GENRO, Luciana
* dep. fed. RS
2003-2007, 2007-2009.
Luciana Krebs
Genro nasceu em Santa Maria (RS), no dia 17 de janeiro de 1971, filha de Tarso
Fernando Herz Genro e Sandra Krebs Genro. Seu pai foi deputado federal pelo Rio
Grande do Sul (1989-1991), prefeito de Porto Alegre (1993-1996), Ministro da
Educação, das Relações Institucionais, e da Justiça durante o Governo Luís
Inácio Lula da Silva (2003-2011).
Filiou-se ao Partido dos Trabalhadores
(PT) em 1985. Em 1992 diplomou-se em Inglês na Universidade de Michigan (EUA) e
na Universidade de Cambridge (Inglaterra). Ministrou aulas de inglês em escolas
de Porto Alegre até 1994, quando se candidatou, pela primeira vez, a deputada
estadual na legenda do PT. Foi eleita com 0,44% dos votos válidos.
Em 1998, foi reeleita com 0,73% dos
votos. Em 2000, integrou o “Movimento Esquerda Socialista”, considerada
corrente interna de extrema esquerda do PT.
Em 2001, ainda como deputada estadual,
foi co-autora com seu colega Roque Grazziotin, do projeto que criava frentes
emergenciais de trabalho no Rio Grande do Sul. Aprovado na Assembléia, o
projeto foi vetado pelo então governador Olívio Dutra (PT), fato que gerou uma
crise política entre os petistas do Estado.
Em 2002,
Luciana Genro elegeu-se deputada federal pelo Rio Grande do Sul.
Ao assumir, em fevereiro de 2003,
participou da corrente que defendia o
rompimento do acordo firmado com o Fundo Monetário Internacional (FMI) e a
não-assinatura da Área de Livre Comércio das Américas (ALCA).
A sua discordância em relação à política econômica do governo de Luis Inácio
Lula da Silva (2003-2011), recém-empossado, gerou conflitos com as lideranças
do PT. Ainda no partido, foi contra a orientação do Programa Fome Zero e a
privatização dos bancos estaduais, defendida pelo então ministro da Fazenda, Antonio
Palocci. Após ameaça de expulsão do PT, votou a favor da proposta de emenda
constitucional que mudava o artigo 192 da Constituição de 1988, sobre o sistema
financeiro, e que conferiu maior autonomia ao Banco Central.
Em maio, foi
afastada da Comissão que discutia a Reforma da Previdência, após se posicionar
contra a proposta do governo. Tendo
se posicionado publicamente contra a
orientação das lideranças do seu partido nas votações das reformas tributária e
da previdência, diretrizes
estratégicas do Governo Lula, a quem também acusou de trair compromissos
históricos do PT, sofreu
processo disciplinar, julgado pelo Conselho de Ética do PT, e em dezembro de
2003 foi expulsa por decisão do diretório nacional do partido junto com outros
três outros membros de seu grupo: a senadora Heloísa Helena (AL), e os
deputados federais João
Batista Araújo, o Babá (PA) e João Fontes (SE).
Com estes e outros companheiros
anunciou, em junho de 2004, a formação de um novo partido, o Partido do
Socialismo e da Liberdade (PSOL), cuja principal bandeira inicial era a ruptura
imediata com o FMI e o não pagamento da dívida externa do país. O PSOL foi
oficialmente reconhecido como partido em setembro de 2005, quando foram
reconhecidas as 438 mil assinaturas, necessárias para o registro definitivo.
Tentou aprovar, sem sucesso, um
plebiscito para decidir sobre a permanência de Lula na presidência, em outubro
de 2005, em meio aos desdobramentos da crise política do chamado “mensalão”:
suposto esquema de pagamento de propinas regulares, pelo PT, a parlamentares da
base aliada do primeiro governo Lula (2003-2007), e que fora denunciado pelo
então deputado federal Roberto Jefferso, do Partido trabalhista Brasileiro
(PTB-RJ)..
Em 2006, Luciana Genro foi reeleita
deputada federal com 3,1% dos votos válidos, desta vez na legenda do PSOL.
Em 2007, fez parte da Comissão
Parlamentar de Inquérito (CPI) que se propôs a investigar as causas da crise
aérea no país iniciada em outubro de 2006, com o acidente fatal envolvendo um
avião da Gol Linhas Aéreas.
Em 2008, candidatou-se à prefeitura de
Porto Alegre pelo PSOL, ficando em quarto lugar no primeiro turno.
Neste mesmo ano, tornou-se líder do
PSOL na Câmara substituindo Chico Alencar (RJ). Também foi relatora da proposta
que tornou obrigatória a criação de creches nos presídios femininos (PL
3669/08), aprovada pela Comissão de Segurança Pública e Combate ao Crime
Organizado.
No início de 2009, acusou Yeda
Crusius, governadora do Rio Grande do Sul (2007-), de ter desviado recursos do
Departamento Estadual de Trânsito para sua campanha. Em abril deste ano foi
relatora da Comissão de Finanças e Tributação, que aprovou Projeto de Lei
123/07, do deputado Neilton Mulim (PP-RJ), que obriga o SUS a oferecer cirurgia
plástica a mulheres vítimas de agressão. Em junho de 2009, criou o Projeto de
Lei 4551/08, que proibia a demissão sem justa causa de qualquer trabalhador com
carteira assinada por um período mínimo de seis meses. A proposta foi rejeitada
pela Comissão de Desenvolvimento Econômico, Indústria e Comércio.
Licenciou-se do cargo em agosto de
2009 e em seu lugar assumiu, como suplente, o deputado federal Antonio Geraldo
de Souza Henriques Filho, o Geraldinho (PSOL-RS).
Nas eleições de 2010 candidatou-se novamente a deputada federal e recebeu 129.501 votos, sendo a oitava mais votada do estado, mas não obteve êxito, em virtude de seu partido não ter alcançado o quociente eleitoral.
Com a eleição de seu pai para o governo do Rio Grande do Sul, passou a estar inelegível, mas ainda assim, tentou concorrer para a Câmara Municipal de Porto Alegre nas eleições de 2012. A candidatura foi impugnada pela Justiça Eleitoral.
Cursou direito na Pontifícia
Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUC-RS), letras na Universidade
Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e direito na Universidade do Vale do Rio
dos Sinos (Unisinos), mas não concluiu nenhum dos cursos.
Ana Rocha
FONTES: Portal Câmara Legislativa do Distrito Federal. Disponível em: <http://www.cl.df.gov.br/>. Acesso em 10/11/2013; Portal do jornal Estado de São Paulo. Disponível em: <http://www.estadao.com.br>. Acesso em 10/11/2013; Portal do jornal Folha de São Paulo. Disponível em: <http://www1.folha.uol.com.br>. Acesso em 10/11/2013; Portal do jornal O Globo. Disponível em: <http://oglobo.globo.com>. Acesso em 10/11/2013; Portal pessoal da deputada federal. Luciana Genro. Disponível em: <http://www.lucianagenro.com.br>. Acesso em 10/11/2013; Portal do Supremo Tribunal Federal. Disponível em: <www.stf.gov.br/?>. Acesso em 11/11/2013; Portal do Tribunal Superior Eleitoral. Disponível em: <http://www.tse.gov.br>. Acesso em 10/11/2013.