PARAÍSO, PRISCO
PARAÍSO, Prisco
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dep. fed. BA 1904-1905, 1906-1908 e 1915-1917; const. 1934; dep. fed. BA
1935-1937.
Francisco Prisco de Sousa Paraíso nasceu na cidade de Cachoeira (BA) no dia 6 de maio de 1874,
filho de Francisco Prisco de Sousa Paraíso e de Adelaide de Aguiar Paraíso. Seu
pai foi deputado federal pela Bahia durante o Império, entre os anos de 1878 a 1885, e ministro da Justiça do gabinete chefiado pelo conselheiro Lafayette Pereira (1883),
depois da Proclamação da República (15/11/1889); foi constituinte de 1891 e
novamente deputado federal de 1891 a 1893.
Iniciou
seus estudos no Colégio Abílio, no Rio de Janeiro, então capital do Império,
passando depois para o Colégio Manuel Florêncio, na Bahia. Em 1890 ingressou na
Faculdade de Direito de Recife, concluindo o curso na Faculdade da Bahia em 1894,
quando passou a exercer a advocacia em sua cidade natal. De volta a Salvador,
em 1896 tornou-se professor catedrático na faculdade pela qual se bacharelou.
Iniciou sua vida política elegendo-se deputado estadual na
Bahia. Assumiu seu mandato em abril de 1899 e licenciou-se em maio de 1900 por
ter sido nomeado secretário do Interior, Justiça e Instrução Pública do
governador Severino Vieira (1900-1904). Permaneceu nesse cargo até janeiro de
1904 e, em maio desse mesmo ano, foi eleito deputado federal pela Bahia,
ocupando sua cadeira de julho de 1904 a dezembro de 1905. Reeleito, voltou à
Câmara Federal em maio de 1906 e, durante essa legislatura, participou da cisão
do Partido Republicano da Bahia, ocorrida em 1907. Não obtendo número de votos
suficiente para o período seguinte, deixou a Câmara ao final de seu mandato, em
dezembro de 1908. Mais uma vez eleito, assumiu nova cadeira de deputado federal
em maio de 1915, permanecendo na Câmara até dezembro de 1917.
Em 1919 tornou-se professor catedrático do Ginásio da Bahia.
De 1928 a 1930 foi novamente secretário do Interior, Justiça e Instrução
Pública, agora na gestão do governador Vital Soares (1928-1930). Com a eleição
de Vital Soares para a vice-presidência da República, na chapa encabeçada por
Júlio Prestes, o governo da Bahia passou, em julho de 1930, para as mãos do
presidente do Senado Estadual, Frederico Costa. Após a eclosão do movimento
revolucionário no dia 3 de outubro desse ano e diante do pedido de exoneração
do então chefe de polícia Bernardino Madureira de Pinho, Prisco Paraíso foi
designado por Frederico Costa, que se mantinha fiel ao presidente Washington
Luís, para ocupar a Secretaria de Polícia e Segurança Pública do estado no dia 8
de outubro. Permaneceu no cargo até o dia 11 do mesmo mês, quando foi
substituído pelo novo secretário de Polícia e Segurança, Pedro Azevedo
Gordilho. Com a vitória do movimento revolucionário em âmbito nacional, através
da deposição de Washington Luís em 24 de outubro, a Bahia passou a ser
governada pelo interventor federal Ataliba Osório e Prisco Paraíso afastou-se
provisoriamente da vida pública.
Em
1932 tornou-se catedrático do Ginásio Ipiranga, e no pleito de maio do ano
seguinte foi eleito deputado à Assembléia Nacional Constituinte pela Bahia na
legenda do Partido Social Democrático (PSD) desse estado. Assumindo sua cadeira
em novembro do mesmo ano, participou dos trabalhos constituintes e, após a
promulgação da nova Carta (16/7/1934) e a eleição do presidente da República no
dia seguinte, teve seu mandato prorrogado até maio de 1935. Eleito mais uma vez
deputado federal por seu estado em outubro de 1934, permaneceu na Câmara até 10
de novembro de 1937, quando o advento do Estado Novo suprimiu os órgãos
legislativos do país.
Foi membro do Instituto Histórico e Geográfico da Bahia.
Casou-se com Helena Oliveira de Sousa Paraíso.
FONTES: ABRANCHES, J. Governos;
Boletim Min. Trab. (5/36); CÂM. DEP. Deputados; Câm Dep. seus
componentes; Diário do Congresso Nacional; GODINHO, V. Constituintes;
Grande encic. Delta; MELO, A. Cartilha.