MANHÃES,
Hélio
*dep. fed. ES 1983-1991; const. 1987-1988.
Hélio Carlos Manhães nasceu em Cariacica (ES), no dia 25 de dezembro de 1934,
filho de Manuel Manhães e de Maria da Conceição dos Santos Manhães.
Bacharel em direito pela Universidade Federal do Espírito
Santo, iniciou carreira política como vereador de Cachoeiro do Itapemirim, na
legenda do Partido Social Progressista (PSP), em novembro de 1958, assumindo o
mandato em fevereiro de 1959. No pleito de novembro de 1962 elegeu-se deputado
estadual, na mesma legenda, e tomou posse em fevereiro de 1963, tão logo
expirou seu mandato na Câmara Municipal.
Com a extinção dos partidos políticos pelo Ato Institucional
nº 2 (27/10/1965), que implantou o bipartidarismo, filiou-se ao Movimento
Democrático Brasileiro (MDB), partido de oposição ao regime militar instaurado
no país em abril de 1964. Vitorioso nas eleições de outubro de 1966 à
prefeitura de Cachoeiro do Itapemirim foi cassado por um ato institucional do
presidente da República, general Humberto Castelo Branco, e permaneceu na
Assembléia Legislativa até o término da legislatura, em janeiro de 1967.
Afastado
da vida pública, dedicou-se à advocacia, defendendo os interesses dos
ferroviários de Leopoldina entre 1967 e 1970. Em novembro de 1970 conquistou pela
segunda vez a prefeitura de Cachoeiro do Itapemirim, assumindo o mandato em
fevereiro de 1971. No pleito de novembro de 1974 reelegeu-se deputado estadual
e, empossado em fevereiro de 1975, ocupou consecutivamente, a secretaria, a
vice-liderança e a liderança da bancada na Assembléia Legislativa. Foi também
tesoureiro da comissão executiva regional do partido, chegando a
vice-presidente do diretório regional.
Em
novembro de 1976 elegeu-se novamente prefeito de Cachoeiro do Itapemirim, sempe
pelo MDB, deixando a cadeira de deputado estadual para exercer a chefia do
Executivo municipal de fevereiro de 1977 a janeiro de 1978.
Com a extinção do bipartidarismo, em 29 de novembro de 1979,
e a conseqüente reformulação partidária, filiou-se ao Partido do Movimento
Democrático Brasileiro (PMDB), sucessor do MDB, legenda sob a qual foi eleito
deputado federal pelo estado do Espírito Santo no pleito de novembro de 1982.
Empossado em março de 1983, participou da Comissão de Comunicação.
Em 25 de abril de 1984, votou a favor da emenda Dante de
Oliveira, que previa eleições diretas para presidente da República. Derrotada a
proposição — faltaram 22 votos para que fosse levada à apreciação do Senado —
no Colégio Eleitoral, reunido em 15 de janeiro de 1985, Hélio Manhães deu seu
apoio ao candidato oposicionista Tancredo Neves, eleito pela Aliança
Democrática, uma união do PMDB com a dissidência do Partido Democrático Social
(PDS) abrigada na Frente Liberal. Doente, Tancredo Neves não chegou a ser
empossado, vindo a falecer em 21 de abril de 1985. Seu substituto foi o vice
José Sarney, que já vinha exercendo o cargo interinamente desde 15 de março
deste ano.
Durante a legislatura Manhães acumulou a vice-liderança da
bancada peemedebista na Câmara dos Deputados com a participação nas comissões
de Defesa do Consumidor e de Esporte e Turismo.
Eleito deputado federal constituinte pelo PMDB no pleito de
novembro de 1986, assumiu a cadeira em 1º de fevereiro de 1987, integrando a
Subcomissão do Poder Legislativo, da Comissão da Organização dos Poderes e
Sistema de Governo, e como suplente a Subcomissão dos Estados, da Comissão da
Organização do Estado.
Votou a favor do rompimento de relações diplomáticas com
países que praticassem políticas de discriminação racial, da limitação dos
encargos da dívida externa, da soberania popular, do mandado de segurança
coletivo, do turno ininterrupto de seis horas, do aviso prévio proporcional, da
unicidade sindical, do voto aos 16 anos, da nacionalização do subsolo, da
estatização do sistema financeiro, do limite de 12% ao ano para os juros reais,
da desapropriação da propriedade produtiva, do aborto, da proibição do comércio
de sangue e da criação de um fundo de apoio à reforma agrária. E contra a pena
de morte, a limitação do direito de propriedade, o presidencialismo, o mandato
de cinco anos para o presidente José Sarney, a anistia aos micro e pequenos
empresários e a legalização do jogo do bicho.
Transferindo-se
para o Partido Democrático Trabalhista (PDT), candidatou-se à reeleição no
pleito de outubro de 1990, obtendo uma suplência. Deixou a Câmara dos Deputados
ao término da legislatura, em janeiro de 1991, para logo assumir a
vice-presidência do Banco de Desenvolvimento do Espírito Santo (Bandes), cargo
que exerceu até 1993, durante o governo de Albuíno Azeredo (1991-1994). Ainda
em 1993, passou a fazer parte da assessoria política da prefeitura de Vitória,
na gestão de Paulo Hartung, e a partir de janeiro de 1997 do seu sucessor, Luís
Paulo Veloso Lucas, ambos do Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB).
Faleceu
no dia 26 de maio de 2006.
Foi casado com Helenice Moulim Manhães, com quem teve duas
filhas. Uma delas casou-se com um filho de Pedro Ceolim, deputado federal pelo
Espírito Santo em 1983 a 1991.
Márcia Quarti
FONTES:
ASSEMB. NAC. CONST. Repertório
(1987-1988); CÂM. DEP. Deputados
brasileiros. Repertório (1983-1987);
Globo
(26/4/84 e 16/1/85); INF. BIOG.