PEDROSO JÚNIOR, José
*const. 1946; dep.
fed. SP 1946-1951, 1952-1955 e 1964-1967.
José Correia Pedroso Júnior
nasceu em Aguaí (SP) no dia 8 de dezembro de 1907, filho de José Correia
Pedroso e de Clotilde Correia Pedroso.
Em 1918 concluiu o curso primário no Grupo Escolar Francisco
Glicério, em Campinas (SP), formando-se contador pela Escola de Comércio São Luís
da mesma cidade em dezembro de 1924. Posteriormente iria bacharelar-se pela
Faculdade Nacional de Direito.
Ainda
em 1924 iniciou sua vida profissional como cronista social do Diário do Povo,
de Campinas, e como funcionário da Companhia Mojiana de Estradas de Ferro.
Nessa empresa exerceu as funções de praticante de escriturário e, mais tarde,
de chefe de escritório do departamento florestal. Em 1931 fundou a revista
mensal Andorinha de Mojiana, passando em 1934 a redator-chefe do Diário do Povo, onde permaneceria até 1944. Em sociedade com seus
irmãos Abel e Sinésio Pedroso, fundou em 1935, ainda em Campinas, o matutino A
Defesa.
Líder
sindical, foi presidente do Sindicato dos Ferroviários da Companhia Mojiana de 1935 a 1945. Dedicou-se também ao estudo do funcionamento e jurisprudência dos tribunais do trabalho,
tendo integrado o conselho fiscal da Caixa de Aposentadoria e Pensões dos
Ferroviários de sua empresa e atuado como vogal dos empregados na Junta de
Conciliação e Julgamento, em Campinas. Nesse período, em 1936, elegeu-se
vereador à Câmara Municipal de Campinas na legenda do Partido Republicano
Paulista (PRP), cumprindo seu mandato até 10 de novembro do ano seguinte,
quando o advento do Estado Novo suprimiu todos os órgãos legislativos do país.
Em 1938 tornou-se diretor da sucursal do Correio Paulistano em Campinas,
representando no ano seguinte os trabalhadores junto à primeira Comissão de
Salário Mínimo de São Paulo, que fixou o primeiro salário mínimo do
estado.
Com
a desagregação do Estado Novo e o início do processo de redemocratização do
país em 1945, tornou-se em seu estado presidente da comissão
organizadora do Partido Trabalhista Brasileiro (PTB), fundado em julho desse
ano. No pleito de dezembro seguinte elegeu-se deputado à Assembléia Nacional
Constituinte por São Paulo na legenda do PTB. Assumindo o mandato em março de
1946, participou dos trabalhos constituintes e, com a promulgação da nova Carta
(18/9/1946), passou a exercer o mandato ordinário.
Em sua atuação parlamentar destacou-se na defesa dos
interesses dos trabalhadores, especialmente dos ferroviários, tendo sido autor
do primeiro projeto de lei do inquilinato e da primeira iniciativa em favor da
aposentadoria ordinária aos ferroviários. Presidente da comissão especial de
estudos sobre a encampação da Companhia Mojiana pelo governo federal, foi autor
das leis que regularam o exercício das profissões de economista e oficial de
farmácia. Ainda nessa legislatura integrou a Comissão Especial de Imigração,
Colonização e Naturalização, a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI)
encarregada de investigar a arrecadação e a aplicação das rendas dos institutos
de previdência e a Comissão Permanente de Transportes e Comunicações, da qual
foi vice-presidente. Em 1949 tornou-se quarto-secretário da mesa da Câmara,
função que exerceu até o ano seguinte.
No
pleito de outubro de 1950 elegeu-se primeiro suplente de deputado federal por
São Paulo na legenda do PTB. Deixando a Câmara ao final do mandato em janeiro
de 1951, tornou-se nesse ano delegado em São Paulo do Instituto de Aposentadoria e Pensões dos Empregados em Transportes e Cargas (IAPETEC), cargo do qual se
demitiria posteriormente por discordar do propósito do presidente dessa
entidade de entregar a direção da mesma a motoristas profissionais. Nomeado em
1952 diretor de administração da companhia de seguros A Eqüitativa, foi
convocado em outubro desse ano para assumir a cadeira do deputado José Adriano
Marrey Júnior, que havia renunciado ao mandato. Permaneceu na Câmara até
janeiro de 1953, voltando a ocupar uma cadeira a partir de abril seguinte.
No pleito de outubro de 1954 elegeu-se novamente suplente de
deputado federal, dessa vez na legenda da coligação entre o Partido Social
Democrático (PSD) e o Partido Republicano (PR). Deixou a Câmara em janeiro de
1955 e não chegou a ocupar uma cadeira na legislatura que se seguiu. Em outubro
de 1958 elegeu-se mais uma vez suplente na legenda do Partido Social
Trabalhista (PST), não chegando a exercer o mandato. No pleito de outubro de
1962 ainda uma vez obteve uma suplência na legenda da coligação formada pelo
PTB e o Partido Socialista Brasileiro (PSB), vindo a ocupar uma cadeira na
Câmara em abril de 1964, após o movimento político-militar de março que depôs o
presidente João Goulart.
Com a extinção dos partidos políticos pelo Ato Institucional
nº 2 (27/10/1965) e a posterior instauração do bipartidarismo, filiou-se ao
Movimento Democrático Brasileiro (MDB), partido de oposição ao regime militar,
em cuja legenda tentou ser reconduzido à Câmara no pleito de novembro de 1966,
obtendo apenas uma suplência. Em janeiro do ano seguinte encerrou seu mandato,
não mais retornando à Câmara dos Deputados.
Com o fim do bipartidarismo (29/11/1979) e a conseqüente
reformulação partidária, filiou-se ao novo Partido Trabalhista Brasileiro
(PTB), onde posteriormente exerceria o cargo de secretário-geral da Executiva
Nacional.
Foi ainda diretor e presidente da Rádio Cometa, de São Paulo.
Casou-se com Elsa dos Santos, com quem teve duas filhas.
Publicou Do direito ao trabalho (1939).
FONTES: CÂM. DEP. Anais;
CÂM. DEP. Deputados; CÂM. DEP. Relação dos dep.; CISNEIROS,
A. Parlamentares; Diário do Congresso Nacional; Eleitos; Estado de S.
Paulo (5/9/62); Folha de S. Paulo (21/12/86); Grande encic.
Delta; HIRSCHOWICZ, E. Contemporâneos; LEITE, A. História; LEITE,
A. Páginas; TRIB. SUP. ELEIT. Dados (1, 2, 3, 4, 6 e 8).