GONÇALVES, Doutor Francisco
*dep. fed. MG 2003-2007
Francisco
Gonçalves Filho nasceu em Pedro Leopoldo (MG) no dia 29 de
dezembro de 1947, filho de Francisco Gonçalves, conhecido como Chico do
Açougue, e de Áurea Pereira Gonçalves, dona de casa e costureira.
Ingressou no curso de medicina na Universidade
Federal de Minas Gerais (UFMG) em 1969, e formou-se em 1973. Acumulou diversas
especializações na área médica, concluindo uma pós-graduação em ginecologia e
obstetrícia, também na UFMG, entre 1974 e 1975. Por atuar nessa área da
medicina, ganhou o apelido de Chico Parteiro. Teve consultório em Divinópolis e
foi também professor de medicina legal nas Faculdades Integradas do Oeste de
Minas.
Em 1992, ingressou no Partido da Frente Liberal
(PFL) e tornou-se presidente do diretório municipal de Divinópolis. Em 1996,
transferiu-se para o Partido Democrático Trabalhista (PDT), no qual também
passou a presidir o diretório municipal. Conhecido na política como Dr.
Francisco Gonçalves, em 2002 foi eleito deputado federal por Minas Gerais na
legenda do PDT, com 49.652 votos. Assumiu o mandato na Câmara em fevereiro de
2003 e no mesmo ano migrou para o Partido Trabalhista Brasileiro (PTB), onde
permaneceu até 2005.
Em junho desse ano, afirmou a um jornal de
Divinópolis que havia visto uma mala tipo 007, recheada de notas de 100 reais,
circular na Câmara. Suas declarações rapidamente ganharam repercussão nacional,
espalhadas no noticiário de grandes veículos. Segundo afirmou, a suposta
entrega da mala de dinheiro acontecera pelo menos 15 meses antes das denúncias
apresentadas no início de junho pelo deputado Roberto Jefferson, presidente do
PTB, a respeito do esquema – chamado de “mensalão” – de compra de votos de
parlamentares da base aliada do governo pelo então ministro da Casa Civil, José
Dirceu. Alegou que, por ser neófito na Casa, supôs que se tratasse de
procedimento rotineiro, que dizia respeito tão-somente a recursos legais para
campanha eleitoral. A desconfiança de que aquela situação estaria ligada à
compra de votos só teria ocorrido quando soube da suposta existência do
“mensalão”.
No dia 24 de junho, o presidente do Conselho de
Ética e Decoro Parlamentar da Câmara, deputado Ricardo Izar (PTB-MG), disse que
suas afirmações eram muito graves, o que exigia que fosse convocado a depor
perante a comissão. No dia 3 de agosto de 2005, Valdemar Costa Neto, presidente
do Partido Liberal (PL), apresentou ao então presidente da Câmara dos
Deputados, deputado Severino Cavalcanti (PL-PE), uma representação que pedia a
instauração de processo disciplinar contra o Dr. Francisco Gonçalves. A
representação, encaminhada ao Conselho de Ética e Decoro Parlamentar no dia 9
de agosto, acusava o Dr. Francisco de quebra de decoro parlamentar por não
poder provar suas afirmações sobre a maleta de dinheiro que teria circulado na
Câmara. No dia 17 de agosto, o Conselho de Ética resolveu arquivar a
representação, assim como todas as demais representações de Valdemar Costa Neto
contra outros deputados do PTB acusados de participar do esquema do “mensalão”.
Após todo esse processo, ainda em 2005 mudou-se
para o Partido Popular Socialista (PPS). Nas eleições de 2006, candidatou-se a
deputado federal por Minas Gerais na legenda do PPS, mas não foi eleito. Em
janeiro de 2007, ao final da legislatura, deixou a Câmara. Em 2008
candidatou-se a vice-prefeito de Divinópolis, mas não conseguiu se eleger.
Em 2009, desfiliou-se do PPS e aposentou-se da
política, alegando problemas de saúde. Retomou a atuação como médico em
Divinópolis.
Manoel Dourado Bastos
FONTES: CÂM.
DEP. Deputados Brasileiros.
Repertório (2003-2007); Boletim Informativo Unafisco (13/08/2003); Diário (23/08/2005); Discursos (14/11/2003); Jornal Folha de São Paulo (25/06/2005); Jornal Gazeta do Oeste, de Divinópolis/MG
(22/06/2009); Tribunal Superior Eleitoral. Resultado
das eleições (2002, 21/08/2005, 15/10/2005 e 2006); Portal G1 de Noticias. Disponível em:
<http://m.g1globo.com/>. Acesso em 13/08/2013.