CARLI, João Carlos De
* dep. fed.
PE 1979-1987.
João
Carlos de Petribu De Carli nasceu no dia 4 de abril de 1936, no Rio de
Janeiro, então Distrito Federal, filho de Gileno De Carli e Teresa de Petribu
De Carli. Seu pai foi deputado federal por Pernambuco na legenda do Partido
Social Democrático (PSD) entre 1959 e 1963.
Iniciou sua vida profissional, em
1962, como tesoureiro do Instituto do Açúcar e do Álcool (IAA), do qual foi
também conselheiro de 1969 a 1976.
Em 1965 formou-se em jornalismo pela
Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC). Pouco tempo depois,
em 1970, foi nomeado chefe de gabinete do presidente do Instituto Nacional de
Colonização e Reforma Agrária (INCRA), na mesma cidade. Concluiu o curso de
economia na Faculdade de Ciências Econômicas de Valença em 1973 e no ano
seguinte foi designado assessor parlamentar do ministro da Justiça do governo
Geisel, Armando Falcão.
Em novembro de 1978 foi eleito
deputado federal por Pernambuco na legenda da Aliança Renovadora Nacional (Arena),
partido de apoio ao regime militar instalado no país em abril de 1964,
iniciando seu mandato em fevereiro de 1979. Na Câmara, integrou as comissões de
Comunicação e de Agricultura e Política Rural, tornando-se vice-presidente
desta última; foi suplente da Comissão de Minas e Energia e vice-presidente da
comissão parlamentar de inquérito (CPI) sobre a problemática agropecuária. Em
novembro de 1979, após a extinção do bipartidarismo e a conseqüente
reorganização partidária, ingressou no Partido Democrático Social (PDS),
herdeiro político da Arena.
Em novembro de 1982 foi reeleito
deputado federal em sua nova legenda. Empossado em fevereiro do ano seguinte,
atuou como suplente da Comissão de Relações Exteriores da Câmara. Em 25 de
abril de 1984 votou contra a emenda Dante de Oliveira, que, apresentada na
Câmara dos Deputados, propôs o restabelecimento das eleições diretas para
presidente da República em novembro daquele ano. Como a emenda não obteve o
número de votos indispensáveis à sua aprovação – faltaram 22 para que o projeto
pudesse ser encaminhado à apreciação pelo Senado –, no Colégio Eleitoral,
reunido em 15 de janeiro de 1985, João Carlos de Carli votou no candidato do
regime militar, Paulo Maluf, que acabou sendo derrotado pelo oposicionista Tancredo
Neves. Eleito novo presidente da República pela Aliança Democrática, uma união
do Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB) com a dissidência do PDS
abrigada na Frente Liberal, Tancredo não chegou a ser empossado, vindo a
falecer, por motivo de doença, em 21 de abril de 1985. Seu substituto na
presidência foi o vice José Sarney, que já vinha exercendo interinamente o
cargo desde de 15 de março daquele ano.
João Carlos de Carli deixou a Câmara
dos Deputados em janeiro de 1987, ao final da legislatura, não tendo se
candidatado à reeleição no pleito de novembro do ano anterior.
Com a instalação da Assembléia
Nacional Constituinte em fevereiro de 1987, foi requisitado pelo presidente da
Câmara, Ulisses Guimarães (PMDB-SP), como assessor de assuntos relacionados à
agricultura, tendo atuado também como articulador político. Após a promulgação
da nova Constituição em 5 de outubro de 1988, continuou exercendo a mesma
função junto aos presidentes da Câmara, Pais de Andrade (PMDB-CE, 1989-1991) e
Inocêncio Oliveira (PFL-PE, 1993-1995), quando se aposentou. A partir de então,
passou a trabalhar como assessor da presidência nacional do Serviço Brasileiro
de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae).
Casou-se com Ana Carolina Maranhão
Valença De Carli, com quem teve três filhos.
FONTES:
CÂM. DEP. Deputados Brasileiros.
Repertório (1979-1983 e 1983-1987); Globo (26/4/84, 16/1/85); INF. BIOG.