GIAVARINA,
Valmor
*dep. fed. PR 1983-1987.
Valmor Santos Giavarina
nasceu em Capinzal (SC) no dia 26 de outubro de 1933, filho de Inácio Giavarina
e Otacília Bittencourt Giavarina.
Em 1956, formou-se pela Escola de Odontologia da Faculdade de
Medicina da Universidade do Paraná. Professor de química e física no Colégio Nilo
Cairo, em Apucarana (PR), de 1958 a 1964, trabalhou também como radialista na
Rádio Cultura de Apucarana, entre 1959 e 1966, fazendo comentários políticos no
programa Crônica do meio-dia.
Iniciou sua carreira política, elegendo-se vereador em
Apucarana na legenda do Partido Libertador (PL), em outubro de 1964. Empossado
em janeiro de 1965, tornou-se líder da bancada. Em 27 de outubro de 1965, com a
extinção dos partidos políticos pelo Ato Institucional nº 2 e a posterior instauração
do bipartidarismo, filiou-se ao Movimento Democrático Brasileiro (MDB), partido
de oposição ao regime militar.
Em
1966, bacharelou-se em ciências jurídicas e sociais pela Faculdade Estadual de
Direito de Londrina (PR). Nesse mesmo ano, no pleito de novembro, elegeu-se
deputado estadual. Empossado em fevereiro de 1967, foi líder da bancada. Nas
eleições municipais de novembro de 1968, candidatou-se à prefeitura de
Apucarana, na legenda do MDB. Eleito, deixou a Assembléia Legislativa em
fevereiro seguinte para ser empossado como prefeito. Exerceu o mandato de
prefeito até janeiro de 1973.
Nos
anos seguintes, dedicou-se às atividades jornalísticas, trabalhando na TV
Tibagi, de Apucarana, filiada à Rede Globo, na qual apresentava um programa
diário de entrevistas (O negócio é o seguinte), que foi ao ar até 1975,
quando foi enquadrado na Lei de Segurança Nacional por ofensa às forças armadas
(processara um capitão do Exército acusado de ter torturado um vereador). O
episódio o manteria afastado por muito tempo da vida política.
Com
a extinção do bipartidarismo em novembro de 1979 e a conseqüente reformulação
partidária, filiou-se ao Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB).
Delegado da Comissão Pontifícia Justiça e Paz entre 1980 e 1982, em novembro
deste último ano elegeu-se deputado federal na legenda peemedebista.
Empossado
em fevereiro do ano seguinte, integrou a Comissão de Constituição e Justiça.
Membro do grupo Só Diretas, composto por 61 parlamentares, em 25 de abril de
1984 votou a favor da emenda Dante de Oliveira que propunha o restabelecimento
das eleições diretas para presidente da República em novembro daquele ano. A
emenda não obteve o total de votos indispensáveis à aprovação, pois faltaram 22
para que o projeto pudesse ser encaminhado à apreciação pelo Senado. No Colégio
Eleitoral, reunido em 15 de janeiro de 1985, Valmor Giavarina votou no
candidato oposicionista Tancredo Neves, eleito presidente da República pela
Aliança Democrática — união do PMDB com a dissidência do PDS reunida na Frente
Liberal — que derrotou o candidato do regime militar, Paulo Maluf. Contudo, por
motivo de doença, Tancredo Neves não chegou a ser empossado na presidência,
vindo a falecer em 21 de abril de 1985. O cargo foi ocupado pelo vice José
Sarney, que já o exercia interinamente desde 15 de março deste ano.
Ainda em 1985, Giavarina foi relator da emenda constitucional
que instituiu a Assembléia Nacional Constituinte (ANC). Tentou se reeleger no
pleito de novembro de 1986, sempre pelo PMDB, e conseguiu uma suplência. Deixou
a Câmara dos Deputados em janeiro de 1987, ao final da legislatura.
A convite do então governador Álvaro Dias passou a responder
pelo Escritório de Representação Política do Paraná, em Brasília. Tentou voltar à carreira política na década de 1990, candidatando-se a deputado
federal pelo Paraná na legenda do Partido da Renovação Nacional (PRN) no pleito
de 1994, não conseguindo eleger-se.
Tornou-se em 1995 consultor jurídico do Partido Progressista
Brasileiro (PPB), que viria a transformar-se posteriormente no Partido Progressista
(PP), atividade que exerceu até sua morte. Durante esse período,
especializou-se em direito eleitoral tendo escrito vários trabalhos sobre o
assunto e atuado em diversos processos jurídicos relacionados às eleições.
Faleceu
em Apucarana (PR) no dia 25 de fevereiro de 2005.
Casou-se com Carla Maria Agnes Giavarina, com quem teve três
filhos.
Publicou
O visionário (1962), Inelegibilidade, Desincompatibilização, Tudo
sobre as eleições municipais (todos em 1966), Eleições 98 (1997)
e Eleições 98 — ampliada e revisada (1998), Constituinte originada e
instituída (com prefácio de Tancredo Neves, 2000) e Eleições municipais
(2004), dentre outros trabalhos na área de direito eleitoral.
FONTES: CÂM. DEP. Deputados
brasileiros. Repertório (1983-1987); INF. BIOG. Folha de Londrina (26/02/2005).