GLASSER, ROBERTO
GLASSER,
Roberto
*rev. 1930; const. 1946; sen. PR
1946-1955.
Roberto Glasser nasceu em Canguçu (RS) no dia 12 de maio de 1878, filho de Abraão Glasser e de Ismênia Coutinho da
Rocha Glasser.
Aos
oito anos transferiu-se para Curitiba, onde seus pais fixaram residência, e
nessa capital fez seus estudos primários e secundários. Entre fevereiro de 1893
e agosto de 1895, participou da Revolução Federalista, guerra civil que
conflagrou o Rio Grande do Sul, Santa Catarina e o Paraná opondo os
federalistas aos republicanos castilhistas, aliados do presidente do Rio Grande
do Sul Júlio de Castilhos. Em consequência desses acontecimentos, passou algum
tempo na Argentina.
De
volta ao Paraná, dedicou-se à pecuária, ao comércio e à indústria, e foi um dos
fundadores do Tiro de Guerra Rio Branco, juntamente com o coronel João
Gualberto Gomes Filho, que viria a falecer em 1912 no comando da primeira
expedição contra os rebeldes da Guerra do Contestado, rebelião popular de cunho
messiânico ocorrida entre 1912 e 1917. Durante esse conflito, travado na região
fronteiriça entre o Paraná e Santa Catarina, cuja posse era disputada pelos
dois estados, defendeu os interesses paranaenses. Dirigiu ainda a Liga da
Defesa Nacional do Paraná e foi oficial da Guarda Nacional, alcançando a
patente de coronel.
Eleito em maio de 1930 deputado à Assembleia Legislativa do
Paraná, participou da preparação do movimento revolucionário que iria irromper
em outubro sob a liderança da Aliança Liberal. Exerceu seu mandato até esse
mês, quando a vitória da Revolução de 1930 provocou a dissolução dos órgãos
legislativos do país. Com a reorganização partidária que antecedeu as eleições
para a Assembléia Nacional Constituinte (ANC) em maio de 1933, participou da
fundação e foi membro da comissão executiva do Partido Liberal Paranaense
(PLP), que se opunha a Manuel Ribas, interventor no estado a partir de 1932, e
ao Partido Social Democrático (PSD) do Paraná. Disputou uma cadeira na Constituinte
na legenda do PLP e obteve uma suplência.
Após o Estado Novo (1937-1945), com a redemocratização do
país, elegeu-se em dezembro de 1945 senador pelo Paraná à ANC na legenda do
novo PSD. Assumindo o mandato em fevereiro de 1946, destacou-se durante os
trabalhos constituintes por sua atitude rebelde, de repúdio à Carta de 1937,
contrariando assim a opinião de seu partido e aproximando-se do ponto de vista
do partido adversário, a União Democrática Nacional (UDN). Com a promulgação da
nova Constituição em 18 de setembro de 1946, passou a exercer o mandato
ordinário, atuando como primeiro suplente da Comissão Diretora e como membro da
Comissão de Saúde do Senado. Terminou o mandato em 1955.
Faleceu na cidade de Curitiba em 1958.
Foi ainda presidente do Departamento Administrativo do Estado
do Paraná, secretário-geral da Associação Comercial do Paraná e fundador e
presidente do Centro Cultural Interamericano de Curitiba. Fundou também a
revista Oito de Dezembro e publicou Discursos (1915 e 1955).
FONTES:
ALMEIDA, A. Dic.; ASSEMB. NAC. CONST. 1934. Anais; CISNEIROS, A. Parlamentares;
Diário do Congresso Nacional; Grande encic. Delta; MOREIRA, J. Dic.;
NICOLAS M. Cem; SENADO. Relação; SILVA, C. Constituinte; VELLOSO,
G.D. Homenagem.