GÓIS,
Joaci
*const. 1987-1988; dep. fed. BA 1987-1991.
Joaci Fonseca de Góis nasceu em Ipirá (BA) em 25 de agosto de 1938, filho de João
de Sousa Góis e de Mariana Fonseca Góis.
Formou-se em direito pela atual Universidade Federal da Bahia
(Ufba) em 1959.
Em
1962 foi diretor financeiro e superintendente da empresa de seu pai,
Construtora Góis Ltda. No ano seguinte, foi sócio fundador e diretor-presidente
da Sociedade Anônima da Indústria Tecnológica, exercendo as mesmas funções na
Construções, Terraplanagem e Pavimentação Ltda em 1964. Três anos depois
tornou-se diretor financeiro da Construções e Habitações do Nordeste S.A.
assumindo a presidência em 1969. Ainda nesse ano, foi sócio fundador e diretor
da Urbanizadora Salvador Ltda.
Em 1970 foi diretor de marketing e conselheiro da Editora da Bahia S.A. que publicava o
jornal Tribuna
da Bahia, do qual tornou-se dono nesse mesmo ano. Nesse período, foi
sócio fundador da Empresa Baiana de Lubrificantes e da Nacional de Veículos
Sanave S.A. revendedora da Volkswagen, chegando a presidir essa última. No ano
seguinte, foi sócio fundador e diretor da Panorama Hotéis e Turismo Ltda.,
proprietária dos Hotéis Itacimirim, Canto do Mar e Taba dos Pataxós, em Porto Seguro, no sul do estado.
Em
1974 assumiu a presidência, cargo que ocuparia até 1985, da empresa herdada do
pai, então denominada Góis-Cohabita Construções S.A., fruto da fusão da
Cohabita com a Construtora Góis Ltda. Em 1975 foi sócio fundador e diretor da
Coribe Agropecuária Ltda. Nesse mesmo ano, tornou-se presidente do Conselho
Deliberativo da Tribuna
da Bahia,
função que exerceria até 1996. Em 1976 tornou-se sócio-gerente da Coroa
Vermelha Empreendimentos Ltda.
Aliado
de Antônio Carlos Magalhães na Aliança Renovadora Nacional (Arena), partido de
sustentação ao regime militar implantado em abril de 1964, rompeu com ele em
1981. Ingressou no Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB) pelas
mãos do prefeito de Salvador, Mário Kertesz, também dissidente do carlismo. Nas
eleições de 1982, apoiou a candidatura de Valdir Pires para o governo da Bahia,
através da Tribuna da Bahia,
segundo em circulação no estado. Utilizou-se do jornal para conseguir apoio de
nomes expressivos do PMDB, pedindo pela imprensa a saída de Antônio Carlos
Magalhães do Ministério das Comunicações e colocando o seu jornal à disposição
de denúncias contra o ministro.
Elegeu-se
deputado federal constituinte em novembro de 1986 e tomou posse em fevereiro do
ano seguinte, tornando-se líder da bancada na Câmara. Na Assembléia Nacional
Constituinte (ANC) participou como titular da Subcomissão de Ciência e
Tecnologia e de Comunicação, da Comissão da Família, da Educação, Cultura e
Esportes, e como suplente da Subcomissão do Sistema Financeiro, da Comissão do
Sistema Tributário, Orçamento e Finanças. Foi também um dos vice-líderes do
PMDB.
Votou
favoravelmente ao rompimento das relações diplomáticas com países com política
de discriminação racial, ao mandado de segurança coletivo, à jornada semanal de
40 horas, ao turno ininterrupto de seis horas, ao aviso prévio proporcional, à
soberania popular, ao voto facultativo aos 16 anos, à nacionalização do
subsolo, à limitação dos juros reais em 12% ao ano, à limitação dos encargos da
dívida externa, à anistia aos micro e pequenos empresários e à criação de um
fundo de apoio à reforma agrária. Foi contra a limitação do direito de
propriedade privada, o presidencialismo, a estatização do sistema financeiro e
o mandato de cinco anos para o presidente José Sarney. Absteve-se na votação
sobre a adoção da pena de morte, da legalização do aborto e do jogo do bicho.
Ausente na votação relativa à desapropriação da propriedade produtiva, foi
relator da lei de defesa do consumidor. Após a promulgação da nova Carta, em
outubro de 1988, voltou aos trabalhos ordinários na Câmara. Ainda nesse ano,
tornou-se sócio cotista da Rádio e TV Aratu S.A. filiada à Rede Manchete.
Filiando-se ao Partido da Social Democracia Brasileira
(PSDB), em 1990 chegou a candidatar-se ao governo da Bahia. Desistiu da
candidatura, contudo, quando o PSDB se coligou ao PMDB, passando a disputar uma
vaga no Senado. Mais uma vez usou dos meios de comunicação para atacar Antônio
Carlos Magalhães, que liderava as pesquisas de opinião para governador do
estado, cargo que acabou por assumir. Não teve êxito na disputa pela vaga no
Senado, conquistada por Josafá Marinho, candidato do Partido da Frente Liberal
(PFL), apoiado por Antônio Carlos.
Deixou
a Câmara em janeiro de 1991, no fim da legislatura, sem concorrer a mais nenhum
cargo político. A partir de então, voltou a concentrar-se em suas atividades
empresariais.
Em
setembro de 2009, Joaci Góis se tornou imortal da Academia Brasileira de Letras
da Bahia.
Casou-se com Lídice Ferraz Fonseca de Góis, com quem teve
dois filhos.
FONTES: ASSEMB.
NAC. CONST. Repertório (1987-1988); CÂM.
DEP. Deputados; CÂM. DEP. Deputados
brasileiros. Repertório (1975-1979); COELHO, J. & OLIVEIRA, A. Nova; Folha de S. Paulo (7/7/90); INF.
AJURIMAR MOREIRA; Jornal do Brasil (6/7/90); Portal da Bahia
Notícias (http://www.bahianoticias.com.br; acessado em
17/11/2009).