FONSECA, GREGÓRIO PORTO DA
FONSECA,
Gregório Porto da
*militar; secr. Pres. Rep. 1930-1934.
Gregório Porto da Fonseca nasceu
em Cachoeira do Sul (RS) no dia 17 de novembro de 1875, filho de Marcos
Gonçalves da Fonseca Ruivo e de Luzia Mariana Porto da Fonseca. Seu irmão
Teodomiro Porto da Fonseca foi constituinte em 1946 e deputado federal pelo Rio
Grande do Sul de 1946 a 1951.
Fez
seus primeiros estudos em Porto Alegre, matriculando-se em 1896 na Escola
Militar dessa cidade, onde se especializou em engenharia, e de onde saiu
oficial em 1899. Transferido para o Rio de Janeiro, então Distrito Federal,
exerceu a função de secretário da Prefeitura durante a gestão do general Bento
Ribeiro (1910-1914). Foi ainda secretário da Escola Militar do Realengo,
assistente do chefe do Estado-Maior do Exército (EME) e fez curso de
aperfeiçoamento com a Missão Militar Francesa, enviada ao Brasil em 1920 sob a
chefia do general Maurice Gustave Gamelin, que foi responsável pela remodelação
do Exército brasileiro. Em 1924 foi transferido para a reserva, no posto de
tenente-coronel. Mesmo enquanto militar da ativa, freqüentava as rodas
literárias da época. Ao reformar-se do Exército, dedicou-se então inteiramente
à vida literária, campo no qual seu nome já adquirira fama.
Com a posse de Vargas na chefia do Governo Provisório instalado
após a Revolução de 1930, assumiu o cargo de diretor da Secretaria da
Presidência da República. Em julho de 1931 foi eleito membro da Academia
Brasileira de Letras. Em abril de 1934 foi nomeado embaixador brasileiro no
Vaticano, não chegando, entretanto, a assumir o cargo em virtude de seu
falecimento. O posto de secretário da Presidência da República foi então
ocupado por Ronald de Carvalho.
Gregório da Fonseca foi ainda secretário da Liga de Defesa
Nacional, associação civil fundada em 7 de setembro de 1916 no Rio de Janeiro
por Olavo Bilac, Pedro Lessa e Álvaro Alberto, entre outros, com o objetivo
central, de acordo com seus estatutos, de “congregar os sentimentos patrióticos
dos brasileiros de todas as classes”, difundindo “a educação cívica, o amor à
justiça e o culto do patriotismo”. Foi também sócio da Associação Brasileira de
Imprensa (ABI) e pertenceu ao círculo de literatos que se formou em torno de
Alcides Maia, no Rio de Janeiro, do qual Lima Barreto também participou.
Era casado com Argentina Valdetaro da Fonseca, com quem teve
cinco filhos.
Publicou
Tempo sem deuses (poemas, 1907), Duas conferências: a estética das
batalhas e o ciúme dos deuses (1914), Mocidade de Aníbal Teófilo (ensaio
crítico, 1916), Vida e obra do marechal Bento Ribeiro (1922) e Heroísmo
e arte (obra póstuma, 1936). Escreveu ainda ensaios sobre São Francisco de
Assis.
FONTES: AUTUORI, L.
Quarenta; BRINCHES, V. Dic.; DOCCA, E. História; Encic.
Mirador; Grande encic. portuguesa; Jornal do Comércio, Rio (23/4/34); MELO,
L. Subsídios; MENESES, R. Dic.; NEVES, F. Academia; PEIXOTO,
A. Getúlio; SILVA, H. 1931; VILAS BOAS, P. Notas.