GUERRA,
Valdir
*
dep. fed. MS 1991-1995.
Valdir Francisco Guerra
nasceu em Soledade (RS) no dia 16 de julho de 1935, filho de Prosdócimo Guerra
e de Adele Fumagalli Guerra. Seus irmãos Alceni Guerra e Ivânio Guerra também
seguiram a carreira política: o primeiro foi deputado federal pelo Paraná de
1983 a 1990, ministro da Saúde de 1990 a 1992 e prefeito de Pato Branco (PR) a
partir de 1997; o segundo foi deputado federal pelo Paraná na legislatura
1991-1995.
Valdir iniciou-se na política como vereador
em Pato Branco na legenda do Partido Social Democrático (PSD), exercendo o
mandato entre os anos 1961 e 1965. Com a extinção dos partidos políticos pelo
Ato Institucional nº.2 (27/10/1965) e a posterior instauração do
bipartidarismo, filiou-se à Aliança Renovadora Nacional (Arena), partido de
sustentação ao regime militar instaurado no Brasil em abril de 1964.
Transferindo-se para Mato Grosso do Sul em
1971, radicou-se em Dourados (MS). Com o fim do bipartidarismo em novembro de
1979 e a conseqüente reorganização partidária, deixou a Arena, não se filiando
a nenhum outro partido até 1985, quando ingressou no Partido da Frente Liberal
(PFL), criado em janeiro daquele ano.
Bacharel em direito pela Sociedade Civil de
Educação Grande Dourados em 1986, no ano seguinte tornou-se presidente
municipal do PFL. Ainda em 1987 foi nomeado secretário de Indústria e Comércio
do Mato Grosso do Sul, durante o governo de Marcelo Miranda (1987-1991),
permanecendo no cargo até 1990. Nesse ano deixou o PFL, junto com Flávio Derzi,
em razão de uma desavença com o diretório regional do partido, que não
concordara em apoiar o nome de Pedro Pedrossian para o governo do estado.
Ingressou na legenda do Partido Social Trabalhista (PST).
Vice-presidente do PST, foi eleito deputado
federal pelo Mato Grosso do Sul em outubro de 1990, ocupando a cadeira na
Câmara dos Deputados em fevereiro de 1991. Ainda nesse ano participou da
Comissão de Economia, Indústria e Comércio e foi suplente da Comissão de
Finanças e Tributação. Logo após a posse no mandato, deixou o PST e retornou ao
PFL.
Integrante da chamada “tropa de choque” que
defendia o presidente Fernando Collor de Melo no Congresso Nacional das
acusações de envolvimento em amplo esquema de corrupção no interior do governo,
comandado pelo ex-tesoureiro de sua campanha presidencial, Paulo César Farias
(conhecido por PC Farias), Valdir Guerra foi acusado, em agosto de 1992, de ter
recebido dinheiro de PC Farias para a sua campanha eleitoral. Ainda assim, na
sessão da Câmara dos Deputados de 29 de setembro de 1992, votou a favor da
abertura do processo de impeachment de Collor, acusado de crime de
responsabilidade. Afastado da presidência após a votação na Câmara, Collor
renunciou ao mandato em 29 de dezembro de 1992, horas antes da conclusão do
processo pelo Senado Federal, que decidiu pelo seu envolvimento. Foi então
efetivado na presidência da República o vice Itamar Franco, que já vinha
exercendo o cargo interinamente desde 2 de outubro.
Nas principais matérias constitucionais apresentadas na
Câmara dos Deputados ao longo da legislatura 1991-1995, votou a favor da
criação do Fundo Social de Emergência (FSE), que permitia ao governo retirar
recursos de áreas como saúde e educação para ter maior liberdade de
administração das verbas, e da criação do Imposto de 0,25% sobre transações
bancárias, o Imposto Provisório sobre Movimentação Financeira (IPMF). O
parlamentar votou contra o fim do voto obrigatório.
Disputou a reeleição em outubro de 1994,
desta vez na legenda do Partido da Frente Liberal (PFL), mas obteve apenas uma
suplência. Deixou a Câmara dos Deputados em janeiro de 1995, ao final da
legislatura.
Em outubro de 1998 disputou a
vice-governadoria de Mato Grosso do Sul na chapa encabeçada por Pedro
Pedrossian, do Partido Trabalhista Brasileiro (PTB), que acabou não sendo
eleito. Ainda nesse ano tornou-se membro do diretório regional do PFL.
Foi também piloto privado e contador.
FONTES:
CÂM. DEP. Deputados brasileiros. Repertório (1991-1995 e 1995-1999); Globo
(30/9/92); INF. BIOG.; Perfil Parlamentar/IstoÉ; TRIB. SUP.
ELEIT. Relação (1998); Veja (30/12/92 e 7/7/93).