SANTOS,
Genival
*pres. BNDE 1963-1964.
Genival de Almeida Santos
nasceu em Guarabira (PB) no dia 20 de março de 1920, filho de João Clementino
dos Santos e de Ana Almeida dos Santos.
Mudou-se para o Rio de Janeiro com 17 anos, passando a
trabalhar como auxiliar de atendimento no Hospital Central de Acidentados,
enquanto estudava o “pré-médico”. Pouco depois de tornar-se chefe do Raio X,
pediu demissão para preparar-se para o vestibular de economia. Em 1942
ingressou na Faculdade de Ciências Econômicas do Rio de Janeiro e formou-se em
1944.
Foi
um dos signatários do manifesto publicado em A Ordem, nos números de
julho e dezembro de 1945, que lançou o movimento Resistência Democrática, de
tendência católica, cujo objetivo era lutar pelo fim da ditadura do Estado
Novo. O movimento defendia a volta ao estado de direito, a convocação de uma
assembléia constituinte, a iniciativa privada, a liberdade econômica com
subordinação ao Estado, a criação de partidos políticos e de sindicatos.
Em 1946 ganhou uma bolsa para cursar o doutorado em ciência
econômica na Faculdade de Direito da Universidade de Paris. Em 1948 começou a
lecionar na Faculdade de Administração e Economia da atual Universidade Federal
do Rio de Janeiro (UFRJ), onde trabalhou durante cerca de 30 anos. No mesmo ano
tornou-se coordenador, na Fundação Getulio Vargas (FGV), da Equipe de Estudos
da Renda Nacional, do Instituto Brasileiro de Economia (Ibre), recém-fundado.
Permaneceu no Ibre até 1956.
Entre
1948 e 1949, no governo Eurico Gaspar Dutra (1946-1951), foi membro das
comissões de Comércio e Estudos Gerais e de Desenvolvimento Industrial.
Participou também das subcomissões de Assuntos Fiscais e de Equipamentos, todas
integrantes da Comissão Mista Brasileiro-Americana de Estudos Econômicos.
A partir de 1952 tornou-se professor da Escola Brasileira de
Administração Pública (Ebap) da
FGV, onde lecionou até 1960. Economista do governo federal desde 1950, assumiu
a direção da Divisão de Comércio Exterior do Conselho Nacional de Economia em
julho de 1956. Em dezembro de 1961, deixou o cargo para chefiar o Departamento
Econômico do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico (BNDE), no governo de
João Goulart (1961-1964). Em janeiro do ano seguinte começou a participar da
comissão de investimento do banco e, em março de 1963, tornou-se
diretor-superintendente. Três meses depois foi nomeado presidente do BNDE,
sucedendo a Leocádio de Almeida Antunes. Permaneceu no cargo até julho do ano
seguinte, quando foi substituído por José Garrido Torres, mas continuou como
diretor-superintendente até fevereiro de 1965. Em depoimento dado à revista Veja
em 1977, referindo-se à sua gestão no BNDE, ressaltou que o grande problema
enfrentado na época havia sido a inflação galopante de 50% ao ano e a limitação
de recursos, ao mesmo tempo que era necessário manter em dia o cronograma de
obras dos grandes projetos de infraestrutura.
Em
março de 1965, tornou-se vice-presidente do Banco Aliança do Rio de Janeiro. Ao
sair da instituição, em abril de 1967, assumiu a direção da Carteira de Câmbio
do Banco do Brasil, onde trabalhou até dezembro de 1969. Em março do ano
seguinte, foi contratado como diretor da Carteira de Câmbio do Banco do
Nacional. Trabalhou ali até abril de 1985. Em 1977, assumiu a vice-presidência
do Interbanco, sediado no Paraguai, sendo promovido a presidente em 1984.
Deixou o cargo em abril de 1988, mas continuou membro do conselho de
administração da instituição por três anos.
Integrante do conselho de administração da Campina Grande
S.A. e do conselho diretor da Associação Comercial do Rio de Janeiro, em 1999 reelegeu-se
para mais dois anos de mandato. Dedicado a atividades filantrópicas, foi
presidente do Centro de Integração Empresa-Escola (Ciee), sediado no Rio de Janeiro, no biênio 1998-1999.
Participou de congressos e simpósios, entre os quais o
Seminário Internacional sobre Economia e Desenvolvimento, promovido pelo
BNDE no Rio de Janeiro, em julho de 1977. Proferiu conferências no Brasil sobre
problemas de desenvolvimento econômico, princípios básicos de economia,
sistemas de contas nacionais, estimativa do produto nacional e formação da zona
de livre comércio.
Faleceu no Rio de Janeiro no dia 25 de setembro de 2002.
Casado com Edite de Almeida Santos, teve dois filhos.
Publicou A importância da renda nacional na
economia moderna, Problemas de um mercado comum e Renda social do
Nordeste.
FONTES: BULHÕES, O.
Margem; CORRESP. BANCO NAC. DESENV. ECON.; CURRIC. BIOG.; Globo
(24/10/02); Jornal do Brasil (27/7/76); Ordem (7/12/45);
Veja (20/7/77); Who’s who in Brazil.