GHISI,
Ademar
*dep.
fed. SC 1967-1985; min. TCU
1985-2000.
Ademar Paladini Ghisi nasceu em Tubarão (SC), no dia 25 de novembro de 1930, filho
de Atílio Ghisi e de Hermínia Paladini Ghisi.
Bacharelando-se
pela Faculdade de Direito da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do
Sul em 1954, voltou a Santa Catarina, onde iniciou a carreira política em
outubro de 1958, elegendo-se deputado estadual na legenda da União Democrática
Nacional (UDN). Reeleito em 1962, foi vice-líder e depois líder da bancada
udenista na Assembléia Legislativa, vice-presidente da Comissão de Justiça e
secretário do diretório regional da UDN (1964-1965).
Com
a implantação do bipartidarismo pelo Ato Institucional nº 2 (27/10/1965),
filiou-se à Aliança Renovadora Nacional (Arena), partido de sustentação ao
regime militar instaurado no país em abril de 1964, legenda pela qual foi
eleito deputado federal no pleito de novembro de 1966 e reeleito em novembro de
1970. No curso desse segundo mandato integrou as comissões de Relações Exteriores
e de Desenvolvimento da Região Sul, atuando como suplente das comissões de
Constituição e Justiça, de Finanças e de Legislação Social. Presidente da
Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investigou as altas taxas de juros
do sistema financeiro e membro da delegação brasileira à Conferência
Interparlamentar de Paris (1971), conquistou o terceiro mandato em novembro de
1974. Vice-líder da Arena e presidente da Comissão de Desenvolvimento da Região
Sul, titular da Comissão de Trabalho e Legislação Social, visitou a Austrália e
a República Popular da China (1975), além de tomar parte na delegação
parlamentar à 10ª Bolsa Internacional de Turismo, em Berlim (1976).
Reeleito
pela quarta vez consecutiva em novembro de 1978, um ano depois, com a extinção
do bipartidarismo, filiou-se ao Partido Democrático Social (PDS), sucessor da
Arena. Tendo sido um dos iniciadores da Fundação Nereu Ramos, com sede em
Florianópolis, e da Fundação Mílton Campos, sediada em Brasília, ambas
dedicadas a pesquisas e estudos políticos, participou da criação do Instituto
Brasileiro de Direito Previdenciário, no Rio de Janeiro, e da Sociedade
Brasileira dos Direitos do Meio Ambiente, em Piracicaba (SP). Observador
parlamentar à reunião anual da Organização Internacional do Trabalho (OIT), na
Suíça (1979), e membro da delegação que compareceu à Conferência
Interparlamentar de Havana, Cuba, esteve na Coréia, na República Popular da
China, em Israel (1980) e na África do Sul (1981).
Em
novembro de 1982, concorrendo na legenda do PDS, obteve o quinto mandato de
deputado federal. Titular da Comissão de Trabalho e Legislação Social, e
suplente da Comissão de Minas e Energia, na sessão de 25 de abril de 1984,
votou contra a emenda Dante de Oliveira, que previa eleições diretas para presidente
da República. Rejeitada a proposição — faltaram 22 votos para que fosse levada
à apreciação do Senado — no Colégio Eleitoral reunido em 15 de janeiro de 1985,
Ademar Ghisi apoiou o candidato oficial do regime, Paulo Maluf, derrotado pelo
oposicionista Tancredo Neves, eleito pela Aliança Democrática, uma união do
PMDB com a dissidência do Partido Democrático Social (PDS) abrigada na Frente
Liberal. Doente, Tancredo Neves não chegou a ser empossado, vindo a falecer em
21 de abril de 1985. Seu substituto foi o vice José Sarney, que já vinha
exercendo o cargo interinamente desde o dia 15 de março.
Observador
parlamentar na sessão anual da Organização das Nações Unidas (ONU), em Nova Iorque, Estados Unidos, no dia 17 de janeiro de 1985, Ademar Ghisi foi nomeado pelo
então presidente da República, João Batista Figueiredo, ministro do Tribunal de
Contas da União (TCU), tomando posse no dia 21. Sua vaga na Câmara foi ocupada
por Fernando Bastos, do PDS.
Ghisi participou do XII International Organization of the
Supreme Audit Institutions, em Sidney, Austrália (1986), do VIII Congresso
Latino-Americano de Entidades de Fiscalização Superiores, realizado no México
(1987), e já como vice-presidente do TCU (1988-1989) à reunião do conselho
dirigente do Instituto Latino-Americano e do Caribe de Instituições
Fiscalizadoras, em Lima, no Peru. Substituindo Alberto Hoffmann, presidiu a
Corte de 1990 a 1991, passando o cargo ao ministro Carlos Átila Álvares da
Silva.
Em 2000, Ghisi se aposentou do TCU. Dois anos depois,
disputou sua última eleição, pelo Partido Progressista (PP), como suplente do
então candidato a senador Paulo Bornhausen (PFL), mas o pefelista não foi
eleito.
Faleceu aos 77 anos, em 2 de julho de 2008, em viagem a
Lisboa, vítima de pneumonia. Foi sepultado em Brasília, aonde residia.
Era casado com Sônia Balsini Ghisi, com quem teve três
filhos.
Recebeu as seguintes condecorações: Comendador, Estrela do
Acre, Governo do Acre, 1973; Grande Oficial, Ordem do Rio Branco, 1980; Grande
Oficial, Ordem do Ipiranga, Governo de São Paulo, 1981; Medalha Marechal
Mascarenhas de Morais, Associação dos Veteranos, FEB, 1981; Ministro emérito do
Tribunal de Contas da União; Grande-Colar do Mérito TCU 2008 (post mortem).
Ademar Ghisi publicou entre outros trabalhos: Adeus
à Câmara.
Brasília: Centro de Documentação e Informação da Câmara dos Deputados, (1984); A LBA sua obra assistencial (1967), O carvão na economia nacional (1968), Acertos do governo na área da previdência social (1968), Conquistas sociais do operariado nacional (1970), Prorural: redenção do lavrador brasileiro (1972), Política exterior brasileira para os países latino-americanos (1975), A política do governo Geisel (1975), Tricentenário da fundação de Laguna, Santa Catarina (1976), Dez anos no Legislativo federal — projetos apresentados na Câmara dos Deputados
entre 1967 e 1976 (1977), Primeiro centenário da colonização italiana no município de Urussanga, Santa Catarina (1978), Paulo Maluf e a sucessão presidencial (1984). .
Daniela
Barcellos (atualização)
FONTES: CABRAL,
O. Breve; CABRAL,
O. Era; CABRAL,
O. História;
CÂM. DEP. Deputados; CÂM.
DEP. Deputados brasileiros. Repertório (1967-1971,
1971-1975, 1975-1979, 1979-1983, 1983-1987); CÂM. DEP. Relação
nominal dos senhores; COUTINHO,
A. Brasil; Diário
Catarinense (2/7/08);
Folha de S.Paulo
(online). Disponível em : <http://
www1.folha.uol.com.br/folha/brasil/parecer_romeutuma.htm>.
Acesso em : 18 nov. 2009; NÉRI,
S. 16; Perfil
(1972 e 1980); TCU. Ministros.
Veja (16/10/91).