FONSECA,
José Carlos Perdigão Medeiros da
*pres. BNDES 1984-1985.
José Carlos Perdigão Medeiros da Fonseca nasceu no Rio de Janeiro, então Distrito Federal, no dia 13
de novembro de 1925, filho de Arnoldo Medeiros da Fonseca e de Maria Luísa
Perdigão da Fonseca.
Bacharel
pela Faculdade Nacional de Direito da Universidade do Brasil, atual Faculdade
de Direito da Universidade Federal do Rio de Janeiro, em 1947, iniciou carreira
no escritório do pai, onde permaneceu nos três anos seguintes.
De
julho de 1951 a fevereiro de 1953 chefiou o departamento jurídico da Pátria —
Companhia Brasileira de Seguros Gerais. Em dezembro deste ano foi nomeado para
a Superintendência da Moeda e do Crédito (Sumoc), do Banco do Brasil, chefiando
seu departamento jurídico de abril de 1955 a junho de 1958. Afastou-se enquanto
ocupou o cargo de assessor do Gabinete Civil da Presidência da República, mas
em fevereiro de 1961 retornou à Sumoc, como assessor do mesmo departamento
jurídico. No exercício desta função deu assistência técnica à Comissão
Parlamentar de Inquérito (CPI) sobre as Ligas Camponesas e participou da
elaboração da reforma bancária aprovada pela Lei nº 4.595, de 31 de dezembro de
1964.
Em janeiro de 1965, quando a Sumoc deu origem ao Banco
Central (BC), tornou-se advogado da nova instituição, contribuindo na montagem
da sua estrutura e representando-a durante negociações de contratos de
empréstimos com o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), em Washington.
Em
setembro de 1966 tornou-se advogado do BID, e, em abril de 1970, supervisor do
departamento legal do banco. Paralelamente, eleito pelos funcionários da IDB
Federal Credit Union, exerceu a sua direção entre fevereiro e setembro de 1971.
Nomeado assessor da delegacia regional, atual divisão jurídica do departamento
regional do Banco Central (BC), retornou ao Rio de Janeiro. Representou o BC na
discussão e negociação de contratos de empréstimos com a Organização
Internacional do Café, em Londres, e com o Banco Internacional de Reconstrução
e Desenvolvimento (BIRD).
De abril de 1973 a janeiro de 1976 chefiou o departamento
jurídico do BC. Em seguida, e até julho de 1982, foi diretor executivo do BID,
representando o Brasil, o Equador e o Suriname, e conselheiro econômico da
embaixada do Brasil junto à Organização dos Estados Americanos (OEA). Em
setembro de 1982 assumiu a diretoria da área financeira e internacional do
Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), e cumulativamente
os cargos de membro do conselho curador do PIS/Pasep; da comissão consultiva do
Conselho Monetário Nacional; do comitê financeiro da Companhia Florestal Monte
Dourado; do conselho fiscal da Companhia Vale do Rio Doce. Além disso, chefiou
a delegação do BNDES ao Seminário de Cooperação Econômica entre o Japão e os
países da América Latina, realizado em Tóquio, no ano de 1982.
Em outubro de 1984 foi nomeado presidente do BNDES, em
substituição a Jorge Lins Freire. Ao ser empossado, declarou que procuraria
ampliar o apoio do banco às micro, pequenas e médias empresas e às exportações
brasileiras de produtos manufaturados. Além disso, afirmou ter a intenção de
dar especial suporte aos setores industriais de alta densidade tecnológica,
como a química fina, a mecânica de precisão, a informática e alguns ramos da
metalurgia.
O
exercício do cargo de presidente do BNDES levou-o a ocupar a presidência da
BNDES Participações (BNDESPar) e da Agência Especial de Financiamento
Industrial (Finame), e a integrar o Conselho Monetário Nacional, o conselho da
Superintendência de Desenvolvimento do Nordeste (Sudene), o conselho
administrativo da Siderurgia Brasileira S.A. (Siderbrás), o conselho curador da
Fundação Centro de Estudos de Comércio Exterior (do qual já participava desde
novembro de 1983). Tornou-se também presidente do conselho administrativo da
Mafersa S.A. e da Cobra — Computadores e Sistemas Brasileiros S.A.
Em março de 1985 passou a presidência do BNDES para o
empresário Dílson Funaro. Montou então, no Rio de Janeiro, um escritório de
advocacia especializado em direito administrativo e contratos internacionais.
Em junho de 1987 tornou-se assessor jurídico do Grupo Krambeck, localizado em
Juiz de Fora (MG).
Foi casado com Maria Beatriz Ribeiro Medeiros da Fonseca e
teve uma filha.
FONTES: CURRIC.
BIOG.; Estado de S. Paulo (24/10/84); INF. BIOG.; INF. BNDES.