TEIXEIRA,
Jorge
*militar; gov. RO 1979-1985.
Jorge Teixeira de Oliveira
nasceu em General Câmara (RS) em 1º de junho de 1921, filho de Adamastor
Teixeira de Oliveira e de Durvalina Stilben de Oliveira.
Ingressou na carreira militar, sentando praça, em maio de
1942. Após estudar na Academia Militar das Agulhas Negras (AMAN), tornou-se
aspirante do Exército em dezembro de 1947, sendo promovido a segundo-tenente em
junho do ano seguinte. Tornou-se primeiro-tenente em junho de 1950, capitão em
dezembro de 1952, major em agosto de 1960 e tenente-coronel em dezembro de 1966.
Realizou
cursos na Escola de Aperfeiçoamento de Oficiais, na Escola de Comando e
Estado-Maior e na Escola de Educação Física e o curso especializado de guerra
na selva na Escola das Américas, nos EUA. Em 1966 criou o Centro de Instrução
de Guerra na Selva, em Manaus, que comandou até 1971. Nesse período, combateu
na guerrilha do Araguaia, quando militantes do proscrito Partido Comunista do
Brasil (PCdoB), deslocados para o sul do estado do Pará e o norte do estado de
Goiás, atual estado de Tocantins, travaram uma guerra de guerrilhas contra
tropas das forças armadas, sendo ao final derrotados. Ainda em 1971 fundou o
Colégio Militar de Manaus, onde ficou até 1973, passando para a reserva, com a
patente de coronel do Exército.
No
ano seguinte, foi nomeado pelo presidente da República Ernesto Geisel
(1974-1979) prefeito de Manaus. Durante sua gestão, ficou conhecido por rasgar
cartões de visita de políticos que pediam empregos, com a justificativa de que
não se devia “misturar uma coisa com a outra”. Terminou o mandato em 1979,
quando foi nomeado pelo presidente João Figueiredo (1979-1985), através da
indicação do ministro do Interior Mário Andreazza, para o governo do território
de Rondônia, pela legenda do Partido Democrático Social (PDS). Assumindo o cargo
em abril desse ano, recebeu a missão de transformar o território em estado.
Em 1980 Rondônia tornou-se o primeiro dos três territórios
federais (Rondônia, Roraima e Amapá) a ter autorização do Ministério da Fazenda
para arrecadar impostos federais. No ano seguinte, um decreto do presidente
João Figueiredo criou o Programa Integrado de Desenvolvimento do Noroeste do
Brasil (Pólonoroeste) que, com verbas do Banco Mundial e do próprio governo
federal, garantiu os recursos necessários para a transformação de Rondônia em
estado, efetivada em 22 de dezembro de 1981. Ainda nesse mês, Jorge Teixeira
foi indicado para o cargo de primeiro governador do estado de Rondônia, com a
aprovação de seu nome pelo Senado. Tomando posse em 30 de dezembro de 1981, com
a presença dos ministros da Justiça e do Interior, Ibrahim Abi-Ackel e Mário
Andreazza, e governadores de estados do Norte, passou a mobilizar-se para
eleger parlamentares do PDS no pleito de novembro de 1982, no que foi
bem-sucedido, com a eleição dos três senadores e cinco dos oito deputados
federais de Rondônia e a maioria dos deputados estaduais constituintes da
recém-instalada Assembléia Legislativa.
Destacaram-se também como realizações de sua gestão a
execução, mediante verbas federais, do asfaltamento da rodovia BR-364, a construção da usina hidrelétrica de Samuel, o porto do rio Madeira, a criação do Banco do
Estado de Rondônia (Beron) e da Companhia de Mineração de Rondônia e a
indicação da primeira mulher secretária estadual de Planejamento do país, que
interinamente assumiu o governo do estado durante o mês de janeiro de 1984,
devido ao afastamento de Jorge Teixeira para tratamento médico.
Deixou o governo do estado em abril de 1985, sendo
substituído por Ângelo Angelim, indicado pelo presidente José Sarney
(1985-1990).
Faleceu no Rio de Janeiro em 28 de janeiro de 1987.
Era casado com Aida Fibiger de Oliveira, com quem teve um
filho.
FONTES: Almanaque
do Exército (1972); Estado de S. Paulo (6/5 e 24 e 30/12/81,
18/11/82 e 6/8/83); Globo (7/10/80, 21/11/81, 4, 27, 29 e 31/12/81, 5/1
e 8/12/82, 1/2, 12/4, 30/6, 30/8 e 22/12/83, 13/9/84 e 29/1/87); INF. Aida de
Oliveira; Jornal do Brasil (22/8/81, 18/11 e 30/12/82, 10 e 11/4/83, 8/1
e 11/9/84).