdades, confundia os espíritos e anulava a vontade dos povos.
O
almirante Sampaio Fernandes tornou-se também membro do Conselho do Almirantado.
Em março de 1983 assumiu a presidência do STM em substituição
ao brigadeiro Faber Cintra. Permaneceu nessa função até junho do ano seguinte,
quando se aposentou por limite de idade, sendo substituído na função pelo
vice-presidente Guálter Godinho, que ocupou o cargo até a posse do novo
presidente, uma semana depois.
Faleceu na cidade do Rio de Janeiro no dia 22 de julho de
1985.
Era casado com Maria Aparecida Sampaio Fernandes, com quem
teve seis filhos.
FONTES: BASTOS, P. Superior;
CORRESP. SERV. DOC. GER. MAR.; CORRESP. SUP. TRIB. MILITAR; Estado de S.
Paulo (20/11/75, 23/2 e 18/3/83); Globo (23/7/85); Jornal do
Brasil (7/12/74, 20/5 e 12/6/84, 23/7/85); MIN. MAR. Almanaque
(1971); Perfil (1972 e 1974); Veja (31/7/85).