RODRIGUES, HELVÉCIO COELHO
RODRIGUES,
Helvécio Coelho
*militar; const. 1946; dep. fed. PI 1946-1951.
Helvécio Coelho Rodrigues
nasceu na Suíça em 1905, filho do jurisconsulto Coelho Rodrigues.
Radicando-se
no Brasil, ingressou na Escola Naval, concluindo o curso em 1912. Designado
guarda-marinha no ano seguinte, em outubro desse ano foi um dos sobreviventes
do desastre do rebocador Guarani ocorrido em Ponta do Boi, no município de
Angra dos Reis (RJ).
Com
a vitória da Revolução de 1930 e a reconstitucionalização do país, foi eleito
deputado estadual no Piauí. Iniciando seu mandato em maio de 1935, permaneceu
na Assembléia Legislativa até 10 de novembro de 1937, quando foi instaurado o
Estado Novo e foram suprimidos todos os órgãos legislativos do país. Durante
esse período (1937-1945), já como comandante, representou o Ministério da
Marinha no Conselho Nacional do Petróleo (CNP), desde sua criação em 1938, até
janeiro de 1943. Em seguida, tornou-se comandante de um navio mercante nas
manobras realizadas na costa brasileira durante a Segunda Guerra Mundial
(1939-1945).
Após
o fim do Estado Novo (29/10/1945) e a redemocratização do país, na condição de
redator-chefe de seu jornal O Piauí, foi um dos principais propagandistas no
estado da candidatura do brigadeiro Eduardo Gomes, da União Democrática
Nacional (UDN), à presidência da República, que acabaria sendo derrotado pelo
general Eurico Gaspar Dutra, do Partido Social Democrático (PSD), no pleito de
dezembro desse ano. Nessa oportunidade, elegeu-se deputado à Assembléia
Nacional Constituinte pelo Piauí na legenda da UDN, assumindo sua cadeira em
fevereiro do ano seguinte.
Durante
os trabalhos constituintes, apresentou várias emendas ao projeto da
Constituição, entre as quais destacaram-se a que era favorável à unificação do
Judiciário e da magistratura; a que facilitava a concessão para capitais
estrangeiros a exploração de minas e jazidas que não interessassem a capitais
nacionais e a que garantia a vitaliciedade aos funcionários públicos com mais
de dez anos no “efetivo exercício” da função. Protestou da tribuna contra o
então interventor mineiro João Tavares Correia Beraldo e o seu mentor político
Benedito Valadares contra a reposição de prefeitos do PSD depostos com o fim do
Estado Novo e o afastamento de autoridades municipais ligadas à UDN.
Pronunciou-se com freqüência sobre a questão da fronteira entre os estados de
Minas Gerais e do Espírito Santo, acusando o primeiro de estar enviando tropas
para invadir o segundo. Certo dia, em viagem ao Espírito Santo para observar o
referido caso de fronteiras, Helvécio Rodrigues foi vítima de um acidente de
automóvel, que o afastou dos trabalhos diários da Constituinte. Mesmo assim, no
dia 18 de setembro de 1946 compareceu ao plenário da Assembléia para assinar a
promulgação da nova Carta. Após esse ato, a Constituinte foi transformada em
Congresso ordinário e os parlamentares tiveram seus mandatos estendidos até o
fim de janeiro de 1951, quando se encerraria a legislatura.
Em
1949, quando da criação do Centro de Estudos e Defesa do Petróleo e da Economia
Nacional (CEDPEN), tornou-se um dos vice-presidentes do conselho deliberativo
desse órgão, cargo que ocupou até 1950. Deixando de concorrer a um novo período
legislativo no pleito de outubro desse ano, permaneceu na Câmara dos Deputados
até o encerramento do seu mandato no fim de janeiro do ano seguinte.
Foi ainda proprietário e redator-chefe do jornal O Parnaíba.
Faleceu no dia 18 de janeiro de 1959.
FONTES: BRAGA, S.
Quem foi quem; CÂM. DEP. Deputados; CÂM. DEP. Deputados brasileiros. Repertório
(1946-1967); CÂM. DEP. Relação dos dep.; CARVALHO, E. Petróleo; CONSULT.
MAGALHÃES, B.; SILVA, G. Constituinte; TRIB. SUP. ELEIT. Dados (1).