ROCHA,
Brochado da 2
*militar; rev. 1922; const. 1946; dep. fed. RS
1946-1947 e 1951-1955.
José Diogo Brochado da Rocha nasceu em Porto Alegre no dia 15 de agosto de 1904, filho de
Otávio Francisco da Rocha, engenheiro militar, e de Inácia Brochado da Rocha.
Seu irmão, Francisco de Paula Brochado da Rocha, foi revolucionário em 1930,
consultor-geral da República de 1955 a 1956 e primeiro-ministro em 1962.
Fez
os primeiros estudos no Ginásio Anchieta, em Porto Alegre, ingressando em
seguida no Colégio Militar do Rio de Janeiro, no então Distrito Federal, onde
formou-se agrimensor.
Aluno da Escola Militar do Realengo, no Rio de Janeiro, desde
fevereiro de 1921, participou da Revolta de 5 de Julho do ano seguinte,
movimento que iniciou o ciclo de levantes tenentistas da década de 1920.
Irrompida no Rio de Janeiro e em Mato Grosso, em protesto contra a eleição de
Artur Bernardes para a presidência da República e as punições impostas pelo governo
Epitácio Pessoa aos militares — fechamento do Clube Militar e prisão do
marechal Hermes da Fonseca —, a revolta foi debelada no mesmo dia, tendo
envolvido, em Mato Grosso, o contingente local do Exército e, no Rio, o forte
Copacabana, a Escola do Realengo e efetivos da Vila Militar.
Excluído
das forças armadas, Brochado da Rocha ingressou na Escola Politécnica do Rio de
Janeiro, onde formou-se engenheiro civil em 1926. No ano seguinte, passou a
trabalhar como engenheiro na Secretaria de Obras Públicas do Rio Grande do Sul,
ingressando nas fileiras do partido Republicano Rio-Grandense (PRR). Mais tarde
passou a integrar a comissão central do PRR, do qual foi também
secretário-geral. Engajado na campanha da Aliança Liberal (1929-1930), foi
designado secretário-geral do comitê gaúcho em prol das candidaturas de Getúlio
Vargas e João Pessoa à presidência e vice-presidência da República. Após a
derrota da chapa liberal no pleito de 1930 e a vitória da revolução de outubro
daquele ano, foi nomeado prefeito de São Pedro, atual município de Flores da
Cunha (RS), cargo que exerceu até o ano seguinte. De 1931 a 1932 foi prefeito
do Viamão (RS).
Reintegrado aos quadros do Exército, serviu no 18º Regimento
de Infantaria, em Porto Alegre, sendo promovido a primeiro-tenente e a capitão
em janeiro e fevereiro de 1937. Já durante o Estado Novo (1937-1945), em
setembro de 1938, Brochado da Rocha alcançou a patente de major e em abril de
1943 a de tenente-coronel. Em 1944 assumiu a direção da Viação Férrea do Rio
Grande do Sul, função que exerceu até o ano seguinte.
Em
1945, com a desagregação do Estado Novo, participou da fundação do Partido
Social Democrático (PSD), sendo eleito vice-presidente da sua comissão
executiva no Rio Grande do Sul. No pleito de dezembro desse mesmo ano elegeu-se
deputado pelo Rio Grande do Sul à Assembléia Nacional Constituinte, na legenda
do PSD, assumindo o mandato em fevereiro de 1946. Participou dos trabalhos
constituintes e, após a promulgação da nova Carta (18/9/1946), passou a exercer
o mandato ordinário. Eleito em janeiro de 1947 deputado à Assembléia
Constituinte do Rio Grande do Sul, agora na legenda do Partido Trabalhista
Brasileiro (PTB), renunciou ao mandato federal em março de 1947, quando assumiu
sua cadeira no Legislativo gaúcho. Participou dos trabalhos constituintes e,
após a aprovação da nova Carta estadual, passou a exercer o mandato ordinário.
Em 1949 assumiu interinamente, na condição de presidente da Assembléia
Legislativa, o governo do Rio Grande do Sul, durante impedimento do governador
Válter Jobim (1947-1951). Em dezembro do mesmo ano foi promovido a coronel.
Em
outubro de 1950 elegeu-se deputado federal pelo seu estado na legenda do PTB.
Concluindo o mandato estadual em janeiro de 1951, assumiu a cadeira na Câmara
dos Deputados no mês seguinte, sendo escolhido líder de seu partido e da
maioria em 1952. Em 1953 desligou-se do PTB, filiando-se ao Partido Social
Progressista (PSP), em cuja legenda concorreu no pleito de outubro de 1954 ao
governo do Rio Grande do Sul. Foi contudo derrotado por Ildo Meneghetti,
candidato da Frente Democrática, coligação integrada pelo PSD, a União
Democrática Nacional (UDN) e o Partido Libertador (PL). Concluiu o mandato em
janeiro de 1955, não mais retornando à Câmara.
General da reserva, foi também subcomandante do 2º Batalhão
de Pontoneiros, sediado em Cachoeira (RS), chefe do Serviço de Engenharia da 3ª
Região Militar, sediada em Porto Alegre, comandante do 3º Batalhão de
Engenharia, também na capital gaúcha, comandante do 1º Batalhão Ferroviário, em
Santa Maria (RS), e presidente do Círculo Militar de Porto Alegre. Cursou ainda
a Escola das Armas e a Escola de Estado-Maior do Exército, ambas no Rio de
Janeiro.
Foi membro do Conselho do Plano Diretor de Porto Alegre e do
Clube de Engenharia do Rio de Janeiro.
Faleceu no Rio de Janeiro no dia 21 de maio de 1981.
Foi casado com Francisca Divan Brochado da Rocha, com quem
teve uma filha.
FONTES: Álbum;
AUDRÁ, A. Bancada; CÂM. DEP. Deputados; CÂM. DEP. Relação dos dep.; CÂM. DEP.
Relação nominal dos senhores; CISNEIROS, A. Parlamentares; FRANCO, A. Escalada;
Grande encic. Delta; Jornal do Brasil (22/5/81); MIN. GUERRA. Almanaque (1952);
Movimento de 5; SILVA, G. Constituinte; SILVA, R. Notas; SOC. BRAS. EXPANSÃO
COMERCIAL. Quem; TRIB. SUP. ELEIT. Dados (1, 2 e 7).