HÜLSE,
Heriberto
*gov. SC 1958-1961.
Heriberto Hülse nasceu
em Tubarão (SC) no dia 30 de abril de 1902, filho de Augusto Hülse, que foi
prefeito da cidade, e de Delfina Orige Hülse.
Após
formar-se em humanidades pelo Ginásio Catarinense, passou a trabalhar junto à
indústria de mineração do carvão. Em 1923 entrou para a organização Laje, tendo
integrado a alta administração da empresa dedicada à exploração do carvão na
zona de Laguna (SC).
Iniciou-se nas atividades políticas através do Partido
Republicano Catarinense (PRC), em cujos quadros permaneceu após a Revolução de
1930. No pleito de outubro de 1934 elegeu-se deputado à Assembléia Constituinte
de seu estado, assumindo o mandato em maio do ano seguinte. Participou dos
trabalhos constituintes e, em agosto, assinou a nova Carta estadual, então
promulgada. Passou em seguida a exercer mandato legislativo ordinário,
permanecendo na Assembléia até novembro de 1937, quando o Estado Novo suprimiu
todos os órgãos legislativos do país. De 1935 a 1937 exerceu também a função de suplente de juiz em Criciúma (SC).
Com
a desagregação do Estado Novo e o início da redemocratização do país em 1945,
foi um dos fundadores da União Democrática Nacional (UDN) em seu estado.
Instalou o diretório municipal do partido em Criciúma, exercendo a liderança
política na zona de Laguna. Nos pleitos de janeiro de 1947 e de outubro de 1950
elegeu-se suplente de deputado estadual na legenda da UDN e, em 1954, durante o
governo de Irineu Bornhausen, foi nomeado secretário da Fazenda de Santa
Catarina.
Em
outubro de 1955 elegeu-se vice-governador do estado, na chapa encabeçada por
Jorge Lacerda. Com o falecimento deste num acidente aéreo ocorrido em 16 de
junho de 1958, substituiu-o três dias depois, permanecendo no cargo até 31 de
janeiro de 1961, quando transmitiu o governo a Celso Ramos, eleito em outubro
de 1960. Sua gestão incluiu obras rodoviárias, entre as quais a conclusão da
estrada do rio do Rastro, ligando a zona de Campos de Lajes à de Laguna, a
pavimentação da estrada entre Itajaí e Blumenau e a conclusão da estrada e da
avenida Jorge Lacerda, em Florianópolis. No plano da energia elétrica,
desenvolveu o programa de implementação do cooperativismo aplicado à
eletrificação rural através da cooperativa de Forquilhinha, ampliou as obras no
rio Júlio e executou a interligação da Sociedade Termelétrica do Capivari com a
rede de Florianópolis. No setor educacional, implantou a Faculdade de Medicina,
que começou a funcionar em 1961, construiu e instalou o edifício da Faculdade
de Filosofia e credenciou o professor João Bayer Filho para que este, com sua
equipe, criasse a Universidade de Santa Catarina. Com esse mesmo objetivo
chefiou uma comissão que se avistou com o presidente da República Juscelino
Kubitschek. No campo da agropecuária, garantiu apoio à Associação de Crédito e
Assistência Rural do Estado de Santa Catarina (ACARESC) e ao Serviço de
Extensão Rural para a execução do programa de assistência técnica à família
rural. Para suas realizações estabeleceu uma política de atração de verbas
federais, possível graças ao bom entendimento entre seu governo e o poder
central.
Em
1961, alguns meses depois de deixar o governo, foi nomeado vice-presidente da
Companhia Siderúrgica Nacional (CSN). Em 1965, após o movimento
político-militar de março de 1964, que depôs o presidente João Goulart,
tornou-se presidente do conselho de administração da Caixa Econômica Federal de
Santa Catarina.
No setor da iniciativa privada, atuou como diretor das
empresas Sociedade Carbonífera Próspera, Companhia Brasileira Carbonífera de
Araranguá, Companhia Nacional de Mineração de Carvão Barro Branco e da
Carbonífera Boa Vista, todas em Santa Catarina.
Faleceu em Florianópolis no dia 11 de novembro de 1972.
Era casado com Lucília Correia Hülse, com quem teve dois
filhos, um dos quais, Rui Hülse, foi deputado estadual em Santa Catarina e, como presidente da Assembléia Legislativa, chegou a substituir o pai
durante as eventuais ausências deste à frente do governo.
FONTES: CABRAL, O. Breve;
CABRAL, O. Era; CABRAL, O. História; Constituinte;
COUTINHO, A. Brasil; Grande encic. Delta; INF. Assembl. Legis.
SC; JAMUNDÁ, T. Catarinenses; RICHARD NETO, G. Homens.