HAICKEL,
Nagib
*dep. fed. MA 1979-1987.
Nagib Haickel nasceu
em Pindaré-Mirim (MA) no dia 19 de dezembro de 1933, filho de Elias Haickel e
de Maria Haickel.
Comerciário,
ingressou na política filiando-se à Aliança Renovadora Nacional (Arena),
partido de apoio ao regime militar instaurado no país após a vitória do
movimento político-militar de 31 de março de 1964 que depôs o presidente João
Goulart (1961-1964). Nessa legenda, disputou uma cadeira de deputado estadual
no pleito de novembro de 1966, quando obteve a terceira suplência. Em novembro
de 1970, na mesma legenda, obteve uma cadeira na Assembléia Legislativa
maranhense como o quinto mais votado do partido e de todo o estado. Iniciou seu
mandato em fevereiro do ano seguinte e reelegeu-se nas eleições de novembro de
1974, obtendo a segunda maior votação da legenda e de todo o estado.
No pleito de novembro de 1978, elegeu-se deputado federal na
legenda da Arena. Após concluir seu mandato no Legislativo estadual em janeiro
de 1979, assumiu sua cadeira na Câmara dos Deputados em fevereiro seguinte,
onde passou a integrar, como titular, a Comissão do Interior e, como suplente,
a Comissão de Economia, Indústria e Comércio. Com a extinção do bipartidarismo
em novembro de 1979 e a conseqüente reformulação partidária, filiou-se, no ano
seguinte, ao Partido Democrático Social (PDS), sucessor da Arena no apoio ao
governo.
Reelegeu-se deputado federal em sua nova legenda em novembro
de 1982, tomando posse em fevereiro de 1983. No início desse ano, o deputado
mato-grossense Dante de Oliveira, do Partido do Movimento Democrático Brasileiro
(PMDB), apresentou na Câmara um projeto de emenda constitucional restabelecendo
eleições diretas para a presidência da República já no ano seguinte. Encampado
pelas oposições, esse projeto gerou uma campanha nacional, com ampla
participação popular, que ficou conhecida como Diretas Já. Na sessão da Câmara
do dia 25 de abril de 1984, seguindo a orientação partidária, o deputado Nagib
Haickel ausentou-se da votação e contribuiu para que, por falta de apenas 22
votos, a emenda não fosse aprovada. Com o resultado, a emenda Dante de Oliveira
não seguiu para apreciação do Senado.
Mantida a escolha do próximo presidente da República por via
indireta, vários foram os postulantes à condição de candidato oficial do
partido governista. A falta de consenso provocou uma cisão no PDS e os
dissidentes formaram a Frente Liberal. Para resolver a questão, o partido
realizou sua convenção em agosto, na qual o deputado paulista Paulo Maluf
derrotou o então ministro do Interior Mário Andreazza. Assim sendo, Maluf,
juntamente com o deputado cearense Flávio Marcílio, que ganhou na convenção a
condição de candidato a vice-presidente, ao derrotar o então governador
alagoano Divaldo Suruagi, tornaram-se os candidatos oficiais do governo.
Para concorrer com os candidatos da situação, os partidos de
oposição, com exceção do Partido dos Trabalhadores (PT), liderados pelo PMDB, e
a Frente Liberal, reunidos na Aliança Democrática, lançaram Tancredo Neves,
então governador de Minas Gerais, e José Sarney, então senador pelo Maranhão,
respectivamente para presidente e vice-presidente da República. Na reunião do
Colégio Eleitoral em 15 de janeiro de 1985, o deputado Nagib Haickel votou em Paulo Maluf, que foi derrotado por Tancredo Neves. Com a derrota de Maluf, o enfraquecimento
do PDS e o fortalecimento da Frente Liberal, que se transformara no Partido da
Frente Liberal (PFL), Nagib se transferiu para esta legenda.
No pleito de novembro de 1986, cedeu sua vaga de candidato a
deputado federal ao filho Joaquim Haickel e concorreu a uma cadeira na
Assembléia Legislativa maranhense em seu novo partido, integrando a Aliança
Democrática, mas só obteve uma suplência. Permaneceu na Câmara dos Deputados
até o fim de janeiro de 1987, quando se encerraram o seu mandato e a
legislatura. Transferindo-se mais tarde para o Partido Trabalhista Brasileiro
(PTB), no pleito de outubro de 1990 voltou a concorrer a uma cadeira no
Legislativo do estado, mas não conseguiu se eleger.
Faleceu em Coroatá (MA) no dia 7 de setembro de 1993.
Era casado com Clarice Pinto Haickel, com quem teve dois
filhos, um dos quais, Joaquim Elias Nagib Pinto Haickel, foi constituinte
1987-1988 e deputado federal pelo Maranhão de 1987 a 1991.
FONTES: CÂM. DEP. Deputados
brasileiros. Repertórios (1979-1983 e 1983-1987); Globo (26/4/84 e
16/1/85); INF. FAM. JOAQUIM HAICKEL; TRIB. SUP. ELEIT. Dados (8, 9 e
11).